único: ele abre, ele fecha

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Era incrível como, em um ambiente lotado, aquele garoto, entre tantos outros, era o que atraía a atenção de Jeon Jungkook. O rapaz de dezessete anos sentia que podia ficar por horas o observando e nem perceberia o tempo passar. Na sua opinião, Park Jimin era todo hipnotizante.

Pera, pausa a narrativa. Não leve as palavras acima ao pé da letra, por favor. Se você acha que há romance envolvido, sentimentos ou qualquer merda parecida, dê a volta e saia. Jeon Jungkook se recusava a pensar nessas viadagens. Mas calma, calma, há uma explicação muito lógica para tudo isso.

Park Jimin, o Menor da Baixada, como era conhecido pela galera do bairro, tinha o que nenhum outro garoto ou garota da cidade inteira sequer chegava perto de ter. Quer dizer, chegar perto até que sim, mas Park Jimin continuava sendo único aos olhos do jovem Jungkook.

Os cabelos descoloridos, antes pintados de vermelho, eram sedosos demais para quem passava descolorante na cabeça todo mês. Não, aquele brilho de propaganda da Pantene era surreal. Aquela boquinha carnuda então… uau, dava inveja nas gurias que pareciam fazer o desafio labial da Kylie Jenner. Vamos falar dos músculos, sim? Ah, sim, os músculos… Park Jimin malhava, era perceptível. Malhava e malhava muito, tanto os braços quanto as pernas. O Menor da Baixada tinha um corpão de violão, este que Jeon Jungkook tocaria até o amanhecer se tivesse a chance.

Nah, mas ainda não era bem o que atraía a sua atenção. Aquele jeito durão de Jimin que fazia Jungkook se derreter todinho e se esvaía completamente quando o DJ soltava o som, sim.

Nas ruas, com regatas e bermudas sarja, quem via nunca imaginava quem Park Jimin era de verdade. Jeon Jungkook era um dos que tinham o prazer de saber exatamente o que o loirinho escondia. E tudo isso os levava até o baile funk da grande capital carioca.

Ao contrário de Jimin, Jungkook não vivia largado. Seu nome não era conhecido por vários, ele não vivia na farra, mas sim estudava para ir para uma boa faculdade e se esforçava para ter um futuro decente. Foi depois da primeira escapada de casa que as coisas mudaram.

Quando viu o que o tão falado Park Jimin fazia, foi à loucura. Parece exagero, não? Experimenta encarar um gostoso daqueles rebolando até o chão ao som de um funk gostosinho pra ver. O que os membros definidos do rapaz faziam, suas nádegas faziam em dobro. Era sensacional como seu quadril parecia ter vida própria, como ele empinava e rebolava ao som do MC Delano.

Sempre que seus olhos caiam sobre aquele rabetão, Jungkook jurava que seu pau dava um giro de 360° e batia na testa. Conhecia a coreografia, tanto que era um grande fã do Youtuber Daniel Saboya, mas não dava nem para comparar.

Já frequentador assíduo dos bailes, a maior diversão do garoto Jeon era assistir ao showzinho de Jimin. Não tinha nada que o distraísse: nem uma das Meninas Maravilha, o maior bonde dos bailes, nem nada. Nem se a tiazinha da praia aparecesse ali gritando “Olha o pasteeeeeeel!” ele daria moral.

Foi em uma das noitadas que Jungkook tomou coragem. Cansado de só olhar aquela tortura e não fazer nada, colocou o máximo de Brahma possível pra baixo e tacou o foda-se.

Como sempre, Park Jimin era o centro das atenções. Não importava quantas vezes aquela música tocasse, ele sempre estaria lá, fazendo seus movimentos. Parecia que, mesmo cercado de gente, Jimin estava sozinho, todo cremoso, rebolando e bebendo sua costumeira Skol Beats. Isso até a batida começar.

“Ela quica, ela para, rebola, ela trava, ela abre, ela fecha, na ponta ela fica. Ela quica, ela para! E trava, ela abre, ela fecha, na ponta ela fica.” E Jimin seguia direitinho a coreografia. Não se importava se os pronomes eram femininos, apenas colocava os glúteos redondinhos para funcionar e “na ponta ele ficava”. E quicava. Ô se quicava.

Jungkook chegou por trás, aproveitando que o refrão ainda não tinha chegado, e colocou as mãos na sua cintura, o ajudando com os movimentos. Quis tirar quando pensou estar sendo invasivo demais, mas Jimin só continuou a dançar. Jungkook, meio acanhado, mas ainda assim não tanto por estar mais solto, o acompanhou.

— Pensei que ficaria na arquibancada para sempre — Jimin falou. O som estava alto, mas Jungkook o ouviu perfeitamente. — É difícil não reparar quando o seu fã número 1 baba por ti toda noite, sabe?

Jungkook suspirou, mas não deu espaço para a vergonha tomar conta de si.

— É difícil não babar quando o jogador entra em campo — retrucou. — Sabe, a torcida vai à loucura.

Jimin pareceu satisfeito ao ouvir aquilo, pois soltou um risinho baixo. Não era de hoje que percebia os olhares famintos da parte do moreno, mas não negaria que adorava um bom jogo. Jungkook que viesse até ele se quisesse.

— Hum, garoto. — Deu um sorriso malandro, este que não foi visto por Jungkook, que permanecia atrás de si. — Temos vários jogadores por aqui, não?

— Talvez eu tenha o meu favorito — disse soprado próximo ao seu pescoço. — Sabe, ele é muito bom nisso e sempre tá com a bola… não tem como desviar o olhar.

Jimin se aproximou mais do seu corpo, a ponto de ficarem colados.

— A torcida incentiva — provocou, diminuindo os movimentos e se preparando para o refrão. Quando chegou, quicou em um movimento brusco, rapidamente voltando a ficar de pé. Apoiou as mãos nas coxas, empinando de forma que suas nádegas de encaixassem perfeitamente no quadril de Jungkook. Rebolou, fazendo o moreno arfar, e desceu novamente, dessa vez mais devagar, abrindo e fechando até estar apoiado nos tornozelos. A segunda parte veio em seguida, o fazendo se voltar para um Jungkook ofegante e abalado. Repetiu os movimentos anteriores, fazendo questão de fitar o maior nos olhos quando desceu e quicou. Antes de se levantar, colocou a língua pra fora e simulou uma lambida no volume visível na calça do Jeon.

Jungkook, tomado pelo tesão, novamente o tomou pela cintura, aproximando seus rostos, ainda sem quebrar o contato visual. Era incrível ver Park Jimin dançar de longe, mas de perto era melhor ainda. E como era.

— Acredita que eu tenho vontade de aprender a dançar tão bem quanto você? — perguntou baixinho, levando uma mão até os cabelos alheios e os puxando, fazendo Jimin deitar a cabeça para trás e seu pescoço ficar visível. Passou o nariz pela pele.  — O que acha de irmos a um lugar mais reservado e você me ensinar direitinho? Quem sabe mais de perto eu aprenda…

Jimin abriu um sorriso malicioso, voltando a olhá-lo nos olhos.

— Com todo o prazer, garoto. Temos a noite inteira para isso. 

olá!!!!!

pra começar, espero que tenham gostado. essa OS não é nova e só agora eu percebi que ela não estava postada aqui, por algum motivo.

não sei vocês, mas a imagem mental que eu tenho do jimin dançando delano é simplesmente PIKA. curtiram a temática brasileira?

obrigada por lerem! caso queiram conversar comigo (adoro conversar), venham no meu twitter (@intohobi).

na ponta ele fica × jjk+pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora