Capítulo único

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- Fica parada, Cara de Lua. 

Uraraka estava sentada inquieta em uma cadeira enquanto Bakugou tentava achar o ângulo correto para fazer o undercut.

- Mas e se você me cortar?

- Você ta falando que eu não sou capaz de fazer isso?

- Não… É que…

- Toma essa porra de máquina, quer raspar o cabelo, faz você mesma, que se foda se ficar ruim.

- Mas você prometeu!

- ENTÃO FICA QUIETA OU VAI SAIR TUDO ERRADO. Foi você que disse que queria parecer durona. Eu acho difícil com essas bochechas aí, mas...

- Você ta falando que eu não sou durona?

- VOCÊ SABE QUE NÃO FOI ISSO, PORRA. Você é durona para um caralho, não precisa disso. É só que…

- É só que o que?

- Eu não quero falar, que saco! Me dá logo essa máquina. 

Uraraka sorriu de lado, vitoriosa. Ela podia perceber o bico de irritação e as bochechas coradas de Bakugou. Ela sabia que ele era muito ruim com sentimentos, mas não se importava. Gostava dele mesmo assim. 

Ele passou a máquina cuidadosamente por toda a lateral direita da cabeça dela, deixando as mechas grossas de cabelo castanho caírem pelo chão. Se afastou ao terminar, deixando o aparelho sobre a mesa e olhando cuidadosamente para o corte. 

- Pronto. 

Uraraka passou os dedos pelos cabelos raspados sentindo a diferença. Jogou o restante de lado e se admirou no espelho. 

- Os vilões vão tremer quando me virem agora!

- Eles já tremem.

- Eu sei, é que...

- Se você acha que vai conseguir chutar uns traseiros com mais confiança por causa disso, eu que não vou tentar te convencer do contrário. Tem que ir lá e quebrar os caras mesmo. 

A garota sorriu e foi na direção do outro, encurralando-o contra a mesa.

- Obrigada. Ficou demais. Era exatamente o que eu queria. O que você achou ?

- Que pergunta! Eu não vou responder isso.

- Vai dizer que você não achou sexy?

Katsuki corou fortemente. Ele não queria responder àquilo, ele não sabia responder àquilo. Uraraka sorriu vitoriosa. Ela não precisava ser durona para desarma-lo totalmente. Deu um beijo estalado nos lábios dele e saiu de mansinho, sendo agarrada pela cintura. 

- Isso não vai ficar assim, Cara Redonda. 

Ela agarrou seu braço, dando um giro e imobilizando-o. 

- Me derrota então e a gente vê como fica. 

Ele a seguiu em direção ao tatame. Não recusaria qualquer desafio vindo de alguém como ela.

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