Aquele som de frautas me perturbava. Eu podia ver a alegria daqueles nobres dançando pelo baile do fogo, todos acompanhados e alegres. E por um instante me perguntei o do porquê de estar ali, e principalmente de não estar sentada em um dos tronos.
— Gael — aquela voz...
Virei rapidamente para frente, pois até então, estava com os olhos presos sobre meu pai, o rei. Aprumei-me e coloquei minha arma contra meu peito, lembrando de quem eu realmente era, vice general da guarda.
— Sim senhor?! — respondi ao homem o qual havia falado meu nome.
— Preste atenção ao nosso redor, sabe bem quais são as ordens.
Aquele reino era movido por anciões, que por lei fazia com que o primeiro filho do rei fosse homem. Eles diziam que os homens em si eram mais fortes, grandes e poderosos, bem, no caso do meu pai o seu primeiro filho foi eu, uma garota. Sua primeira esposa, minha mãe, não pode mais concedê-lo a um outro filho o que o fez procurar por outra mulher, no entanto, o único desejo de minha mãe era que eu não fosse morta para novamente iniciar aquele circuíto de filhos, porém, para que aquilo pudesse acontecer tiverem que me criar como homem.
Quando meu pai se casou novamente, por destino seu primeiro filho com aquela mulher foi um homem. Rapidamente colocaram meu nome naquele menino e nos "trocaram" de porte, claro que não seria possível dizer que eu era mulher, o reino já sabia os sexos das crianças, então, me criaram como o filho mais novo que logo foi mandado para liderar a grande guarda.
— Podemos sair — aquele homem sussurrou.
Mordi os lábios e franzi o cenho, confusa.
— Eles vão perceber.
— Não agora, mas quando estiverem bêbados. — contive um riso — Preciso te mostrar algo, um presente.
— Presente?
Confesso que sempre soube que aquilo era errado, porém, não era exatamente a minha culpa ser amante do meu general. Meu pai queria me unir a um outra mulher, queria que todos os seus filhos estivessem casados. Só não era aquilo que eu queria, queria o homem ao meu lado, o qual era noivo da minha meia irmã mais nova.
Sabíamos a consequência daquele segredo, porém, éramos forçados a seguir a um destino estúpido.
— Um vestido? — havíamos fugido daquele baile e sendo já de madrugada, estávamos fora da fronteira do reino, um local entre as pedras que sempre íamos.
— Sim, quando bati os olhos nele, nosssaaaaaaa — dramatizou — pensei: "minha mulher iria ficar um deslumbre nele".
Bati em seu ombro o fazendo rir.
— Vamos, vamos, vista! — disse eufórico. Revirei os olhos e olhei para o céu.
— Aqui?
— Sim, aqui!
Me virei de costa a ele e rapidamente comecei a tirar minhas roupas. Odiava meu corpo, das cicatrizes que possuía ou então...
— Não sei porque dessa vergonha com seus seios — reclamou.
Peguei o vestido já nua. O tecido era fino e macio, algo que sempre desejei vestir todos os dias.
Ser cortejada como uma dama.
O tecido desceu pelo meu corpo, tampando a imensa queimadura, que antes, ali era meus seios.
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A realeza está oculta
Fanfiction(Essa história vai fugir do contexto original do jogo Eldarya), ( A capa é uma criação minha, sendo desenhada e editada por mim) Gael é uma primogênita do trono do reino do norte, o qual agora não passa de um simples pó. Sendo uma das únicas sob...