Lebenslanger-schicksalsschatz

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Nota: essa história foi criada em parceria com maaaryyy(perfil no spirit). Espero que gostem da história. ♡
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Era uma vez Shoto Todoroki, ele era um Príncipe. Herdeiro do reino, mesmo sendo o caçula. Sua vida era perfeita, mas não era exatamente

isso que ele queria. Nos encontramos em um dia comum, que acabou virando o dia mais importante de nossas vidas. O primeiro encontro. A primeira ligação.
Não canso de me lembrar de quando nos conhecemos.
Era uma tarde comum de primavera. Eu estava acabando de arrumar as flores que eu tinha acabado de colher em cestinhas, quando um vulto
passou pela minha janela. Saquei minha espada e rumei para a porta dos fundos.
Com cautela, segui as pegadas do que acabei descobrindo ser um cavalo.
O que acabou me deixando um pouco menos apreensivo com o que eu poderia encontrar. As pegadas davam para o lago. Mas ao chegar lá não achei animal algum. Adentrei mais o local, olhando para os lados e encontrando o animal um pouco abaixo de onde estava. Para a minha surpresa, ele não estava sozinho. Havia um garoto com ele. O cavalo estava bebendo água no lago, e seu dono estava sentado, com a cabeça entre os joelhos. E digamos que aquele garoto era um tanto quanto... diferenciado. Seu cabelo era metade vermelho e metade branco, usava uma blusa de manga longa, com um colete azul escuro fechado por cima, o que indicava que ele não era do vilarejo, indicava ser do castelo.
Então só havia um motivo para ele estar aqui.
"Olá! Você está perdido?" questionei me aproximando ainda mais.
Ele levantou a cabeça, revelando lindos olhos heterocromáticos e uma cicatriz de queimadura do lado esquerdo. Toda aquela mistura de cores
poderia parecer estranha, mas não nele.
"Ah, não estou não. Apenas... vim esfriar a cabeça." Assenti ficando ao lado dele. "Desculpe incomodá-lo. Essas terras são suas?” ele indagou enquanto limpava seu rosto.
“Ah, não, não. Na verdade, não sou dono nem dessa espada direito. Era do meu pai e ele acabou por falecer antes de me dar pessoalmente ela,
então...” disse mostrando a arma e logo a colocando em sua bainha novamente. “Bem, sou Modoriya Izuku." Disse estendendo minha mão para ele "Acredito que já tenha visto você em algum lugar, mas não me lembro onde..." disse meio confuso.
Ele deu uma risadinha e logo em seguida apertou minha mão enquanto falava:
“Sou Todoroki Shoto. É um prazer conhece-lo.”
“O prazer é meu, senhor Todoroki. Você realmente me parece familiar, ainda mais com esse nome. Que raiva, sinto que está na ponta da língua...”
"Uhm, talvez você já tenha escutado meu nome seguido ou antecedido por príncipe, herdeiro ou majestade?"
Acredito que minha boca formou um perfeito "O". Como posso ser tão insolente? É literalmente o príncipe, droga!
"Aa-ah, perdoe-me, vossa majestade. Não sou muito de sair da minha bolha.” Disse enquanto fazia uma reverência. “N-Não que você não seja irreconhecível, quer dizer, ninguém conseguiria te esquecer...digo, você não seria um sujeito que passaria batido, mesmo não sendo importante...digo...Ah! Até me perdi. Desculpe!"
Silêncio. Pelo menos ele não estava pegando a espada para cortar meu pescoço. Menos mal.
Foi então que ele começou a rir. Gargalhar seria a palavra correta.
Olhei confuso para ele. O que o fez limpar a garganta e respirar fundo para se acalmar.
"Perdoe-me, senhor Midoriya. Mas creio que isso nunca me aconteceu antes... Sabe, todos lembram de mim. Quando eu me apresentei foi como uma piada... Enfim. Não se desculpe. Eu não ligo para esse título idiota. Na verdade, daria de bom grado meu título para qualquer um que aparecesse na minha frente! Esse é um dos motivos que me trouxeram até aqui. Agora vamos, levante-se."
"Gostaria de conversar sobre isso?" questionei enquanto arrumava minha postura.
Ele me fitou por alguns segundos e disse:
"Bem, primeiro creio que deva sentar ao meu lado para conseguirmos ter qualquer conversa." acomodei-me ao seu lado e esperei ele começar a
falar sobre seus problemas. "Perdoe-me, mas creio que me abrir para um estranho não seja o mais indicado para ninguém, não?”
“Ah, você me deixou sem graça agora. Perdoe se eu invadi sua privacidade, é costume, desculpe.” Falei coçando a nuca sem jeito.
Ele me encarou por algum tempo, foi como se ele conseguisse ver minha alma. Logo ele olhou para o horizonte e, para a minha surpresa, começou a falar:
“Nunca fui exatamente fã do meu pai. Sempre estivemos em pé de guerra. Mas hoje foi a gota d'água. Ele inventou de prometer que me casaria com Yaoyorozu Momo. Não que eu não goste dela, ela é uma das pessoas mais incríveis que eu conheci. Mas...creio que não daríamos certo."
"E por que não?"
Ele me fitou por alguns segundos, logo balançando a cabeça e fazendo um gesto de "deixa para lá" com a mão.
"Depois que ele me contou do acordo com o outro reino, eu sai correndo com meu cavalo. Creio ter feito Iida se perder no caminho... Mas e você? Como é a sua vida?"
"Bem... É completamente diferente da sua. Eu cuido da floricultura junto de minha mãe, mas também treino para ser um cavalheiro. Igual meu pai era. Vivo meus dias tranquilamente, junto de minha mãe e de meus amigos... Creio que não tenho nenhum problema relevante. Sou bem tranquilo, por assim dizer. Iida é meu amigo. Ele acabou treinando na mesma classe que eu para ser cavaleiro, mas ele já foi para o castelo, como você bem sabe. A família dele é toda de cavalheiros então eles deram uma mãozinha..."
"Entendo, ele é um cara bacana. Apenas um pouco... regrado de mais, eu creio.”
Nesse momento ouvimos um galopar, notei que ele ficou meio apreensivo.
Em poucos minutos, Iida surgiu do meio das árvores, com um cavalo cinza e uma armadura de cavalheiro.
“Senhor Todoroki, pelo amor dos deuses, nunca mais faça isso. E se eu realmente não conseguisse mais te achar? Ia acabar morto, ou pior, desempregado.”
“Calma, Iida. Eu estava bem acompanhado.” O Bicolor disse enquanto meneava a cabeça em minha direção.
“Oh! Deku! Quanto tempo meu amigo!” Ele veio até mim e me abraçou apertado, eu logo retribui o aperto.
“Deku?” Shoto indagou confuso.
Separei-me do maior e respondi meio sem jeito.
“Eu tenho um amigo de infância, ele é meio esquentado.”
“Esse apelido foi ele quem deu.” Iida completou “E acabou pegando.”
“Ah, claro, claro.”
“Vossa majestade, receio que já tenhamos passado tempo demais longe do palácio. Sei que o senhor não gostaria de voltar lá, mas é necessário.” Iida disse meio receoso.
O Bicolor assentiu e rumou para o cavalo, fazendo com que Iida fizesse o mesmo com o dele.
“Gostaria de uma carona, verdinho?” Shoto questionou.
“Oh, não. Não quero atrapalhar. Minha casa é bem perto daqui, vou caminhando mesmo, não se preocupem.”
“Não será incomodo, baixinho. Passaremos em frente à sua casa de qualquer modo.” Iida disse
“Bem, sendo assim, uma carona é sempre bem-vinda.” Disse.
Todoroki então me estendeu sua mão e me ajudou a subir no cavalinho branco.
O caminho até minha casa foi tranquilo, Iida foi me contando as novidades, enquanto eu contava um pouco das minhas. Shoto permaneceu calado, apenas rindo de vez em quando de algum caso.
Ao chegarmos, descemos todos dos cavalos.
“Foi bom te rever, amigo. Vai demorar para você aparecer no castelo?”
Iida questionou enquanto apertava minha mão.
“Foi bom te rever também, faremos uma reunião esse final de semana. Vê se aparece. Não tanto, o teste está chegando. Mas não sei se quero ir ao castelo, talvez eu fique protegendo o vilarejo.”
“Entendo, verei se apareço. A Mei vai?” ele questionou corando um pouco
“Vai, vai.” Respondi rindo
“Ah, mais certeza que venho então. Até lá, Deku-san.”
Disse acenando. Respondi o aceno e me virei para o Príncipe.
“Apareça também. Vai ser legal. Perdoe-me por mais cedo.”
“Não tem problema, verdinho. Vou ver se consigo.” Ele disse enquanto montava no cavalo.
“Ah, alteza! Eu- “
“Não me venha com alteza. Pode me chamar de Shoto, Todoroki, qualquer coisa, menos algo relacionado a isso.”
“Ok, ok. Desculpa. Mais cedo, você disse que não deveríamos contar nossas vidas para estranhos. O que o fez mudar de ideia?”
Ele me olhou e sorriu.
“Apenas... Senti que você era confiável. Sei que não vai contar para ninguém.”
Assenti sorrindo enquanto eles partiam.
“Nos vemos por aí.” Shoto gritou já mais ao longe.
Eu sorri com aquelas palavras. Mas não sabia o quão sortudo eu era por aquela tarde ter acontecido.
Depois daquele dia, realmente nos vimos por aí. Ele veio no final de semana, todos se sentiram super importantes por estarem passando a
noite com o herdeiro. Fizemos com que ele se sentisse parte do grupo, até o explosivo do Bakugou ajudou.
Sempre que podia, o Bicolor ia até minha casa. No começo era estranho abrir a porta e me deparar com ele. Mas logo, era estranho quando não
era ele.
Iida se acostumou a procurar ele lá também. Fiquei mais e mais próximo do bicolor.
Descobri que ele era o quarto filho de um rei tirano, que o obrigava a treinar inumanamente desde os quatro anos de idade. Descobri que a
queimadura no seu rosto foi causada pela mãe dele, e que ele culpava o pai por isso não sua mãe. A cada nova informação, eu me via ficando
mais e mais encantado por ele.
Ironia? O príncipe era ele, mas o encantado era eu. Mas para mim, ele não era o príncipe herdeiro, para mim ele era Shoto. Meu amigo confidente. Meu amor secreto.
Fiz o teste para os cavalheiros. Foi mais difícil do que pensava, porém, não sabia como podia estar esperando menos. Quando acabei, fui direto chorar para Uraraka. Era isso. Eu não seria aprovado e todos esses anos de treino e dedicação foram em vão.
Qual foi minha surpresa ao avistar um animado Toshinori- meu antigo sensei- correndo no dia seguinte até mim com a notícia de que eu tinha sido admitido. Eu chorei, gritei, comemorei, plantei umas flores e comemorei mais um pouco. Não me cabia de tanta alegria.
Quando Shoto veio naquele dia, e eu contei a novidade para ele, fiquei um pouco surpreso por dois motivos, um: ele já sabia, dois: ele tinha
pedido única e exclusivamente para saber do meu resultado para o diretor dos testes.
"Izu, você já decidiu onde vai ficar?"
"Sim. Vou ficar aqui no vilarejo. Perto dos meus conhecidos."
"Oh, entendo. Sabe, se quiser ir para o castelo, vou adorar te dar um cargo de guarda costa particular. Creio que Iida adoraria uma ajuda."
Surpreso com a proposta repentina, fitei-o por um tempo.
"Por que?" Pedi
"Porque o que?"
"Por que se aproximou de mim? Por que voltou depois do nosso primeiro encontro lá no lago? Por que se arriscar a fugir do Castelo só para me ver quase todo dia? Por que? Eu sou só um simples cidadão do vilarejo. Por que gastar seu tempo comigo?"
Ele fitou o lago enquanto pensava. O lago e minha casa haviam virado nossos pontos de encontro. Logo ele me respondeu.
"Lembra quando disse que eu e Momo não daríamos certo?"
"Lembro sim."
"Não daríamos certo não apenas porque éramos amigos desde a infância, ou porque não queríamos nos casar por obrigação. Não daríamos certo por ela já gostar de outra e eu não gostar de... bem, mulheres no geral."
Fiquei perplexo com essa revelação. Como assim gente? Um rei não precisa de herdeiros?
"Está tudo bem? Você parece um pouco abatido." Ele me pediu voltando a olhar para mim.
"Não, é só que... bem, como você terá herdeiros?"
"Oh, não. Não quero filhos. Já tenho tudo arquitetado. Treinarei o filho ou a filha do meu irmão mais velho. Assim o reinado segue
feliz."
"Ah, faz sentido. Mas... o que isso tem a ver com a minha pergunta?"
"Hm? Claro, pois bem... A primeira vez que eu te vi, eu pensei que fosse um anjo. Eu pude sentir a bondade que emanava de você. Achei que fosse coisa da minha cabeça, então queria provar que não era. Quanto mais eu te conhecia, mais encantado eu ficava. Perdoe -me, Izu. Por você eu me apaixonei e não sei como voltar atrás. Eu não consigo te tirar da minha cabeça."
"Engraçado, estou a um bom tempo tentando descobrir como eu tiro você da minha também."
Dito isso, ele me olhou com os olhos brilhando e se aproximou devagar até selarmos nossos lábios. Não sei ao certo quanto tempo ficamos lá, mas saímos de mãos dadas e, depois daquele dia, meu relacionamento imaginário se tornou verídico.
Mas é claro que nada seria raios de sol e borboletas.
Depois daquele dia, Shoto não voltou a me ver. Isso me magoou profundamente e me deixou sem chão. Por que diabos ele não voltava? Teria ele me abandonado?
Percebendo meu descontentamento, minha mãe tentou saber a razão de eu estar tão para baixo. Mas eu não queria perturbá-la com os meus problemas. Sendo assim, ela então chamou Uraraka e Bakugou para jantarem conosco. Isso me alegrou um pouco e depois do jantar, ela me
deixou conversando com eles e subiu para seu quarto.
Os dois notando que ela já tinha se recolhido, começaram a questionar a minha mudança de humor. Então contei tudo para eles. Como esperado, eles pegaram minhas dores e planejaram ir amanhã comigo até o castelo.
Com isso eles se despediram de mim e eu fui dormir para por o plano em prática antes do amanhecer.
Encontrei-me com eles no lago. Subimos no dragão de Bakugou e voamos até o palácio. Ao chegarmos, os guardas nos barraram. Isso gerou uma confusão contendo um Bakugou gritando furioso, uma Uraraka ameaçando a todos com seu cajado mágico, quatro cavalheiros receosos com as possíveis agressões, mas cumprindo seu dever mesmo assim, e um eu semi escondido atrás de um dragão sem saber se cuspia ou não suas chamas.
Seria cômico caso não fosse trágico. Graças  a toda  confusão, mais guardas vieram. Por entre eles, consegui ver o Iida, ele chegou e saiu correndo. Alguns minutos depois, ele voltou junto de Todoroki.
Quando nossos olhares se encontraram, foi como se o mundo tivesse parado e se houvesse eu e ele ali. Mas não durou muito.
“Vossa alteza.” Disse um dos guardas fazendo uma reverência. “Esses bárbaros querem invadir o castelo.”
“Fique tranquilo, Monoma.” Shoto respondeu. “Eu os conheço. Bom dia. Entrem por favor.”
Bakugou e Uraraka começaram a entrar, mas eu ainda estava receoso.
“DEKU! NÃO OUSE FICAR AÍ PARADO!” Não preciso nem dizer quem gritou, né?
Com a menção ao meu nome, o guarda- Monoma, não? – Esbugalhou os olhos e olhou para mim assustado.
“Vossa Majestade, creio que ele não esteja autori-“
“Monoma, fique quieto para eu gostar de você. Vamos Izu, pode entrar.”
Desse modo, adentrei o castelo e me coloquei ao lado de Shoto. El explicou que não havia ido mais me ver pois o pai dele descobriu que tinhamos começado um relacionamento, e fez um chilique digno de cena.
”É claro que meus irmão ficaram do meu lado.” Shoto completou. “Mas mesmo assim, meu pai decidiu deixar o reino para meu irmão mais velho.
Estava planejando te ver esse final de semana. Só estava colocando meu irmão a par de tudo antes.”
Dito isso, entramos em uma sala onde estava todos os irmãos dele. Conhecemos a todos e passamos o dia no castelo, conversando e tomado
chá.
No final do dia, fomos embora com a promessa de Shoto ir me ver amanhã.
Com isso, passei meus dias mais tranquilo e tudo voltou ao normal, por assim dizer.
Realmente comecei a trabalhar no castelo. Além de proteger o meu bicolor, ficava perto dele quase 24 horas por dia. Santo Iida que fazia vista grossa em várias situações e nos acobertava em outras...
Agora, deitado na cama com meu marido, sinto orgulho ao lembrar por tudo que passamos. A desaprovação do pai dele, a aprovação dos irmãos, todos os olhares de repugnância e de alegria. Cada mínimo momento. Eu faria tudo de novo se fosse com ele. Se fosse por ele.
Sorrindo, beijo seus lábios em um terno selinho. Ele desperta, sorrindo em seguida e me puxando para perto.
"Bom dia, vossa alteza."
"Bom dia, majestade"
Todos os contos de fadas terminam com um felizes para sempre. Mas não gostaria que o meu fosse assim, quero ter muitos momentos nervosos e
felizes, não quero ser feliz o tempo todo, isso seria chato... acho o correto seria:

E viveram uma vida agitada e muito feliz juntos.

                                                 Fim.

Koi no yokanOnde histórias criam vida. Descubra agora