O Senhor do Tempo

São Paulo

Mais um dia normal no bairro da Lapa, na cidade de São Paulo, mas não para Leonardo, João e Letícia. Era hoje o início do trabalho deles. A primeira máquina do tempo, que foi licitada por debaixo dos panos com ajuda de outros governos, mesmo sendo alvo de inúmeras conspirações governamentais, chegou a ser construída e finalizada, então. Hoje é seu dia de inauguração, e o começo dos trabalhos. Enquanto a garota caminhava com Leonardo até o ponto de encontro do fretado para Cubatão, eles conversavam sobre o novo trabalho:

- Incrível a ironia deles. Inauguração de uma coisa que ninguém vai ver? - disse ela, enquanto andava

- Concordo. Aliás, eu quero saber como vamos viver com esse novo trabalho! Apesar da minha ansiedade, eu estou preocupado. - ele responde

- Léo, veja pelo lado bom, estaremos vivendo vidas praticamente novas, com apartamentos pagos em bons lugares da cidade e estamos sendo pagos bem. Apesar de termos tudo para duvidar, é um trabalho governamental, não poderíamos recusar, né? - treplica 

- Lê, você vê as coisas pelo lado bom, e eu vejo pelo lado real. Eu só aceitei esse trabalho pelo dinheiro, as condições que eu vivo têm sido difíceis, você sabe... - diz, cabisbaixo - Não importa. Isso é passado e estamos caminhando para uma nova fase na nossa vida, certo?

- É assim que se fala! - responde.

Logo a frente, podiam avistar o ônibus a espera deles. Apressaram seus passos e entraram depressa no ônibus fretado. Aquela viagem, sem dúvida, mudaria a vida de todos para sempre. Não haviam visto João até agora no ônibus, quando o mesmo faz uma parada inesperada e, dentre os outros integrantes, João se fazia visível enquanto entrava pelo corredor do ônibus.

- João, meu camarada! Que saudade! Passeando aqui por Santo Amaro? - questiona

- Vim ver minha vó, ela não estava bem. e como eu estava aqui na casa dos parentes mais próximos dela, decidi que me pegassem aqui mesmo. - o garoto se senta ao lado de Leo e responde

- JOÃO! Por que não disse antes para mim e para Lê? - disse com rispidez ao recém-passageiro - Avisa da próxima, ok?

- Só achei que não fosse importante para vocês. Sei como o trabalho recém anunciado tem ocupado as suas cabeças dia e noite, por isso não quis atrapalhar vocês... Não vou esquecer da próxima vez, prometo.

Foi uma monótona viagem até Cubatão, com breves conversas jogadas fora e estudos enlouquecidos através do entendimento de seus respectivos trabalhos. Com a chegada na cidade, eles tiveram tudo que precisavam: uma grande cama para se assentarem e se permitirem que o sono viesse, e uma vasta biblioteca, que até agora rondava na cabeça deles como cabia tanto livro naquele casarão.

A casa era gigante, com andares para cada um usar, contendo tudo para cada andar, menos a biblioteca, que era compartilhada em caso de leitura. Os quartos eram grandes, cada um continha um banheiro e a cozinha se localizava próxima a sala de estar, sendo a única conexão com a sala de jantar. O segundo banheiro se localizava logo após o acesso a cozinha, no mesmo corredor. Praticamente tinham ganhado uma nova vida chegando até lá. O primeiro dia foi de reconhecimento do lugar e divisão dos trabalhos. Então os carros do governo os levaram até o local onde se instalava a máquina.

Era uma base muito grande, um complexo criado para alimentar um parasita que sugava energia a beça, um brinquedo muito grande que havia vindo sem o manual de instruções...

- Novatos por aqui? - ele se auto completa antes de alguma resposta - Ok, meu nome é Maurício Bernardini, da Polícia Federal. Estou aqui para acompanhar os seus primeiros dias por aqui. A minha missão é guiar vocês até que não reste mais dúvidas sobre o trabalho. Hoje não haverá nenhum tipo de trabalho. Vai ser o primeiro, e quase único, fim de semana livre. Vocês verão, isso aqui é uma loucura.