A Noite

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Naquela noite, era uma quarta feira, fechamos com cadeiras a porta do quanto onde o corpo do meu irmão estava.
Fomos dormir com muito medo, e acabados por dentro. Nosso psicológico não era mais o mesmo, e ja era bem claro a insatisfação da minha mãe com o meu pai.
Uma coisa que eu percebi, quando a aberração estava com o meu irmão,era a capacidade dela criar alucinações nas pessoas, criar situações que nunca aconteceram.
Naquela noite, bem no meio dela,minha mãe acordou, com a clara impressão de estar ouvindo o meu irmão, assustada ela começou a andar pela casa,sem medo, sem inseguranças,e com apenas um propósito:

--- Mamãe!, mamãe...

Patrícia:
--- Filhinho, é você!!!

--- Estou com medo mamãe, me salva

Patrícia:
--- Pode deixar meu filho,mamãe vai te salvar...

--- A culpa e dele mamãe, acabe com isso de uma vez...

Patrícia:
--- Pode deixar meu filho,mamãe ta aqui agora...

Naquela mesma noite, minha mãe com a maior calma do mundo, foi andando silenciosamente em direção a cozinha, pegou a maior e mais afiada faca que tinha, e fez o que tinha prometido...
Acordamos no dia seguinte, e a imagem era a mais impactante que poderia existir. Ela estava do lado meu pai, completamente ensanguentado, e com a barriga toda aberta, olhando fixamente para ele, eu ja sabia que não era mais a minha mãe aí dentro.
Eu e Ana ficamos muito assustados, ela tinha um olhar frio, e não tinha arrependimento nenhum.
Não sabíamos de como seria dalí para frente,mas tinhamos medo do que ela poderia fazer.

Patrícia:
--- Ele não é lindo dormindo...
    Façam silêncio,ok?

A voz dela ja havia mudado, estávamos na quinta, e não sabíamos quando sairíamos daqui, eu não sabia nem que eu era mais.
A unica certeza era de que todos poderiam morrer a qualquer momento, e essa impressão,não iria sair tão cedo.
  Ana não aguentava mais tudo aquilo,ela sentia saudade de sua casa, de sua família, de sua vida...
Ela queria apenas uma chance de sair,e ela conseguiu.
No meio da tarde da quinta feira, em meio a uma discussão nossa, a porta se abriu misteriosamente, no portão onde ficava a saída, sua família a aguardava.
Só ela conseguia ver tudo aquilo,claramente era uma invenção daquele demônio que estava matando todo mundo.
Ela queria ir,e eu não a deixava, em meio de tudo aquilo ela me empurrou, e eu caí ja desacordado.
Quando eu acordei, ja era tarde demais para qualquer coisa, Ana havia caído nas ilusões daquela criatura misteriosa, eu ainda não tinha a encontrado, mas Íria a encontrar da pior forma...
A porta estava trancada novamente quando eu acordei, ja eram 21:15, minha mãe ja estava em seu quarto e eu fui dormir.
Na mesma noite eu tive um sonho com Ana, como se fosse uma despedida, e ela naquele sonho sumia em uma determinada parte do quintal, como se fosse um sinal mesmo.
No dia seguinte, novamente a porta estava aberta, entrei no quarto aonde estava meu irmão para pegar alguma coisa que me ajudasse a cavar, e inacreditavelmente,seu corpo ja havia desaparecido.
Depois de pegar a pá, fui para o quintal e comecei a cavar. Cavei por muito tempo, quando senti alguma coisa, tirei o resto da terra com a mão e encontrei o corpo dela. Ele estava sujo, e com marcas de multilações, ela estava toda machucada, as mesmas marcas que meu irmão tinha. Ja não havia o que fazer, então enterrei de novo e voltei para dentro.
Tudo perdia sentido sem ela do meu lado,  ela era o que me fortalecia nesses ultimos dias.

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⏰ Última atualização: Mar 25, 2020 ⏰

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