Era mais um dia comum na vida de Kim Taehyung, um morador de uma cidadezinha monótona com um pouco mais de três mil habitantes. Naquela região todos se conheciam, ou melhor, quase todos, afinal o de madeixas castanhas não conhecia muitas pessoas, tampouco tinha amigos por aquelas bandas.
Era muito reservado e antissocial, não saia com ninguém, quando não estava trabalhando estava em casa jogando algum jogo online ou assistindo séries no Netflix junto de seu gato Mimi. Poderia dizer que seu gato era seu único amigo.
O relógio marcava 19h25min quando as luzes do mercadinho onde Taehyung trabalhava apagaram-se, e não só do estabelecimento mas de toda a cidade. Era um blecaute. Resmungou enquanto ia em direção à pequena sala atrás do balcão onde atendia para pegar uma lanterna.
Assustou-se quando, ao pegar a lanterna, fora possível ouvir gritos e pedidos de ajuda. Por Deus, era um blecaute, os rebeldes saqueariam tudo e seu patrão com certeza o demitiria. Seria o fim da linha.
Com isso em mente, o Kim correu até os portões do estabelecimento, deu uma pequena espiada na rua completamente escura e sem pestanejar trancou tudo. Desligou a lanterna e ficou olhando para a rua por uma brecha com a respiração descontrolada enquanto tremia de medo. O pior não seria ser demitido, seria morrer nas mãos daqueles rebeldes sem piedade alguma.
Alguns minutos depois a energia voltou e a polícia apareceu, dois dos rebeldes foram levados na viatura e todos ali poderiam ficar mais calmos. Não iria abrir o mercadinho novamente naquele dia, pegou suas coisas e foi para o ponto de ônibus ansiando sua cama macia e uma xícara de seu chá preferido; hortelã.
~×~
Uma semana se passara depois do blecaute. Taehyung que antes tinha os cabelos naturais da cor castanha, optara por ser loiro novamente como na época do colegial, tinha saudades de como eram as coisas naquele tempo, não precisava trabalhar, sua falecida mãe sustentava a casa sozinha.
Eram tempos que não voltavam mais. A mulher tinha um bom emprego e ganhava muito bem, mas o recém loiro nunca deu valor e nunca quis ir para a faculdade, e agora se encontrava com seus 23 anos trabalhando em um mercadinho numa cidadezinha de merda no interior.
Foi tirado de seus pensamentos quando uma mulher de cabelos longos esbarrou nas latas de feijão, fazendo um barulho alto e uma completa bagunça. Pelo que pode ver algumas poucas latas tinham se aberto e sujado o chão.
— Preste mais atenção, senhora. Tsc! Terei que limpar tudo isso agora — falou aborrecido imaginando a bronca que levaria do seu patrão.
A mulher nada disse. O Kim, ao olhar para ela, percebeu que uma de suas pernas estava banhada de sangue, e segundos depois ela começara a se contorcer no chão e espumar pela boca.
— Puta merda! Socorro! — gritava por ajuda enquanto tentava segurar a cabeça da mulher que parecia estar tendo uma convulsão, mas ninguém apareceu. — Senhora, por favor, aguente firme!
Seus olhos já começavam a lacrimejar quando a mulher enfim parou de contorcer-se. Receoso, baixou sua cabeça até encostar no peito alheio e percebeu que o coração não estava mais batendo. Seu desespero aumentou.
Correu para pegar o seu celular que se encontrava em cima do caixa, e de costas para o corpo da mulher no chão, tentou ligar para ambulância. A linha estava ocupada, porém.
Xingou mentalmente tentando ligar novamente, mas não estava dando certo. Até que ouviu murmúrios vindos da mulher caída, e além disso, seus dentes estavam batendo com força. Franziu o cenho achando aquilo tudo muito estranho e assustador, mas foi caminhando lentamente até o corpo. Ao chegar próximo bastante o loiro agachou-se.
— Senhora, está t-tudo bem? — gaguejou. A mulher ao ouvir sua voz direcionou seu olhar ao jovem agachado que teve o rosto invadido por um semblante de horror ao notar seus olhos completamente brancos.
Soltou um grito e acabou por cair no chão quando a mulher avançou em cima dele. A mesma tentava mordê-lo e o Kim só gritava pedindo ajuda. Não queria usar sua força contra uma mulher, mas naquele momento era preciso, afinal ela estava louca.
Empurrou ela com todo a força que podia e correu para trás do balcão, logo sendo seguido pela aquela louca que o atacara. A porta da pequena sala estava aberta, teve a ideia de trancá-la lá enquanto chamava a polícia. Quando a mulher avançou novamente em cima do loiro ele a jogou dentro da sala, derrubando algumas ferramentas que haviam lá dentro. Não tardou em trancar a porta que era esmurrada e chutada pela mulher.
Ainda assustado, Taehyung pegou seu celular e correu para procurar alguém que pudesse o ajudar. Mais ao longe podia ver algumas pessoas... Correndo? Por que elas estavam correndo e gritando?
— Por favor! Preciso de ajuda! — pedia quando aquelas pessoas passavam por ele, mas nenhuma parou.
Contudo, um carro preto que vinha da mesma direção que as pessoas parou. Taehyung agradeceu aos céus por finalmente alguém ter parado para enfim ajudá-lo, mas suas preces foram interrompidas quando um homem de cabelos negros vestido com roupas de cores escuras e carregando uma arma saiu do carro. Fudeu.
Ele estava causando terror àquelas pessoas? Obviamente não deixaria o loiro vivo, afinal ele poderia denunciá-lo
— Não me mate, eu te peço! — o Kim pediu com os olhos arregalados e mãos para cima, seu corpo suava frio e tremia todo.
— Matar você? Por que eu faria isso, seu idiota? — o homem falou em desprezo — Você foi mordido?
— Hein? — Taehyung franziu o cenho baixando as mãos.
— Mordido. Você foi mordido? — perguntou já sem paciência, aparentemente — Não temos tempo, só me responda.
— Não — foi a única coisa que conseguiu dizer, estava em choque com aquilo.
— Ótimo. Sua roupa está suja de sangue, agora entre no carro.
— Entrar no carro? Eu nem te conheço, e preciso falar com a polícia. Uma mulher louca me atacou e a tranquei numa sala no mercado, esse sangue é dela — falava rápido sem nem sair do lugar onde estava, ignorando o fato de estar sujo de sangue alheio.
— A polícia não pode fazer mais nada, estão quase todos mortos — aquele informação chocou Taehyung. Ele abria e fechava a boca várias vezes sem saber o que de fato responder — Entre logo, porra, te explico no caminho. Temos que sair logo daqui se não quisermos morrer.
Sem mais pestanejar, o loiro entrou no carro sentando no banco do passageiro, estava com medo de que se não obedecesse o homem ele poderia lhe dar um tiro. Seu medo só aumentou ao olhar para o banco de trás e ver mais armas lá. Engoliu em seco.
O homem ao seu lado percebeu e disse que não precisava se preocupar com aquelas armas, elas não seriam usadas contra ele.
— Eu me chamo Jeon Jungkook — o homem disse — e o seu é...?
— Kim Taehyung. Olha Jeon, pode me explicar o que está acontecendo?
— É um vírus. Ele transforma as pessoas em mortos-vivos. Se você for mordido, você se transforma em um deles e só são mortos com um tiro ou impacto muito grande na cabeça — Taehyung ficou em silêncio esperando que o moreno continuasse — Começou há uma semana quando um dos rebeldes pego pela polícia se transformou e matou os companheiros de cela, atiraram em todos, mas de alguma forma esse vírus se espalhou, e agora temos que sobreviver a esse inferno na terra.
Essa é a primeira vez que publico no wattpad, espero que dêem amor a essa fic.
Ainda não sei a frequência das postagens dos capítulos, então, aguardem o próximo, não demorará muito.
Perdoem-me por quaisquer erros.
Até o próximo capítulo.
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Inferno na Terra • taekook
TerrorTaekook | terror | sobrenatural | +18 Onde um vírus desconhecido está matando todas as pessoas de uma cidadezinha pacata, entretanto, elas não continuam mortas. - É um vírus. Ele transforma as pessoas em mortos-vivos. Se você for mordido, você se tr...