capítulo 4

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Kayla narrando:

Acordei e estava muito indisposta, porém criei ânimo para trabalhar. Saí de casa e fiquei aliviada porque não vi o fantasma, coloquei a câmera no pescoço e segurei firme. Aproveitei bati foto da linda árvore com pétalas de outono. Ao me virar vi alguém de bicicleta gritando em francês. Me joguei no carro estacionado a frente. O rapaz parou a bicicleta:

- qual é seu problema? Hein! - me recomponho, deve nem saber o que estou falando.

- espera.. você fala.. 

ele fala minha língua.

- dane-se se falamos a mesma língua  projeto de ciclista! - vocifero.

- você que não sabe por onde anda. - ele toma a bicicleta.

- calçada não é lugar de ciclistas

- eu peguei um atalho e pedi com licença, mas não sabia que era estrangeira. - ele sobe da mesma.

- hum.. - me viro e vejo carro do meu pai chegar.

- a gente se ver depois.. - ele sai na bicicleta.

- abusado.. - resmungo.

- Kaylinha, entre

- amém

Entrei no carro e seguimos. Cheguei no trabalho e fui conhecer os modelos, claro um mais belo que o outro e um deles era coreano.

Benza por que só aparece coreano bonito?

- meu nome é Kim Taehyung. - seu sotaque coreano era carregado.

- Olá Taehyung. - sorri sem graça e fui para meu canto.

Meu pai conversava com eles junto de uma moça, mas percebi que o pobre Taehyung não entendia muita coisa pela suas feições.

Lhe entendo perfeitamente

Depois meu professor de francês chegou e começou me ensinar, era algo realmente chato. Em seguida meu pai me mostrou planilha e eu tinha que bater fotos dos modelos. Assenti e fui bater foto de cada um deles, era foto de apresentação. Taehyung foi quase dos últimos, ele sorrio e retribuí:

- Bon jur

- Bon Jur. - ele faz a pose e dou os click.

Fascinante, ele tinha uma simetria facial perfeita. Bati algumas fotos e logo meu trabalho foi terminado.

————(👻)————

Cheguei em casa, larguei as coisas sobre a mesa e me joguei no sofá com um suspiro:

- dia intenso hein. - me sento de uma vez e ele estava sentado no braço do sofá.

- para de me assustar ou aparecer assim. - coloco a mão no peito pós-susto.

- foi mal, não tô acostumado e não sei controlar isso. - ele forma um bico na boca com maior cara de tédio.

- bem... Você sumiu e aparece assim onde fica enquanto some?

- eu fico aqui ué? - ele franzi o cenho me olhando. - só que nossa conexão é falha e não conseguimos se ver

- mas lembra? Consegue lembrar?

- não muito, quero saber se vai me ajudar

- pfff. - cruzo os braços revirando os olhos.

- qual é garota? Eu preciso de seu corpo de carne e ossos

- você não vai me possuí. - me levanto e vou pra cozinha e claro ele aparece perto da geladeira. - para!

- qual foi? - ele cruza os braços sorrindo.

- não se faça de cínico, quer me assustar de propósito

- não sou um fantasma?

- um fantasma muito evoluído por sinal. - fecho o armário e sinto minha barriga roncar e foi alto.

- acho que tem um fantasma mais evoluído na sua barriga. - ele brinca sorrindo ladino.

- eu não vou ajudá-lo, por que você não sobe logo? Ou desce.. vai saber. - abro a geladeira e procuro a manteiga.

- eu não saiu daqui até alguém ou no caso você me ajudar

- nem morta

- você morta seria inútil para mim

O olho estreito e faço rabissaca.

[...]

Entro em meu quarto e lá estava ele sentado na cadeira:

- vai me ignorar? Estou desde da janta lhe perturbando e não vou cansar

Me deito e me cubro dos pés a cabeça. Respiro fundo e sinto a colcha ser puxada de uma vez e lá estava ele:

- AAA!

- aish... você grita muito fino minha nossa. - ele respira fundo e dá um sorriso forçado. - pode me dá atenção?

- meu deus!!! Você é um tipo de fantasma carente? Hein!? Eu quero dormir tranquila, eu vim em paz pra só trabalhar pro meu pai e agora tem um.. um fantasma de um garoto a minha frente, que aliás puxou meu lençol.. ai meu pai

- não eu não sou carente, para de ser egoísta hein? Se eu tiver mesmo morrido quero descansar em paz também, você acha que me sinto feliz e animado por está preso a essa casa? Eu só fico vagando ou as vezes esqueço onde eu tava ou que tava fazendo, quando alguém aluga aqui é um fio de esperança, só agora me lembrei de algumas coisas, mas se você não me ajudar vou esquecer de tudo novamente e para de gritar toda vez que me ver dói meus ouvidos. - ele fala em tom cheio de mágoas e de nervos. - e aí? Vai me ajudar?

Suspiro. - é.. fazer o que

- yes! - ele sorri vitorioso.

- agora vou dormir e se puxar meu lençol eu faço descarrego nessa casa

Deito minha cabeça e fecho os olhos e sinto que ele desaparece e foi assim que voltei a dormir.

Ghost •Jk•Onde histórias criam vida. Descubra agora