O garoto dos olhos verdes

Capítulo 3

A semana estava passando voando e em plena sexta-feira, mal havia conseguido resolver todas as minhas pendências da semana e o Carlos? Mal conversava comigo, na noite anterior havíamos brigado feio e dessa vez eu realmente queria terminar; estava farta de uma pessoa que mal me queria por perto e só sabia me humilhar. Mal tive tempo de pensar no garoto dos olhos verdes, afinal, quem iria olhar para uma garota como eu? O Carlos mesmo já havia me dito que só estava comigo por não ter encontrado alguém melhor.

Sai de meus devaneios e fui para um banho rápido para não atrasar para o trabalho; após o banho, penteei meus cabelos negros, calcei uma calça jeans lavagem escura, uma camisa preta sem detalhes e de decote "V" não muito decotada para não mostrar muita informação, um tênis daqueles de academia mesmo e fiz uma make simples, batom, máscara de cílios e um protetor solar com base. Sai de casa correndo para não chegar atrasada; abri o mercado as 06:50hrs como de costume e fui trabalhar; mal me dei conta de quando o expediente acabou, antes de sair minha patroa me chamou ao escritório para conversar.

Por Karina:

Notei a Laura, cansada e abatida, seu rendimento estava mais baixo devido aos dois empregos, porém ela mal sorria, e eu à conheço desde de pequena e sei que a mesma não é assim. Sei que a culpa é do Carlos, eles vivem brigando e ele não à valoriza como de fato ela mereça; somos muito amigas e sei que ela não merece passar pelo o que tem passado, sendo assim, acho melhor intervir. 

-Laura, sente-se por favor!

A mesma sem pestanejar e com os olhos assustados, sentou-se em minha frente; não debruçou nenhuma palavra e apenas me ouviu.

-Seu rendimento profissional tem abaixado cada dia mais, e isso tem me preocupado bastante. Porém, o que mais me preocupa é seu rendimento pessoal, tenho te notado bem triste e abalada, chorando pelos cantos e o pior é que sei que você não está feliz! Sei que o Carlos só tem te maltratado e você está ficando estafada por tudo. Pense melhor no que tem te afetado, vale a pena estar ao lado de alguém que não te valoriza e nem te quer bem?

Laura não disse nenhuma palavra, apenas seus olhos se encheram de lágrimas e a mesma começou a tremer e chorar, eu nem sabia o que fazer, será que eu tinha dito algo errado? Nunca tinha visto a mesma daquela forma, tão vulnerável. Envolvi-a em um abraço fraterno e a mesma foi se acalmando. Sem dizer nada, apenas pegou suas coisas e foi embora.

Por Laura:

Adentrei naquele escritório com a cabeça nas nuvens, e com o coração tão apertado que parecia que não caberia mais no peito, nem sabia o que a Karina queria mas não me sentia muito bem.

  -Laura, sente-se por favor!

Minhas pernas estavam bambas, tudo ao meu redor parecia estar congelado eu só queria sumir por uns tempos. 

-Seu rendimento profissional tem abaixado cada dia mais, e isso tem me preocupado bastante. Porém, o que mais me preocupa é seu rendimento pessoal, tenho te notado bem triste e abalada, chorando pelos cantos e o pior é que sei que você não está feliz! Sei que o Carlos só tem te maltratado e você está ficando estafada por tudo. Pense melhor no que tem te afetado, vale a pena estar ao lado de alguém que não te valoriza e nem te quer bem?

 Eu não consegui dizer nada, ela tinha razão e tudo estava perceptível aos olhos de todos os meu redor, só eu que não percebia isso, eu estava cega e muito por sinal. Meus olhos se encheram de lágrimas e todo o meu choro guardado resolveu sair de uma vez, eu tremia e não conseguia parar de chorar, eu só queria soltar tudo o que estava prezo; ela me disse aquilo mas mal sabia da briga que tínhamos tido na noite anterior e nem sabia do dia em que Carlos me apertou contra a parede e queria me bater. Eu estava em um relacionamento possessivo e naquele momento em que as palavras dela adentraram em meus ouvidos eu pude perceber que eu precisava me libertar. Ela me envolveu em um abraço fraterno e era tudo o que eu realmente precisava; sei que posso contar com ela em tudo, porém, isso se tratava de mim e dele, e eu precisava resolver isso.

Sai de lá sem dizer nada e pouco tempo depois meu telefone tocou, era o Carlos.

Ligação On:

-Onde você está? Já saiu do trabalho?

-Carlos, acabei de sair daqui, por qual o motivo a ligação?

-Você não me mandou nenhuma mensagem, ou me ligou. Precisamos conversar; vamos viajar amanhã!

-Você queria que eu dissesse o que? Acho que já disse tudo na noite anterior. Eu quero paz Carlos, e você não tem me dado isso, estou farta de nós! 

- Para de falar besteira, nós nos amamos. Essa viagem vai ser boa para nós dois; precisamos disso.

- Você pode ir, eu não irei. Tchau!

Ligação Off:

Nem esperei ele falar nada, o caminho para casa foi longo e assim que cheguei; deitei na cama e dormi sem nem sequer almoçar. Acordei algumas horas depois morrendo de fome; minha mãe havia ido trabalhar e eu fiz apenas um macarrão instantâneo para mim, acabei de comer e lavei a louça. Fui para meu quarto estudar e só sai de lá para arrumar para o curso. 

Tomei um banho quente e demorado, coloquei uma camiseta branca, um moletom cinza fechado e de capuz, um jeans lavagem clara  e uma sapatilha. Fiz a make básica de sempre, peguei meu material e fui estudar. Cheguei na sala de aula e a Bia estava a minha espera, sentei ao seu lado e contei tudo o que me incomodava, a mesma me disse para terminar enquanto ainda era tempo, enquanto Carlos não fizesse algo pior contra a mim. Assim que as aulas terminaram, fui para casa e acabei dormindo com a roupa do colégio mesmo; fazia tempo que não dormia em paz comigo mesma.