A sigla LGBT ganhou várias outras letras. Preparamos um glossário para você entender as diversas definições
A frequência com que as coisas mudam, ultimamente, é impressionante. Todo mundo quer se sentir parte da sociedade e ter direito a voz. Para recuperar o tempo perdido por conta de repressões históricas, a comunidade LGBT vem se redefinindo e se reclassificando. É comum, porém, as pessoas estranharem tantas letras que, a cada dia, aumenta com a criação de gêneros e formas de expressão. A prefeitura da cidade de Nova York, por exemplo, já reconhece 31 tipos de gêneros.
Para ajudar os leitores a conhecerem a complexa sigla e suas ramificações, a Revista preparou um glossário. A consultoria ficou por conta de Lina Vilela Santos, professora de serviço social do Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), mestre em ciência da saúde e militante das causas do movimento LGBT; de Lucci Laporta e Bruno Zaidan, militantes dos movimentos LGBT; além do Manual de Comunicação LGBT, da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABLGT).
História
De acordo com Lina, o formato da sigla para representar a comunidade começou na década de 1970. Na época, o movimento era intitulado Movimento Homossexual Brasileiro (MHB). “Depois de diversas conferências com ativistas e militantes, incorporaram-se outras siglas, principalmente pela atuação de lésbicas, pessoas transexuais e bissexuais.” Assim, chegou-se à sigla GLS (gays, lésbicas e simpatizantes).
Em 1993, tornou-se GLBT e, em 2008, LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros), a mais reconhecida nos dias de hoje.
Considero a sigla LGBT a mais correta e conhecida, respaldada pelos encontros e seminários nacionais da comunidade. Mas todos os movimentos têm autonomia para criar, a fim de se sentirem representados”, explica Lina.
Entenda as diferençasAgênero
É aquele que não quer ser identificado socialmente com nenhum gênero.
Andrógino
Indivíduo que usa vestimentas comuns a ambos os gêneros (masculino e feminino). O termo andrógeno era muito usado entre as décadas de 1960 e 1980 para designar artistas consagrados, como David Bowie, Annie Lennox (da banda britânica Eurythmics), Madonna e Prince.
Assexual
São pessoas que não têm desejos sexuais. Porém, há ramificações no meio.
Assumir-se
Por conta de barreiras socioculturais, muitos sentem dificuldade na aceitação como indivíduo da comunidade LGBT. Essas pessoas avaliam se querem revelar isso para a família e para a sociedade. Por isso, a autoaceitação pode durar a vida inteira.
Bicha
É um jargão muito utilizado no meio LGBT. Porém, muita gente de fora do meio usa esse adjetivo de forma pejorativa.
Bissexual
É a pessoa que se relaciona afetiva e sexualmente com pessoas de ambos os sexos e gêneros. Entre o meio LGBT, para abreviar, usa-se “bi”.