O Caderno de Juyu [I]

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          "Onde estão eles? Os deuses que nos prometeram a felicidade, que disseram que nós iríamos ser felizes, sumiram? Eu me sinto cada vez mais excluído da sociedade que crê neles, porque já não creio nesses senhores. Minha alma está me guiando a um lugar melhor, mas eu não consigo achar este lugar, seria ele em Paris, Nova Iorque ou aqui mesmo? Não sei, mas se tem algo que tenho certeza, é que estou perto de lá.".
          A cada vez que eu leio isso me sinto mais motivado a sair daqui, porque sei que ele estava falando deste lugar que vivemos, a sociedade excluída: Tini Paenga.
          Aqui é um lugar muito aristocrata, mas tenho sorte, pois nasci na nobreza, mas sinto pena daqueles que não tiveram o mesmo fado que eu tive. Eles são forçados ao trabalho escravo e infelizmente, somos nós que mandamos nessa escravidão. Aqui é uma sociedade independente, criamos e exercemos nossas próprias leis, sendo uma delas:
- Aqueles que não aceitam a escravidão, ou se recusam a comandá-la, devem ser imediatamente submetido a perda de cargo nobre e perder todos os seus pertences, incluindo manufatura, casa, roupas e outros bens pessoais.
          Quando digo que aqui não é bom lugar, não minto. O sistema de educação é diferente para as duas classes sociais, a nobreza tem aulas muito mais avançadas que as dos pobres/escravos. Sim, por mais que eles sejam escravos, ainda têm o direito à educação, por conta de uma das leis do Estado, que é:
- Aqueles escravos cujo têm capacidade para se tornarem Senhores de Engenho por ter o conhecimento suficiente que os outros possuem, podem sim se tornar um nobre e receber um próprio engenho, com escravos que o mesmo comprará de outros engenhos.
          Pelo menos isso me deixa com esperança que um dia esta aristocracia que eu vivo um dia irá se tornar pó diante a Republica que um dia irá se estabelecer em Tini Paenga. Mas esse momento está demorando, e isso está me preocupando de mais.
          Este meu caderno irei fazer minhas anotações pessoais, o que acho sobre tudo o que acontece aqui e minha opinião perante a isso que vivemos. Espero que ninguém encontre-o, pois se encontrarem irei me ferrar de uma maneira nunca vista antes por alguém da minha família nobre. Irei manter esse caderninho em sigilo por enquanto, mas quando a República chegar, eu vou mostrar isso a todos, sem exceção. 

Uma Sociedade Excluída das OutrasWhere stories live. Discover now