Nicole estava no comando da nave, depois de captar a fabulosa esfera no radar há poucas horas de distância, acordou o parceiro usando os alto-falantes da nave. Queria ter certeza de que a esfera estava intacta e enviou uma sonda para analisar, após o pequeno equipamento aproximar-se e enviar de volta as imagens da superfície lisa e dourada, ela alegrou-se, no entanto, achou estranho o fato da sonda aproximar-se tanto sem receber nenhum tipo de interrupção.
A porta deslizou e por ela entrou Rodrigo nadando em direção à sua poltrona. Sentou-se, prendeu-se com o cinto e verificou os dados nas telas.
— O que temos?
— Uma esfera dourada. Uma analise superficial mostrou que é feita com ligas de trívio e ouro.
— Algum sinal de rádio, raio-x, eletromagnético, cronitons, flaquions...
— Não. Nenhum sinal... — respondeu Nicole em tom desolador.
— Merda! — gritou Rodrigo estapeando o painel de controle holográfico. — Precisamos ter certeza. Vamos chegar perto e enviar sinais em todos os canais e bandas.
— Você é que manda.
Enquanto Nicole acelerava a nave, Rodrigo enviava uma mensagem de saudação usando todas as bandas e canais que dispunha no sistema de comunicação da nave, mas não conseguia resposta. A nave aproximou-se até pousar na esfera, e nenhum contato foi feito. Eles ficaram lá por longos trinta minutos, sem se mexer, sem falar, sem fazer absolutamente nada além de respirar e observar.
— Vou descer — disse o rapaz demonstrando total impaciência.
— Tome cuidado!
Após todos os preparativos, ele estava pronto. Dentro do traje branco com faixas azuis nas pernas e nas costelas, segurando uma maleta com equipamentos de sondagem e comunicação, aguardava a abertura da comporta além da rampa, para que pudesse saltar para fora da nave. A comporta abriu-se lentamente revelando a superfície dourada iluminada pelos holofotes da nave.
Ligou as botas magnéticas e caminhou para fora da nave. Pisou na superfície dourada e seguiu até uma torre de comunicação instalada ao lado de uma usina de força, que ele julgava ser alimentada pela estrela no interior da esfera, ou algum tipo de material radioativo. Aproximou-se da torre e notou um painel preto com símbolos verdes mutáveis. Funciona. Pensou ele e abriu sua maleta para procurar o tradutor universal. Apontou o aparelho para o sofisticado equipamento e obteve a informação que procurava.
— É um código antigo dos Centaurianos — disse ele pelo rádio.
— Tão dentro assim da galáxia? Que estranho. Mas e aí, está ativa?
— Parece que não. O código foi atualizado há dez anos, a última mensagem recebida foi há doze, e enviada há oito anos. Depois disso, inércia total.
— Sabe dizer em que condições está a estrela?
— A mensagem enviada diz que estava à beira de um colapso. Diz que se ela colapsar destruirá a esfera e afetará a outra estrela.
— Ual! Como assim? — Nicole apresentava real interesse por aquelas informações.
— Bem, é estranho. Existe um artigo aqui, difícil de traduzir... O pouco que posso ler explica que a estrela contida nessa esfera não é oriunda desse sistema, mas sim de Cepheus... Ah, meu Deus!
— Tá me zoando né? Como é que fizeram isso?
— Não sei. Mas estamos sobre a RW Cephei...
— Assustador. Ainda assim, não entendo como o colapso dela afetaria a Última.
— Nic... Eu não sei se você será capaz de imaginar isso, mas essa porcaria de esfera abriga um triunvirato. Cephei é a maior, mas ao redor dela está Canis Majoris e KY Cygni.
A pausa foi longa. Nicole não conseguia imaginar algo tão assustadoramente grande e impensável. Ela procurou analisar com a sonda, mas não conseguia captar nenhum sinal vindo do interior da esfera.
— Rô... Se uma delas colapsar, o trio afunda junto. Aí sim essa esfera se parte e a explosão empurraria a Última para dentro do buraco negro num piscar de olhos.
— Sei disso... Como é que tiveram coragem de fazer isso? Será que ninguém nunca se importou com as estrelas se apagando? Mesmo quando só restava uma?
— Cada Esfera construída via menos estrelas que a anterior, se essa foi a última a ser construída, não tinha mais uma consciência a ser despertada. Eles deviam acreditar que mantendo a energia das estrelas presas, poderiam sobreviver ao isolamento por conta da expansão. E talvez por isso criaram esse sistema artificial com as maiores estrelas que conseguiram capturar.
— Desespero... Mas para onde foram todos? Espera...
— O que foi?
— Estou recebendo uma mensagem...
— Mas nem fod... — Nicole mordeu os lábios e fixou os olhos nas telas. — O que diz? De onde vem?
— Nic... Vem de dentro da Esfera. Vou traduzir. — Rodrigo observava os símbolos emitidos na tela do equipamento mudarem com a ajuda do tradutor universal. E logo, toda a mensagem estava pronta para ser lida. — Nic... Escuta isso. Percebi que alguém se conectou no meu equipamento de comunicação. Se você for real, convido-o para entrar pela comporta Y, ao lado esquerdo da torre, é grande o suficiente para um cargueiro Beltegeusiano, se sua nave for maior que essas proporções, use um módulo de emergência, mas venha. Gostaria de conhecê-lo. Atenciosamente: Chester Bennington.
— Ual... Que maravilha. Viu? Eu estava certa. Será dessa vez. Tudo vai dar certo.
— Espero que esteja certa, mais uma vez, só mais uma vez. Estou voltando, vamos entrar.
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Oiê pessoas lindes!
Como está o nível de curiosidade de vocês? Espero que alto, porque agora os eventos vão pipocar na sua tela.
Deixe seus comentários e votinhos marotas, tábom? Incentiva a autora =^.^=
Beijos da Pri!!!
xoxo
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One more light
Science FictionNum futuro absurdamente longínquo, dois astronautas vagam pelo espaço em busca de respostas para conter a entropia desenfreada causada pela própria humanidade. Durante a viagem e suas descobertas, eles são arremessados contra suas próprias crenças...