"nao confio tanto assim nela"

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Sina Pv

Eu chego em casa feliz.
Feliz? Eu? Feliz?
Sim. Muito!
Quanto tempo que eu nao me sinto assim?
Leve! Sorridente! Nas nuvens!
Jogo minha bolsa em qualquer lugar. Estou me sentindo em um filme. Nao sinto minhas pernas. Parece que estou flutuando.
Tiro toda minha roupa e entro na banheira.
Antes de começar uma pilha de papelada, preciso relaxar um pouco e aproveitar essa minha vibes que raramente tenho.

Mas como eu disse, estou me sentindo em um filme. E em todo filme tem o lado ruim da historia. Eu tenho confiança zero em mim mesma. Enquanto estou na banheira entro no instagram. Vejo Heyoon com as meninas. Ela esta feliz. Mais feliz do que estaria se estivesse comigo? Eu me pergunto o porque dela ter se aproximado de mim. Ela disse que me viu isolada e quis amigar. Por pena? Passo o feed, vejo any com o pessoal do teatro. De novo. Ela esta feliz. Muito feliz. Ela nao sorrir assim quando esta comigo. Sera que ela só vem aqui por pena. Por pena porque eu nao tenho ninguem alem dela. Será que ela conta pros amigos que eu sou solitaria e que ela vem aqui só pra eu nao me sentir só. Eu ate imagino. "Vou só passsar na Sina pra ela nao se sentir só. Rapidinho. Depois saio com vocês." E a cada minuto a alegria que eu sentia quando cheguei foi indo embora.

É sempre assim.

Eu odeio essa montanha de sentimentos, por isso prefiro viver sempre neutra. Sem muitas felicidades. Assim a queda é menor. Desligo o celular e o coloco do lado da banheira. Alguns minutos depois, meu celular toca. Vejo e era meu advogado.

-Alô? - Falo ainda dentro da banheira.

-Desculpa ligar esse horario senhorita Deinert. Mas é importante.

-Tudo bem. Pode falar.

-Seu pai acabou de entrar com um processo judicial contra você e seu estudio.

-O que? - Todo o resto da minha alegria acaba de sair pela janela

-Sim. Ele insinuou que você usou o dinheiro da sua mae para construi-lo antes de entrar na idade que sua mae pedia. No caso, 20 anos.

-Como assim? Ele sabe o tanto que eu trabalhei na merda daquela lanchonete e juntando centavo por centavo.

-Eu sinto muito senhorita. O advogado dele é tao cara de pau quanto ele. Desculpa falar assim. Mas é verdade. Ele conseguiu um extrato da conta de sua mae e constava que você tirou 300 mil de lá. Como se fosse para dar inicio na obra do studio. Obviamente um documento falso.

-Eu nao acredito! E agora?

-Agora, proxima semana terá uma nova audiencia, e espero que peçam pra analisar o documento. E irao descobrir que é falso.

-Se nao descobrirem?

-Infelizmente você sera tirada do testamento de sua mae. E ele ficará com tudo.

-Ok. - eu finjo esta bem. - Entao ate proxima semana.

-Ate Senhorita Deinert. Tente nao se preocupar. Vai dar tudo certo.

-Vai sim! Obrigado.

Eu desligo o celular e o jogo longe de tanta raiva.
Que ódio! Odio daquele homem nojento. Eu passo minhas unhas com força pelas minhas pernas a ponto de as ferir. O ódio toma conta de mim de uma maneira que eu nao penso antes de agir. A lâmina ja estava ali, como sempre. Eu nao faço nos braços, porque nao quero que vejam e tenham pena de mim. Eu faço nas pernas, porque quero sofrer sozinha. Ver as gotas de sangue descer pela minha perna da uma sensação de alivio. Por mais que eu saiba que daqui a meia hora eu estarei me sentindo do mesmo jeito. Mas no momento é o que me da alivio.

Meu celular toca de novo. Eu ignoro. Mas a pessoa insiste. Eu o pego. Estava quebrado porque eu o joguei no chao. Era Any. Otima hora para ligar. Mas eu nao atendo. Ela manda mensagens.

The SolutionOnde histórias criam vida. Descubra agora