Estava tudo meio turvo, eu não enxergava absolutamente nada ... Tentei levantar e depois de três tentativas de falha finalmente alcançadas, me apoiei na parede que estava vermelha ... Mas ela não é vermelha ... Me lembro perfeitamente do papel de parede deste corredor, bege com florzinhas azuis em tom pastel, mas tinha manchas vermelhas, como se fossem vários respingos de tinta vermelha, ou sangue? ... eu não vejo nenhum ferimento em mim, por que tem sangue na minha camisola? Segui em direção ao quarto do meu irmão, mas ele não estava lá. Cadê o Apolo? Será que ele passou a noite em uma balada ou em um motel com qualquer baranga que ele achou bonita?! Fui ao quarto da minha mãe, que era logo em frente ao do Apolo. A porta estava entreaberta, abri devagar procurando a minha mãe e ainda me seguro nas paredes por conta da tontura, mas ela não estava lá, e nem aquele bebêzão que ela chama de marido... Desci rapidamente até chegar na sala, mas tudo está escuro e frio, o clima estava pesado e minha tontura aumentava a cada passo que fazia, minha visão ficava cada vez mais turva. Pude ver respingos de ... Sangue? ... Tinha sangue na minha sala? Por quê? Quando cheguei ao centro da sala pude ver Apolo escondido no sofá de costas para mim, mas o que ele faz aqui?
-Apolo? - o chamei na intenção de acordar-lo. -Ei, acorde. Ninguém merece ver você nessa situação no sofá da sala ... -ele nem se mexia. Será que o sono estava tão pesado assim? -Apolo sério, acorda!
Eu comecei empurra-lo, mas ele não teve reação. Quando eu virei ele, a garganta dele... Estava cortada... Eu dei um enorme pulo para trás e finalmente me toquei, meu irmão, único irmão estava morto no sofá da minha sala... Pude sentir o desespero e as lágrimas escorrendo enquanto eu gritava por socorro e ajuda, mas morávamos longe da cidade, quem nos ouviria? Corri para cozinha onde tinha um telefone, eu tentava ligar para uma ambulância com dificuldade em digitar os números, até que vi minha mãe, ela e o marido dela... Mortos por facadas no chão da cozinha... Por que sou a única viva? O que aconteceu nessa casa? Eu chorava e chorava e não conseguia me controlar, até que eu olhei para minha mão... Eu estava segurando uma faca, encharcada de sangue. Eu tinha os matado? Por quê?????? Eu comecei a chorar desesperadamente pedindo perdão e ainda pedindo ajuda, pude sentir meu ataque de pânico chegando...
[...]
Abri os olhos lentamente e piscando várias vezes tentando me acostumar com a clareza que estava invadindo o quarto. Pude sentir uma enorme cama de casal que estava centrada no quarto e ao meu lado tinha uma janela enorme de vidraça com vista para o mar. Essa não era minha casa, onde eu estava? Analisei o quarto inteiro tentando reconhecer o local, mas eu não tinha ideia de onde estava.
-Meu Deus! Você acordou! - pude ver uma garota loira, com roupas estranhas e sensuais, mas muito elegantes, alta e magra entrando no quarto, segurando uma bandeja, que continha um copo de água e alguns copinhos pequenos com líquidos coloridos. -Você se sente bem? - ela se aproxima e ao mesmo tempo eu dei um pulo para trás. Será que fui sequestrada? -Desculpe, eu te assustei! Meu nome é Eleni, é um grande prazer te conhecer. - ela sorriu de forma encantadora mas ainda sim, ela poderia ter me sequestrado. -E o seu é? ... - ela perguntou aparentemente curiosa.
-Artemis. - respondi sem muita enrolação.
-Humm, diferente desta vez mas continua belíssima! - do que ela estava falando? -Aqui, tome um pouco de água, vai se sentir melhor. - ela esticou o braço me dando o copo de água e eu o aceitei.
-Por quanto tempo dormi? - perguntei me sentando na cama com um pouco de dificuldade.
- Você foi encontrada quatro dias atrás, mas não sabia desde quando estava naquele estado.
-Me encontrou? Onde?
-Na floresta aqui perto. Costumo ir uma vez por semana para... Passear. - ela sorriu. -Você estava adormecida no chão cheio de espinhos, sua roupa estava toda suja e então eu te trouxe pra cá. Espero que não importe, você pode ir embora assim como se sentir melhor, ou pode ficar se quiser! - ela parecia muito animada com isso, mas eu nem sabia o que era isso tudo.
-Eu agradeço mas preciso voltar pra casa. Onde estamos agora?
-Estamos em Conoda.
-Onde fica isso????? -perguntei assustada por vir parar tão longe de casa.
-Das últimas vezes foi mais fácil de explicar... Bom, você veio da Terra, aqui é como se fosse o contrário da Terra. É idêntico ao Terra, mas temos mais tecnologias e magias que talvez você não conheça ...
-Você está me dizendo que estamos em outro planeta? É isso? É possível?
-Quase isso! Imagine que você está fazendo uma viagem no tempo, que você está há quase novecentos anos do ano em que vive.
-Então estamos em dois mil novecentos e vinte? - eu coloquei a mão na boca surpresa e ao mesmo tempo assustada.
-Não, estamos em dois mil e vinte mesmo. Mas o nosso mundo é mais evoluído!
-Em que sentido?
-No sentido de todos que moram aqui, sem exceções, são mágicos. - eu comecei a gargalhar alto que ela até se assustou -O que foi?
-Desculpe mas, - dei uma pausa para recuperar o fôlego. -Seres mágicos? Isso é uma piada pra você? Você me sequestrou?
-Que, não! Suponhamos que existam mais universos, como se fosse uma realidade alternativa! Então, cada universo tem suas estrelas, seus cometas, seus planetas ... Neste universo existem muitos planetas e cada planeta é como se fosse um país, cada um tem seus seres e sua cultura! É como se fosse terra, mas aqui mantemos e preservamos toda a natureza, até porque precisamos dela para sobreviver 100%.
-E como vim parar aqui? De acordo com sua explicação aqui, existem seres mágicos e desculpa, mas sou somente uma pessoa humana.
-Eu não sei, como disse a encontrei desacordada e trouxe para cá com ajuda do meu irmão. E acredito que se você está aqui, tem motivos...
-Motivos? Que motivos?
-Acho que é muita informação para sua cabeça de uma vez! - ela riu -O que acha de comermos? Escolher outras roupas novas para você e depois conversar novamente?
-Tudo bem... - eu ainda não estava nem um pouco convencida, pra ser sincera acredito que estou presa em um sonho, mas um sonho que parece muito real. Como nós, seres humanos, sobreviventes, podemos ter uma capacidade de acreditar numa coisa assim? Não entendo o que aconteceu, não entendo o por que de eu estar aqui. Talvez eu tenha sido realmente sequestrada? Vou descobrir, e vou descobrir o mais rápido possível!
E finalmente eu posso dizer: primeiro capítulo postado com sucesso! Espero muito que curtam isso tudo e acompanhem com o coração (e imaginação também, MUITA imaginação), se puderem, fujam do mundo real e se fixem só nisso, se imaginem nos personagens! Um grande abraço e até o próximo capítulo!
YOU ARE READING
Asas da Destruição
Fantasy''-Ande! Vá logo com isso! - minha mãe estava com pressa e ao mesmo tempo parecia assustada. -Mas por que eu? - lágrimas escorriam do meu rosto sem pausas. -Só vá! Agora! Eu peguei o cesto na mão e fui em direção aquela enorme casa. Assim que ch...