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Capítulo 5ACORDEI ao som de cascalho triturado. Senti uma dor lancinante em minhas pernas e a umidade contra minha pele. Minhas pálpebras estavam pesadas, mas me esforcei para abri-las. Com meu mundo lentamente entrando em foco, vi que o chão se mexia debaixo de mim. Eu pisquei os olhos, tirando o peso da minha cabeça. Eu estava sendo arrastada pelos braços.
Os mesmos dois guardas do templo que haviam me deixado inconsciente estavam me arrastando como um cadáver. Parte do meu corpo era arrastada no chão duro, enquanto rochas e terra rasgavam minhas roupas e minha carne. À
medida que ficava mais consciente, mais dor eu sentia e mais eu desejava poder voltar a ficar inconsciente. Eu gemia quando mais e mais feridas se abriam em minha perna.
Assim que me ouviram, eles me soltaram.
Meu queixo bateu no chão duro, e eu provei o sangue em minha boca. Eu me retorci de dor. Então, me lembrei do que haviam feito a mim, ao meu rosto, e fiquei surpresa de não estar sentindo mais dor. Talvez eu estivesse errada. Talvez eles não tivessem me batido tanto quanto eu havia pensado. Tecnicamente, eu ainda devia estar inconsciente.
Eu estava quente demais. Seria uma febre por infecção? Eu nunca havia me sentido assim antes. Eu nunca havia estado doente um dia sequer na minha vida.
— A vadia está acordada — disse um dos guardas. — Levanta e anda.
Estamos cansados de arrastar o seu traseiro por aí. De pé.
De alguma forma, me arrastei até me levantar. Qualquer coisa era melhor do que ser arrastada. Minha cabeça estava pesada e leve ao mesmo tempo, e minhas pernas queimavam em protesto. Eu olhei para baixo e engasguei. Minha roupa e parte da minha túnica estavam retalhados e cobertos de sujeira e sangue. Minha carne exposta estava rasgada e coberta de matérias-primas. Engoli meu pânico e olhei ao redor.
Eu pisquei com o brilho do sol. Imediatamente reconheci onde estávamos. Os altos muros de pedra, os jardins bem cuidados, gloriosos, os edifícios radiantes de pedra, o ar limpo e as ruas impecáveis, tudo me dizia que eu estava na Cidade das Almas. A única coisa fora do lugar era o longo rastro de sangue que marcava a estrada atrás de mim - o meu sangue.
Uma lufada de carne assada quase me pôs de joelhos novamente. Minha boca se encheu de água e meu estômago doeu. Minha garganta queimava tanto quanto as minhas pernas. Eu precisava de água mais do que eu precisava de comida. Eu não sabia há quanto tempo estava inconsciente. As sombras curtas ao longo dos edifícios mostravam que não era meio-dia ainda. Eles provavelmente haviam me tirado do Fosso assim que terminaram de me bater.
Algo forte acertou minhas costas. Eu usei minhas mãos para amortecer minha queda, e amaldiçoei o fato de que minhas mãos estavam tão rasgadas e sangrando tanto quanto as minhas pernas.
— É melhor se acostumar com as surras, vadia. Isso não é nada com o que sobrevirá a você.
Eu me virei com raiva, mas fiquei paralisada quando a ponta de uma espada foi apontada para meu rosto.
Eu podia culpar o Jack Louco o quanto quisesse, mas, no fundo, eu sabia que era minha culpa. Claro que ele havia me enganado, mas eu havia sido imprudente.
Eu sabia que havia cometido um erro ao roubar a coroa.
— Como uma vadia do Fosso coloca suas mãos em uma coroa real, hein?
Pensou que deixaria de se prostituir para virar ladra? — perguntou o mesmo guarda. Seu rosto diabólico era duro e implacável. Anos de batalha se mostravam em seus olhos frios e brilhantes. Ele dividiu uma olhada com seu companheiro, e ambos sorriram.
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DONZELA DE AÇO livro 01 reinos divididos (Kim Richardson)
AdventureAutora: kim Richardson ●○●○●○●○●○●○●○●○●○●○ Em uma terra onde a mágica é proibida e onde sumos sacerdotes cruéis governam, Elena rouba a jóia mais valiosa do império na esperança de vendê-la e começar uma nova vida. Mas ela é pega e o castigo por r...