· Almas Condenadas [THE A-CODE]

[Prólogo 🎬]

~ Um dia antes da mudança ~

- Não esqueça de levar roupa de verão filha - ouço a voz de minha mãe vindo do meu quarto.

- Eu já coloquei na mala mãe - grito do banheiro enquanto termino de colocar meus itens de higiene e maquiagens em minha necesser - Pronto. Acho que acabamos - digo voltando para meu quarto.

- A minha menininha - minha mãe vem até mim e me envolve em um abraço quentinho - Eu vou sentir tanto sua falta.

- Eu também vou sentir sua falta mãe - retribuo o abraço na mesma medida.

Ficamos assim por um tempo, até que percebo que ela estava chorando. Me afasto um pouco para ter uma visão completa de seu rosto e vejo uma lágrima escorrer. Passo o polegar pela trilha molhada que ficou em seu rosto.

- Mãe não chore - digo enquanto seguro seus ombros - Venha comigo por favor...

- Eu não posso, seu pai precisa de mim aqui e...

- Não mãe ele não te ama - a interrompo - Porque você não me escuta? É a sua change de viver longe desse monstro.

- Não, eu não posso ir, mas você vai ficar melhor longe daqui - ela deixa um beijo em minha testa e sai enxugando as lágrimas.

Eu queria muito sair dessa casa, mas eu queria muito mais poder levar minha mãe comigo. Eu não sei o que meu pai seria capaz de fazer com ela depois que eu saísse daqui.
Terminei de arrumar minhas malas e as coloquei ao lado da cama, peguei uma toalha e voltei para o banheiro, tranquei a porta e liguei o chuveiro, e deixei a água esquentar enquanto me despia.
Quando entrei em contado com a água quente meu corpo relaxou. Eu havia passado o dia envolvida com os últimos detalhes da mudança, e aquilo acabou comigo.

Fiquei muito tempo embaixo da água e percebi que meus dedos estavam enrugados. Desliguei e me enrolei em uma toalha, com outra sequei meu cabelo.
Assim que terminei minha rotina de higienização, retornei ao meu quarto.
Procurei por uma camiseta confortável e um short jeans que eu não levaria comigo no dia seguinte.

Estava terminando de me vestir quando ouvir o grito de meu pai vindo do andar de baixo.

Droga ele chegou.

Olhei o relógio em cima da mesinha, e me assustei ao ver que era cedo demais para que ele estivesse em casa. Tirei a toalha da cabeça e desci correndo para o andar de baixo.

- Cala a boca - ouço ele gritar com minha mãe que estava jogada em frente ao sofá.

- PARA! - gritei chamando sua atenção.

- Olha se não é senhorita diretora - ele fala com tom de deboche - O que foi? Pensou que eu não ia descobrir?

Ele se aproxima de mim enquanto tira a cinta das calças. Recuo dois passos para trás. Ao longo dos anos meu pai foi perdendo tudo o que tinha e se entregando a bebida, e conforme a dose aumentava as brigas e as surras também aumentaram.

- NÃO! - ouço minha mãe gritar ainda no chão.

- Deixa mãe - falei olhando fundo nos olhos do monstro que eu chamava de pai - É a última vez que ele vai fazer isso!

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