𝗢𝗡𝗘 𝗦𝗛𝗢𝗧

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6 anos antes...

Any estava em seu quarto exageradamente rosa brincando com seu melhor amigo, Noah.

Os dois pulavam na cama da garota, essa que parecia com as camas das princesas dos contos de fadas que eles tanto amavam. Eles faziam uma guerra de travesseiros naquele momento, rindo e se divertindo como de costume.

Any deu um travesseirada forte em Noah que riu, antes de seguir com a brincadeira.

— Agora você me paga, Any!

Pulou em cima da garota, que caiu na cama rindo com as cócegas que Noah começou a fazer nela. Uma risada alta e gostosa, que podia ser ouvida do andar de baixo da casa.

— Para, para!

Any suplicou em meio às risadas e finalmente viu Noah parar e se deitar ao seu lado abraçando-a.

— Promete não me abandonar nunca, nunca, nunca?

Any perguntou em meio a um sorriso enquanto fazia carinho nos cabelos de Urrea.

— Juro juradinho!

O garoto disse em um tom de voz mais alto, demonstrando animação. Não tinha planos de abandonar a pequena cacheasa ao seu lado.

Any saiu do abraço e colocou a mão no peito, estendendo o mindinho da outra mão, iniciando um juramento. Coisa que eles faziam com frequência. 

— Eu, Any Gabrielly Rolim Soares, prometo nunca, jamais abandonar Noah Jacob Urrea, independente de brigas, outras amizades e namoradinhos.

Riu e viu o garoto se sentar e juntar o seu mindinho ao dela, sorrindo.

— Eu, Noah Jacob Urrea, prometo nunca, jamais abandonar Any Gabrielly Rolim Soares, independe de brigas, outras amizades e namoradinhas!

As crianças ouviram a porta do quarto ser aberta de uma maneira brusca e se afastaram em meio ao susto. Era o pai de Noah que entrava no quarto sem nenhum aviso prévio.

— Filho, temos que ir!

Foi a única coisa que disse antes de levar Noah pelo braço pra fora da casa, enquanto o garoto gritava.

— Any, eu te amo muito e eu prometo, eu prometi e vou cumprir.

Os gritos chateados de Noah podiam ser ouvidos enquanto era arrastado oelo pai escada abaixo. Any ouviu tudo e ficou quietinha sentada em sua cama, perplexa, ouvindo seus pais brigarem com o pai do outro. Ela não entendia nada que eles falam, mas ouvia os gritos trocados.

Savannah, sua irmã adotiva, entrou no quarto e abraçou a irmã, e foi nessa hora que Any desabou. Ela estava triste, sentindo que algo ruim estava por vir e ela tinha medo, muito medo.

"Eu prometo". Essas duas palavras não paraca de ecoar em sua mente e ela só conseguia chorar abraçada à irmã.

Any ficou dias, semanas, meses sem saber se Noah estava ao menos vivo. Ele não ia mais à escola. Na verdade seu nome nem se encontrava na lista de chamada.

Já tinha passado pela casa dele, mas um casal de senhores atendeu, alegando não conhecer nenhum Noah Urrea. Ligou até pro curso de libras que o garoto fazia e nada.

Passou anos com esperança de que veria Noah de novo. Quando fez seus 14 anos, soprou as velas e desejou que Noah voltasse e fosse seu príncipe em seu próximo aniversário. Ela ainda tinha suas esperanças.

Ao completar seus 15 anos, a garota não parava de pensar em como seria incrível se Noah fosse o príncipe em sua festa. No final, ela acabou chorando ao perceber que tudo ficaria em seus sonhos.

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