Capítulo 5

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Aquele sábado passou bem lento, como uma batida de carro onde ninguém te encontra para socorrer e você se encontra ali deitado e imóvel e só sente a dor e mais nada. Foi assim que me senti e para falar a verdade, não deixarei de sentir tão cedo; mas o bom de tudo isso, foi que eu conheci quem era o Carlos verdadeiramente, me surpreendi com a sua capacidade de ser tão frio e insensível, mas o que era de se esperar de uma pessoa que nervoso quase me bateu? Sim isso aconteceu, mas ninguém sabia disso, e me doeu muito não poder contar a ninguém.

Um tempo atrás:

Era o dia do nosso aniversário de namoro, eu estava bem atrasada para o trabalho e havia saído de casa e esquecido meu celular em casa e devido à sobrecarga de trabalho, nem estava me lembrando da data daquele dia; meu paciente não estava muito bem e eu mal tinha dormido aquela semana e justamente a noite passada era o primeiro dia em que eu dormia em casa e aquela cama estava tão boa que eu acabei errado a hora de sair de me levantar e consequentemente eu me atrasei para ir ao trabalho; cheguei ao mesmo e o dia deu muito movimento que acabei perdendo a noção do tempo, naquele dia, minha colega de trabalho havia passo mal e eu iria ter que trabalhar o dia todo no mercado. Mal tive tempo para almoçar, o dia estava tão corrido que eu simplesmente perdi a noção do tempo, só me dei conta do horário quando minha patroa chegou me perguntando se não iríamos fechar hoje. Terminei de fechar meu caixa e peguei minhas coisas, despedi dos meus patrões e desci para a escola, estava bem atrasada e distraída até que em meio aos meus devaneios fui surpreendida com uma carro parando em minha frente( quase me atropelando para ser honesta). 

-Grande namorada você, uma irresponsável que nem sequer fez a obrigação do dia! Entra no carro agora pois, vamos conversar.

Eu nem tive tempo de pensar, mal entrei no carro e Carlos já saiu cantando pneu, naquele momento meu coração já estava acelerado, a boca estava seca e eu sentia a sensação que iria morrer. Mas eu não podia demonstrar medo ou fraqueza, eu nunca havia visto ele daquele jeito e se eu me apavorasse eu poderia dar à ele a brecha para fazer algo rim comigo; eu estava sem meu celular e não conseguia mandar minha localização para ninguém naquele momento. 

Chegamos à um lugar um pouco distante do centro da cidade, na verdade distante de tudo, se ele fosse fazer algo comigo, eu poderia até gritar, porém ninguém me ouviria; um frio passou pela minha espinha, ele desceu do carro sem dizer nenhuma palavra, e naquele momento eu utilizei a esperteza e peguei o celular do mesmo, ele estava atrás do carro fazendo xixi e eu mais que depressa fiz uma chamada de vídeo para a Bia, assim que ela atendeu eu mais que depressa coloquei a chamada no silencioso para ele não ouvir ela falar nada e liguei a localização:

-Não diga nada, somente venha me socorrer. 

A ligação caiu e o celular caiu no chão do carro, naquele mesmo instante, ouvi os passos de Carlos para perto do carro e o mesmo abriu a porta do meu lado; eu desci de cabeça baixa rezando para que ele não me matasse e que ha Bia conseguisse chegar à tempo. 

-Sabe o que eu não entendo? Existem muitas mulheres atrás de mim e muitas muito melhores do que você! Mas o idiota aqui foi escolher a mulher mais fútil desse mundo para estar ao seu lado. Você deveria sentir vergonha de ser tão tapada e deveria se dedicar mais ao nosso namoro pois, eu estou ficando farto de você!

-Carlos, eu não sei o que te dizer, eu peço-lhe desculpas pelo ocorrido; acabei perdendo o horário por falta de responsabilidade minha, esqueci meu celular em casa, trabalhei muito e tive que ficar até mais tarde no trabalho. Peço desculpas pela falta de dedicação. (Resolvi me fazer de otária para não ver do que Carlos seria capaz, eu estava sozinha, com medo e assustada e não poderia de forma alguma correr algum risco; estava rezando por dentro para que Deus não deixasse ele fazer nada e que a Bia chegasse a tempo).

Ele me pegou pelo braço e me apertou contra o carro esbravejando:

- Eu estou de saco cheio das suas desculpas, cansado de você...... 

Ele foi apertando mais forte e as lágrimas já saiam sem eu perceber.

-Carlos, você está me machucando, para por favor!

Eu só sentia as lágrimas escorrendo, e sem eu me movimentar ali, somente pude sentir um calor em meu rosto, ele havia me dado um tapa no mesmo e eu não tive reação.

-Amor me desculpa, eu estava muito alterado e acabei não conseguindo me controlar, mas você me deixou muito irritado, e eu fiquei cego de raiva.

-Você já terminou o ser mão? Porque eu estou indo embora, grande presente de aniversário de namoro; eu esperava tudo de você mas isso foi o fim da picada. Para mim já deu, eu tenho aula agora e estou atrasada, e você saia da minha frente pois não sei o do que sou capaz!

Não sei como todas essas palavras saíram da minha boca, mas a ira tomou conta de mim, eu havia prometido para mim mesma que o ÚNICO homem que colocaria a mão em mim, seria o meu pai! Quem Carlos pensava que era? Estou com nojo de mim por ter aceitado em minha vida uma pessoa tão fútil como ele e pior ainda por não ter reagido, e mais nojo ainda do tipo de pessoa que ele era e da atitude que teve comigo, homem que bate em mulher deve morrer capado. 

Sai de meus devaneios e mal conseguia respirar de tanta raiva que eu sentia; Carlos ainda tentou me abraçar mas eu o empurrei, peguei minhas coisas e sai andando naquele escuro mesmo, pedi à Deus que me guiasse e que não deixasse nenhum mal me acontecer. Fui caminhando sem olhar para trás, estava naquele caminho eu e Deus; já estava chegando perto das casas mais próximas quando escutei um carro atrás de mim, apertei meu passo e vi outro vindo em minha direção, quando vi quem estava no carro me deu um certo alívio; era a Bia e eu não sabia como agradecer à Deus por isso.

Quando o namorado dela parou o carro, ela saltou do mesmo e veio em minha direção me abraçar, aquele abraço era tão aconchegante e eu só sabia chorar até que, Carlos surge em seu carro (aquele que estava vindo atrás de mim), abre o vidro do carro e debruça suas palavras de merda:

-Entra no carro que precisamos conversar Laura.

- Carlos é melhor sair daqui agora, eu não sei o que fez com a Laura mas, eu te garanto que eu não me responsabilizo do que sou capaz de fazer com você!

Ele não disse mais nada, saiu cantando pneu, eu só pude sentir alívio. Saímos dali e fomos para a aula; a Bia não queria ir mas eu precisava me distrair; não consegui dizer nada para a ela do que havia acontecido naquele lugar; fui para a casa depois da aula, tomei um banho quente e adormeci em lágrimas.   

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⏰ Última atualização: May 06, 2020 ⏰

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