A Cidade das Estrelas

2 | Vai saber assim

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Capítulo 2 - Vai saber assim

07:30 PM - 27/06/2010 (Segunda-feira)

Naquela quente manhã de segunda-feira, o som estridente do alarme invandiu todo o quarto. Eu odeio esse alarme com cada partícula do meu ser. Minha cabeça estava latejando com a dor.

Levantei a minha cabeça ainda com os olhos fechados e levei uma de minhas mãos até o criado mudo ao lado da minha cama, tateei o movél até encontrar o terror das minhas manhãs -o relógio-, com os meus olhos entre abertos, consegui desligar o aparelho e tentei voltar ao meu sono, que logo em seguida foi interrompido pelos gritos da minha mãe:

- ELLA LOCKE, TÁ NA HORA! - escutei os seus passos pesados no corredor. Ela faz isso de propósito.

A segunda maior paixão da minha mãe é me irritar. Irritar-me é a seu prazer.

- Ninguém tem mais paz nessa casa? - eu gritei no mesmo tom.

- Não! - ela exclamou.

A claridade do sol que irradiava o quarto refletiu em meus olhos, fazendo-me esconder o meu rosto novamente de baixo do travesseiro. A pergunta da manhã é: em qual momento da noite eu esqueci de ter deixado a porta da sacada aberta?
Nem lembro em qual momento eu dormir, só lembro que fiquei até altas horas ensaiando algumas cenas para as apresentações de hoje e nada mais.

Me levantei e sentei na cama em posição de yoga. Os meus olhos se fecharam ao sentir uma brisa suave contra o meu rosto que invandiu o quarto. Observei o céu que tinha algumas nuvens brancas como a neve e ao longe era possível ver alguns pássaros voando na imensidão azul.

Entre os meus devaneios, o som dos instrumentos sendo tocado na rua soou em meus ouvidos, logo depois ouvi a cantoria das rolinhas, poderia dizer que aquilo tinha sido ensaiado se os pássaros entendessem a linguagem dos seres humanos. O melodia dos instrumentos se alinhavam perfeitamente aos assobios das pequenas aves, algo incrível, isso só acontece em Nova Orleans.

A música em Nova Orleans começa cedo e continua até o sol raiar. A música nos move, esse é o nosso lema. A música exerce uma influência muito grande em nossas, e entre ela e cada orlenianos existe uma conexão muito forte.

Hoje, a vida pulsa pelas ruas. Cafés, bares, restaurantes com mesas nas calçadas vivem lotados. Nova Orleans é um lugar feliz. Segura. Bem cuidada. Convidativa. E colorida. Nova Orleans, a capital de Louisina já viveu dias cinzentos e tristes. Há cincos anos atrás, um tsunami desvastou a nossa cidade, foram dias de dor e luto, mas apesar dessa catástrofe natural, conseguimos nos reconstruir e novamente sorrir feliz.

Mas engana-se quem pensa que vai encontrar uma cidade triste. Os moradores são muito receptivos com todos que decidem conhecer a calorosa Nova Orleans. As casas coloridas que tomam conta da cidade, tornou-se um reflexo de como são as pessoas daqui. Tudo foi reconstruído tijolo por tijolo.

O despertador tocou novamente, me fazendo despertar de vez, então me levantei da cama, pegando o meu pen drive e encaixando na entrada USB do pequeno rádio que tinha no meu quarto e logo uma música das Spice Girls invadiu o cômodo. Arrumei a minha cama e deixei a minha roupa separada, o meu corpo se movimentava com o ritmo da música. Em seguida tomei um bom e longo banho e me vestir.

No rádio agora tocava a música Bye Bye Bye do NYSNC.

- Ah! Eu amo essa música! - aumentei no volume máximo. - Bye, Bye, Bye - cantarolei junto com o solista.