20:00 pmA chuva caia forte, podia se ouvir os relâmpagos e trovões a metros de distância da casa Branca, que ficava no interior de uma cidadezinha pequena chamada Ligonier na Pennsylvania, na janela podia se ver o que pra muitos poderia ser uma sombra ou um boneco com tamanho humano, mas era apenas Cody, um jovem garoto negro, bem magro, quase raquítico, olhava para fora enquanto a chuva caía, ele queria ir lá fora, mesmo que só um pouco, para sentir a chuva ou tocar o solo molhado com seus pés descalços, nem que fosse por apenas 40 segundos.
A porta do quarto finalmente abriu, e pode se ouvir ecoando o barulho da velha madeira se retorcendo enquanto era aberta, um brilho iluminou o local o que fez os olhos de Cody doerem, aquela voz grossa e meio rouca ressou na mesma altitude e tomou a atenção dos ouvidos do garoto, que apenas abaixou a cabeça e voltou a olhar a chuva.
— O que está fazendo com as cortinas abertas? - Aquela voz grossa e irritada pertencia a Dave, um homem de 1,80, com porte atlético, e uma beleza que poderia dizer que seria invejável, o homem se aproximou da janela, a única fonte de luz e diversão daquela pobre criança, e fechou as cortinas e se abaixou apontando seu dedo indicador no rosto do garoto. — Não me faça repetir a mesma coisa duas vezes, eu já avisei, essa cortina tem que ficar fechada, entendeu? - a criança segurava o choro e apenas assentia várias vezes, aquela grande mão segurou o braço magro da criança e o arrastou para fora do quarto, fechou a porta e o colocou sentado na cadeira da mesa de jantar.
— Ontem você nem tocou na comida, se você não comer nem que seja a metade, terei que lhe forçar, você não quer que eu te force , não é? - a criança parecia bem espantada e rapidamente abriu sua boca, fazia alguns dias que Dave não ouvia aquela voz fraca e fina.
— Eu vou comer. - Foi uma resposta curta, mas bem satisfatória, a tática do medo estava fazendo efeito, Cody nem parecia o garoto birrento e barulhento que foi quando chegou naquela casa, Dave estava feliz que não precisaria punir mais ele, aquela criança estava tão obediente. Ao colocar o prato de comida sobre a mesa, apoiou sua mão sobre a cabeça da criança e sussurrou.
— Como se diz? - aquele sorriso amigável, era o que mais deixava Cody acanhado, porque foi justamente por conta daquele sorriso que ele foi parar naquele quarto escuro e assustador, ele nunca sabia o que aquele homem estava pensando, e isso o deixava apavorado.
— O- obrigado pela comida! - após proferir aquelas palavras ele abaixou a cabeça e a manteve assim até que tivesse terminado toda a comida, ele só queria ir para casa, ver sua mãe, ouvir sua voz e sentir o beijo de boa noite dela em sua testa, ao pensar nisso foi inevitável que as lágrimas caíssem sobre o prato, ele aguentou de mais aquelas lágrimas dolorosas, tentava não chorar perto dele, mas também não queria chorar sozinho naquele breu total. — E- eu quero ir para casa, por favor senhor, eu quero ver minha mãe. - ouvir esse resmungo deixava Dave irritado, o braço pequeno da criança foi agarrado e puxado novamente para aquele quarto escuro, a criança socava a porta chorando desesperadamente, Cody estava cansado de dormir naquele quarto escuro e frio, aquelas rachaduras, não paravam de ranger e isso o assustava todas as noites, ele mal dormia, seus olhos pareciam bolsas bem pesadas, de tão fundo. A criança se sentou sobre a cama e secou suas lágrimas, se levantou e abriu sem fazer barulho uma das cortinas podendo ver os pingos que caíam do telhado, provando a chuva que havia caído a 30 minutos mais cedo, a criança observava o solo molhado, se surpreendendo com os pequenos esquilos que passavam naquela parte do terreno de vez em quando.
As luzes do corredor e da cozinha estavam desligadas, isso significava que ele já estava dormindo, e possivelmente Cody estava trancado no quarto novamente, ele não conseguia dormir, e olhava para o telhado contando as rachaduras que haviam no teto do cômodo, a cada som que uma rachadura fazia, seu corpo tremia e seu coração disparava, seu corpo se encolheu por reflexo e por frio, após um tempo e por cansaço os pequenos olhos da criança foram se fechando, e ele pode ter a primeira noite de sono, não foi boa e nem ruim, pois podíamos dizer que o pobre garoto desmaiou de tanto cansaço.
[•••]
4 horas se passaram, Cody foi acordado quando a porta de madeira velha foi aberta e Dave entrou no quarto, deixando a bandeja de comida sobre a cama de seu lado, ele se abaixou na frente de Cody.
— Abra a boca! - O garoto obedeceu e sentindo um pequeno comprimido ser colocado em sua boca, Dave estendeu o copo com achocolatado e o mandou beber e engolir o remédio, assim ele fez e colocou o copo sobre a bandeja. — Você vai ficar quietinho aqui, sem dar um pio, eu tenho visita e se alguém descobrir que você está aqui, eu terei que mata-lô. Então não provoque a morte desnecessária de alguém, ok!? - a tática de por medo no garoto, e o deixar com medo de alguém morrer por sua causa estava funcionando a dias, sempre que o garoto pensava em fugir de alguma forma, quando tinha sua chance, a voz de Dave ressoava em sua mente e o impedia de se mover.
— Eu... eu não vou sair daqui. - a criança balançava suas pernas de uma forma frenética, estava com medo de nunca ter a mesma oportunidade de novo, se demorasse para que essa oportunidade chegasse ele não conseguiria sair daquela casa nunca, mas ele não queria que alguém perdesse sua vida para ele poder ir embora. Cody acreditava fielmente que Dave mataria quem quer que o vi-se, e podia ser um crença com fundamento, afinal uma pessoa que o mantinha preso naquele quarto e o espancava toda a vez que ele queria ir para casa, não podia ser nem um pouco normal, esse homem era um poço de perigo e maldade, até mesmo seu sorriso amável que encantaria qualquer pessoa na rua, deixava Cody com tremores pelo corpo todo.
Após alimenta-lo e deixá-lo deitado na cama, Dave leva a bandeja e o resto das coisas para a cozinha, trancando a porta do quarto ele lava tudo, e se dirigi ao seu quarto para se aprontar para a chegada de sua tão amada namorada.
Os olhos de Cody passeavam pelo quarto enquanto ele apenas permanecia imóvel em "sua" cama, ele lembrava da voz e do rosto de sua mãe, tentava guardar em sua mente os últimos e mais divertidos dias que teve com sua mãe, mas ao mesmo tempo não queria guarda-los, pois foi nesse mesmo dia que ele foi sequestrado, e privado de sua liberdade, e tirado dos braços de sua mãe.
*Obrigada por lerem, meu primeiro recorde, 1623 palavras num prólogo kkk, mas bem se tiverem gostado sem votos e comentem, e novamente obrigada por lerem!*
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𝑸𝒖𝒂𝒍 𝒂 𝒄𝒐𝒓 𝒅𝒐 𝒄𝒆́𝒖? (𝓋ℴ𝓁𝓊𝓂ℯ 𝐈)
Horror༆-𝑟𝑒𝑠𝑢𝑚𝑜: ➪ 🥀 "𝐸𝑖, 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑒́ 𝑎 𝑐𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑐𝑒́𝑢? 𝐶𝑜𝑚𝑜 𝑠𝑎̃𝑜 𝑎𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑒𝑙𝑎𝑠 𝑣𝑖𝑠𝑡𝑎𝑠 𝑑𝑎𝑖̀? 𝑉𝑜𝑐𝑒̂ 𝑢𝑚 𝑑𝑖𝑎 𝑝𝑜𝑑𝑒 𝑚𝑒 𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎𝑟?" ☾︎☾︎☾︎ت︎ ❥︎𝙃𝙞𝙨𝙩𝙤́𝙧𝙞𝙖 𝙚 𝙥𝙚𝙧𝙨𝙤𝙣𝙖𝙜𝙚𝙣𝙨 100%...