Kill Me • jjk + pjm

capítulo 11

Eu sabia muito bem quando e onde errei. Foi no momento exato em que deixei Jimin me acompanhar, naquele fatídico dia, a beira do lado Okir. Eu poderia ter muito bem ignorado o estranho doidinho e esquecer que tínhamos acabado de protagonizar um pequeno duelo alí, que inclusive deixou o ele como único ferido.

Coisas como aquela já tinham acontecido comigo antes e eu sabia muito bem o que fazer. Eu poderia ter deixado claro que eu não gostava de companhia e que conseguia muito bem, com toda convicção, ficar sozinho. Eu sei que errei aí, mas sei também, pelo pouco que conheci de Jimin nesses últimos dias, que não tinha chance alguma de me livrar dele e ter ficado só.

Jimin era forte, em todos os aspectos. Claro, eu ainda não tinha presenciado sua força física pessoalmente de um modo que me fizesse afirmar isso com a minha vida, mas sabendo agora de seu passado e de tudo o que aconteceu com os dois, com certeza Jimin era bastante forte, e resistente, ágil e habilidoso também. Sem negar sua persuasão. Mas eram suposições baseadas em relatos, por mais reais que fossem, eu ainda não tinha a real noção. E a dúvida tava martelando minha cabeça de vez em quando. Eu não consiguia não pensar nisso.

Mas, eu tinha a certeza de uma coisa até ali, Jimin era forte quando insistia em algo. Era persistente para um caralho.

Sua força de vontade e sua opinião foram uma das coisas que mais me chamaram a atenção, logo no início. A insistência em usar a minha adaga da sorte, mesmo eu deixando claro que não aprovava a ideia, Jimin não dando a mínima. Quando interferiu no percurso que eu fazia, me fazendo atravessar a cidade desconhecida, fez isso na maior tranquilidade. Me persuadil facilmente, como se ele desse as ordens alí. E deu mesmo.

E esse foi o preço por eu ter deixado Jimin ao meu lado. As consequências vieram como um tsunami, inundando a minha realidade sem pena. E eu sabia, a culpa era minha.

Somente minha.

Agora, eu estava ali, sentindo meus braços sendo puxados pra trás, junto a uma pressão enorme ao redor de meu corpo. Poderia ate dizer que sentia dor, mas minha cabeça estava confusa demais e com meus sentidos bagunçados eu não conseguiam destinguir vozes, nem toques.

Era como se eu tivesse acordado de um sono profundo e me deparasse ali, em um lugar totalmente novo. O corpo lutando pra reconhecer cada alteração do ambiente ao meu redor e confuso demais pra me dar uma resposta adequada.

Mas a dor veio. Assim que forcei os olhos a abrir, senti uma pontada aguda na nuca, bem onde eu sabia que tinha sido golpeado. Gruni baixinho, trincado os dentes, pego de surpresa por meu próprio corpo.

— Acordou, boneca?

Eu sabia que não estava sozinho. Os barulhos ao meu redor me diziam isso assim que minha cabeça começou a funcionar direito. Passos e risadas me cercavam e eu tinha certeza que eles não pertenciam a Jimin, muito menos a Taehyung.

Forçei outra vez os olhos e abri devagar, começando a entender onde eu estava.

Meus braços estavam puxados para trás, presos em um nó, o corpo de Jimin estava atrás do meu, encostando sua costa na minha, mas Jimin não estava acordado.

A casa que tínhamos encontrado estava um pouco mais afastada, dando a entender que passamos a noite inteira alí perto. O lado bom de tudo isso era que agora eu tinha noção de onde estava, não que minha positividade estivesse dando as caras, Deus sabe que não sou uma pessoa muito positiva e longe de mim ser o cara que sempre ver o lado bom das coisas, mas foi inevitável não pensar agora.
 
Só não tinha noção de quem era o cara que me fitava, curvado bem na minha frente, me observando, como se esperasse algo vindo de um de nós.