Após uma boa noite de descanso, retomaram a viagem e seguiram até a famosa Ponte de Caeruleam. Ainda era cedo, e o ar da manhã estava fresco. As folhas das árvores ao redor brilhavam com gotículas de orvalho, enquanto a neblina leve começava a se dissipar, dando sinais de que, em algumas horas, o sol finalmente apareceria.
Quando chegaram à ponte, pararam por um momento, surpresos com a vista de tirar o fôlego. À frente, um mar de tons verdes se misturava com pinceladas de laranja das folhas outonais, como se a paisagem tivesse sido cuidadosamente pintada à mão. Árvores imensas se erguiam em meio à neblina, emoldurando o horizonte.
No entanto, toda aquela beleza contrastava com o perigo à frente. Dois penhascos gigantescos se erguiam, conectados apenas por uma ponte estreita de madeira e cordas gastas pelo tempo. A altura era vertiginosa, cerca de 1.250 metros de queda livre, em uma montanha com mais de 1.600 metros. A travessia não parecia segura, mas, entre todas as opções, ainda era a menos arriscada.
Yoongi se aproximou com cautela e segurou o poste onde as cordas da ponte estavam amarradas.
— Isso é muito alto... — murmurou, olhando para baixo. Viu o rio lá embaixo, serpenteando silencioso entre os penhascos. — Precisamos ir com cuidado.
Taehyung assentiu em silêncio, o vento frio batendo contra seu rosto. Eles sabiam que dali em diante, a jornada ganharia um novo tom, mais perigoso, mas também mais revelador.
Taehyung acariciou com carinho a crina de Epona e a envolveu num abraço apertado.
— Obrigado, Epona. Agora teremos que seguir sem você.
Com um suspiro, soltou as rédeas e deu um leve tapinha em sua garupa. A égua relinchou baixinho antes de virar e seguir sozinha pelo caminho de volta, com passos calmos e confiantes.
Respirando fundo, Taehyung e Yoongi se voltaram para a ponte. Cada passo exigia cuidado absoluto. A estrutura rangia com o peso dos dois, e o vento que soprava entre os penhascos balançava as cordas de forma inquietante.
Mesmo caminhando devagar, a travessia era angustiante. As tábuas de madeira estavam desgastadas, algumas cobertas de lodo, outras tão frágeis que pareciam prestes a se desfazer.
Num instante tenso, Taehyung pisou numa tábua podre que cedeu com um estalo. Sua perna afundou no vazio e ele congelou de medo, os olhos arregalados.
— TAE! — Yoongi gritou, o coração disparado.
— Está tudo bem — respondeu Taehyung, tentando se recompor. Puxou a perna de volta, ofegante, o rosto pálido.
"Não olhe para baixo, não olhe para baixo..." ele repetia mentalmente, lutando para manter o foco.
— Continue, Arqueirinho... estamos quase chegando — disse Yoongi, tentando manter a voz firme, embora o aperto no peito o denunciasse. Ele não deixaria Taehyung cair. Não importava o que acontecesse.
Já estavam quase chegando ao outro lado da ponte quando Yoongi franziu o cenho, olhando para o céu. Uma mancha escura e densa se formava no horizonte, avançando em direção a eles.
— O que é aquela nuvem preta se aproximando? — perguntou, inquieto.
Taehyung lançou um olhar rápido, mas logo voltou a focar nos próprios pés, equilibrando-se sobre as tábuas escorregadias.
— Acho que são apenas pássaros... nada demais — respondeu com um suspiro, mais preocupado com o risco de despencar no abismo do que com qualquer coisa no céu.
Mas Yoongi não se convenceu. Apertou os olhos, tentando identificar melhor o que se aproximava. Seu instinto gritava que havia algo errado.
— Tae, esses não são pássaros comuns... estão vindo rápido demais, e direto pra cá — disse, já puxando a espada da bainha com firmeza.

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AdventureApós a árdua batalha no castelo de Somnium, Taehyung e Yoongi partem rumo à terra natal de Taehyung para reencontrar sua família. No entanto, a travessia por Amicitia se revela muito mais desafiadora do que imaginavam. Entre perigos imprevistos e se...