Capítulo 6

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  Eu não sabia se ficava chocada, com medo, se acreditava que tudo isso fosse realidade ou se acreditava que fosse um simples sonho onde eu poderia acordar a qualquer momento. E o problema de ser sonho e poder acordar a qualquer momento é justamente esse, se eu acordar agora não sei o que vai acontecer futuramente, e vou acabar perdendo contato com todas essas pessoas que conheci aqui e não sei se quero, não agora. Por mais que essa história toda me assuste e me faça querer voltar para casa, eu também preciso saber como vai acabar isso tudo. Então que o universo decida se for real ou apenas um sonho.

-Quero ver dizermos que a Artemis é a Diana e não é ser mágico. – disse o Dámian, pessimista sempre.

-Assim como nós a reconhecemos, todos vão a reconhecer também. Beleza única. – retrucou a Eleni. –Sei que vai ser difícil e possivelmente uma longa jornada, mas não impossível. E assim Artemis estará a salvo, poderá viver como a gente.

-Ou não né. – eu respondi desta vez. –Se eu não sou ser mágico, sou humana. Significa que possivelmente morrerei de velhice, vocês, não morrem. E desculpem mas, acredito que se eu morrer de velhice, eu morro de vez e não tenho certeza que vocês irão me ver em outras vidas.

No mesmo momento todos ficaram calados, talvez tenha dito algo pesado demais para o momento. Sei lá. Enquanto íamos andando, pude observar que a floresta era enorme, enorme mesmo. E passávamos por várias casinhas de cogumelos e madeiras. Calma, cogumelos?

-Como pode existir uma casa de cogumelo maior que a gente? – perguntei e no mesmo instante todos começaram a gargalhar.

-Artemis, não sei se notou mas, elas não são grandes. Nós que diminuímos quando passamos pelo portal. – ah, explicado. –Até porque, estamos no mundo dos elfos e gnomos. – Dámian era ignorante mas até que sabia explicar as coisas.

Ok, estou definitivamente do tamanho de um gnomo. Preciso dizer o quanto isso parece incrível na nossa imaginação mas é completamente estranho acontecendo pessoalmente?! Acho que não. Chegamos em uma torre feita de madeiras e muitas plantas, era bem marrom mas bem verde também, tinham elfos reais na porta que nos deixaram passar, como se já soubessem nossa chegada antes de chegarmos. Tudo, sem exceções eram feitos de madeira, mas todos os objetos eram belíssimos, como se a simplicidade trouxesse a elegância. Quando chegamos ao que aparentava ser o salão principal tinha um casal de elfos, provavelmente o rei e a rainha, eram extremamente eleantes.

-Olha só quem voltou, é um prazer recebe-los aqui, caros amigos. – se pronunciou o rei elfo.

-Nós que agradecemos ter nos recebido, é um prazer vê-los. – respondeu o Kael fazendo reverencia e todos nós fizemos também. –Desculpem, mas eu preciso ir logo direto ao ponto, pois estamos com urgência. Precisamos chegar em Glyfalda, conseguir uma poção para esconder a Artemis.

-Oras, Artemis é? – perguntou a rainha. –Diana, a reconheceria em qualquer lugar. – acho que já ouvi isso antes. –Como pretendem fazer isso? Quer dizer, todos sabemos a história e Ludios é muito inteligente!

-Nós temos um plano, Artemis, a tal Diana, viverá na Terra. Fica mais difícil de encontra-la lá. – disse a Eleni.

-Tudo bem. Deixaremos passar por nosso portões, mas amanhã de manhã. O dia aqui passa muito rápido e se usaram um teleporte, passou mais rápido ainda. Já está a escurecer. Passem a noite aqui, conseguiremos um cogumelo para vocês. – o rei era com certeza bem simpático e acolhedor, era quase impossível recusar um pedido desses, mas me parecia que Kael iria recusar. –Nem tente Kael, te conheço a mais tempo do que deveria. Mas não irei deixar vocês passarem pela floresta negra, até porque sabes que é perigosa de dia, quem dirá ao escurecer! Peço que fiquem essa noite, amanhã, assim que raiar o sol, vocês podem ir.

Asas da DestruiçãoWhere stories live. Discover now