Recordações

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Recordo-me Como se fosse ontem o dia em que eu o vi pela última vez, o ultimo toque, o ultimo beijo, o ultimo momento... Quando o conheci pela primeira vez eu tinha 17 anos, isso mesmo uma adolescente rebelde que gostava de contrariar seus pais, Eu pensava que não ia dar em nada que seria apenas mais um ficantizinho filho da empregada, mas não foi. Da maneira que íamos nos envolvendo mais eu ia perdendo o controle da situação.

*Flashback on* 

 - Você é louca Ana? o pai vai te matar quando descobrir para onde você foi. - Pedro meu irmão do meio tentava pela décima vez me convencer a ficar.

Meus pais, Os Martinez como eram conhecidos tiveram 4 filhos, sendo duas filhas legítimas e dois adotados que no caso era eu e o Pedro. E talvez por isso eu sempre tive mais afinidade com ele do que com as outras duas que achavam que tinha o rei na barriga.

- Dane-se oque ele vai fazer ou pensar eu não me importo mais Pedro, já está decidido nessa casa eu não fico mais! - Eu guardava as poucas peças de roupas que eu havia separado em uma mochila.

Vendo que nada e nem ninguém me faria mudar de idéia Pedro se deu por vencido e se sentou em minha cama bufando.

 - Tá bom Anastácia, Tá bom! Você venceu - Juro que ao ouvir suas palavras eu não pude evitar de abrir um sorriso largo - Oque você precisa ? - Não pensei duas vezes e pulei em seu colo o abraçando com toda a minha força.

Meus pais sempre foram empresários, sempre foram donos do próprio negócio deles e naquela época eles tinha recentemente abrido uma padaria, " a pão da hora ". Era um estabelecimento que só recebia gente de alto padrão, de pessoas que podiam. E como era um estabelecimento novo eles sempre ficavam até tarde com ela atendendo foi ai onde eu vi minha deixa para escapar.

A alguns dias atrás tinha comentado com Renato do que eu estava planejando fazer, claro que no começo ele surtou dizendo que não daria certo mas depois viu que não teríamos outra saída a não ser fujir já que meu pai ao saber tinha tentado nos afastar de todas as maneiras possíveis, sendo elas todas em vão. 

As horas iam passando e mais meu nervosismo aumentavam, minhas mãos suavam e meu coração palpitava forte parecia que ia sair pela boca. Pedro já estava por dentro do que ele ia fazer naquela noite, tudo, tudo estava certo nos mínimos detalhes desde onde nós íamos nos encontrar até onde nós íamos ficar.

Pedro me levaria até uma escola pública que tem em um bairro no outro lado de Londrina essa seria a missão dele e Renato  estaria me aguardando lá para então podermos ir até a casa de Thiago um amigo de Renato. Lá que ficaríamos até ele juntar o dinheiro que precisávamos para ir embora. 

E assim foi, chegou a hora que combinamos e eu e Pedro meu irmão de 19 anos saímos de casa rumo a escola. 30 minutos de uber até chegarmos lá. Quando desci do carro o nervosismo tomou conta do meu corpo, a adrenalina corria forte em minhas veias, essa literalmente seria a maior besteira da minha vida.

De longe avistei ele sentando em sua moto, de cabeça baixa parecia que estava com o pensamento longe.

- Rê ? - me aproximei dele e chamei sua atenção fazendo ele tomar um breve susto

Ao ouvir minha voz de imediato Renato erguiu seu olhar para me encarar, ele estava com uma expressão serena, estava calmo mais do que eu.

- Ana! - Ele disse ao me puxar pela cintura e grudar nossos corpos ele me apertava forte contra o seu corpo como se não quisesse me soltar mais.

- Espero que não me arrependo do que estou fazendo agora, e você trate de cuidar da minha irmã direito ou eu...

- De boa mano, ela está em boas mãos. - Renato riu ao cortar a frase do meu irmão do meio 

Destino Traiçoeiro - Renato Garcia Onde histórias criam vida. Descubra agora