Rhianna estava no sinal. Chovia a cântaros e o vento fazia com que a chuva batesse no carrinho de Nicky.Olhou dos dois lados antes de atravessar , quando se adiantou, os olhos cegos pela chuva...O cantar de pneus , um motor a todo vapor e uma batida tão violenta que a jogou para o alto...Depois o impacto do corpo _ e a total escuridão.
Ela se mexeu quando o cérebro lembrou do instante em que tinha sido atropelada, na faixa de pedestres,por um carro a toda velocidade. A sacudidela causou dor, mas sentiu algo muito pior depois.
Uma voz gritando em sua cabeça. Desesperada...
Nicky! Nicky!
Sem parar . Inundando-a de terror e medo.
Alguém pôs a mão em seu ombro. Abriu os olhos. Uma das enfermeiras falava.
_ Seu menininho está bem. não se machucou. Ele está sendo cuidado. Agora precisa relaxar e dormir um pouco. Gostaria de algo para ajudá-la a dormir?
Rhianna tentou mexer o rosto. Mas qualquer movimento era pura agonia. Até mesmo respirar.
_ Não posso dormir! Preciso encontrar Nicky...Eles o levaram. Não vão devolvê-lo.Sei que não vão...!A voz aumentava de volume e o medo pressionava a garganta.
_Claro que vai tê-lo de volta_consolou a enfermeira_So o levaram enquanto você está aqui. Assim que puder sair vão devolvê-lo.
_ Não, aquela assistente social o levou. Disse que eu não tinha condições de cuidar dele, que ele ficaria melhor em uma instituição_ A mão apertou os dedos da enfermeira. Ele é meu filho!
_ Vou lhe dar um calmante_ medo e angústia tomaram conta dela . Nicky foi para uma instituição como a assistente social ameaçara .
_ É óbvio que você não pode cuidar de uma criança. _ o tom condenatorio ressoava lhe na mente.
Meu Deus, porquê?, Pensou Rihanna. Ela havia se sentido mal. Poucos dias se passaram desde o enterro do pai. Tomara uma dose dupla de remédio para gripe que a nocauteara . Quando a assistente social chegou, Nicky , ainda de pijamas, vendo TV com uma tigela de cereal na mão, abriu a porta para a mulher enquanto a mãe dormia na cama inconsciente...
Rhianna sabia que a mulher antipatizara com ela desde o início, quando tinha ido ao apartamento, em um conjunto habitacional, para avaliar se era necessário uma enfermeira. Em tom áspero a mulher disse a Rihanna que seu pai precisava ser hospitalizado. um doente não deveria ficar junto de uma criança pequena, e em caso Rihanna insistisse em se recusar a informar o nome do pai da criança, não poderia esperar que o estado ajudasse a sustenta la no lugar do pai. Nicky ficaria em casa e ela voltaria ao trabalho porque essa era a política do governo.
No final da discussão, Rihanna perdeu a paciência e gritou com a mulher, sem perceber que ainda segurava a faca com a qual descascava cenouras na cozinha antes de ela chegar. Ao ver a faca , ela acusou Rihanna de ser violenta e de tê-la ameaçado com uma arma.
Depois , tudo só piorou . A vida do pai chegava aí fim e ela precisou chamar uma ambulância para levá-lo ao hospital onde ele teve um derrame. A exaustão, a doença,a necessidade desesperada de proteger Nicky doque acontecia deixaram na ainda mais enfraquecida doque estivera nos últimos cinco anos.
E naquela manhã fatal, a assistente social chegou para encontrar Nicky sozinho e Rihanna desmaiada. Foi a gota d'água.
_ Vou lhe tirar a guarda da criança. Antes que algum mau aconteça ao menino devido a sua total irresponsabilidade _ passou o dedo no pó do anti gripal na mesinha- de- cabeceira e cheirou o de forma suspeita, olhando a semiconsciente Rihanna_ Levarei isso para análise, então nem tente esconder as a outras drogas que vem fazendo uso.
Logo que a mulher foi embora, informando que voltaria para apanhar Nicky, Rihanna, fora de si,juntou algumas roupas e foi ao médico, desesperada para conseguir antibióticos bem como uma declaração de que não era usuária de drogas, nem violenta_ qualquer coisa que pudesse usar no juizado. Mas antes que pudesse chegar no consultório , foi atropelada por um carro.
Quando recobrou a consciência, estava no hospital, o corpo em agonia, as pernas e o torso enfaixados, soro nas veias e pulmões em fogo. E Nicky desaparecido.
Nicky.A unica razão de viver, a única luz na escuridão em sua vida. Tinha que consegui lo de volta ! Morreria sem ele . Que sofrimento ele devia estar passando, sem nenhum rosto familiar , sem a mãe para protegê-lo. Apesar do estresse dela e da pressão cuidando do avô temperamental e doente, da falta de dinheiro, da depressão, sem ninguém a quem recorrer, contando apenas com a ajuda do estado.
Mas Nicky não estava morto ! estava vivo e ela aterrorizada com a ideia de nunca te lo de volta. Ele seria entregue para a adoção...
As enfermeiras tentavam ajudar.
_ Não tem ninguém que possa cuidar dele? Amigos , vizinhos, parentes?
As mãos de Rihanna estavam crispadas .
_ Ninguém._ Os amigos tinham se afastado. Não era amiga dos vizinhos, pois estavam muito envolvida com problemas. Era apenas apavorada pela lástima de sua vida.
Uma das enfermeiras voltara a falar . Cuidadosamente
E o pai do seu filhinho?
Rihanna endureceu.
_ Ele não tem pai...
Uma imagem tomou conta da mente como se marcada a ferro.
Queimando a pele , a carne.
A memória...
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Até o fim
Romans_ Sr. Petrakis, desculpe interrompe-lo... O olhar irritado do homem atrás da imensa mesa de mogno voltou-se para ela. _Sra.Carter, eu disse que não queria ser interrompido _ A voz era rude.Por uma fração de segundos, o olhar ameaçador repreendeu_a...