Boruto suspirou pesadamente, outro dia que chegava tarde na residência Uzumaki. Sua mãe ficaria uma fera. Mas ele não tinha culpa, não conseguia dizer não à Sarada Uchiha, principalmente quando ela o pedia pra lhe fazer companhia meio à tanta papelada administrativa. Boruto percebeu os calçados do pai assim que entrou e começou a tirar os próprios. Ele soltou um estalo amuado, o velho sempre se aproveitando demais de Sarada como assistente e boa samaritana. Seus trabalhos tinham caído tudo para ela e ele voltava cedo para casa, típico. Como tudo na vida tem seu lado positivo, o dele era por finalmente ver a paz reinando entre seus pais e ele de poder passar mais tempo com a morena. É, tudo tinha seu lado bom.
"Filho, é você? Já comeu?" a voz de Hinata ecoou no corredor vindo da cozinha. Boruto odiava saber que a mãe sempre aguardava o seu retorno, mas não podia deixar de estampar um sorriso por tamanho carinho recebido. Ele seguiu até o cômodo, largando o casaco no sofá ao passar por ele e cumprimentando a senhora com um beijinho na bochecha.
"Mãe, eu comi uns dangos com a Sarada. Não tô com fome, na verdade..." ele explicou enquanto se dirigia até a geladeira para pegar um pouco de água. A mulher pos as mãos na cintura e ponderou.
"Eu sei que você gosta de ajudá-la no escritório, filho, mas daqui a pouco você fica doente se ficar comendo só besteiras. Vocês dois." Boruto assentiu sobre o que a mãe havia dito e recebeu em mente uma lembrança que o fez sorrir. Sarada tinha criado o mesmo gosto por lámen como o pai dele e é só isso que ela comia todo dia se deixassem, chá preto e lámen. Era o dever de Boruto tornar o cardápio dela mais diversificado. Ele aproveitava o meio período de delivery e levava até ela o almoço das desistências quando podia e a assim a amizade deles tinha aflorado.
"Mãe, eu tô cansado, com sono... Amanhã é minha folga e eu prometo comer a sua maravilhosa comida, o que você quiser me dar, tá bom?" Ele sentiu sua mãe o fitar de olhos semicerrados, as mãos ainda na cintura. Mas ela finalmente assentiu e sorriu satisfeita com o acordo feito. Ela o beijou na bochecha, deu boa noite, e subiu as escadas, as pantufas abafando os sons de seus passos. Boruto seguiu seus movimentos até que ela sumisse no horizonte e foi se sentar no sofá.
Ele queria desabar ali mesmo tamanho o cansaço que se encontrava. Seu celular começou a vibrar no bolso do casaco e ele se apressou em atender, mas quando estava prestes a clicar no ícone do telefone a ligação parou. Ele observou o número que havia aparecido na tela e não o reconhecia. Era tarde demais pra alguma empresa de cobrança ligar, então só podia ser um engano. Ele ficou encarando o aparelho, mas nada aconteceu e ninguém retornou.
"Bem, não é importante então..." Ele deduziu e em seguida juntou forças para se levantar finalmente. Se espreguiçou e subiu as escadas preguiçosamente, quase se ancorando na parede enquanto subia, o casaco e o celular em cada uma das mãos. Ele largou tudo numa cadeira ao entrar no quarto e foi direto para o banheiro antes que sua mente lhe pregasse uma peça e o fizesse deitar na sua tão convidativa cama. Seu sono era tanto que nem o banho quente estava o despertando, pelo contrário, Boruto sentiu que quase cochilou meio no chuveiro e que era hora de sair antes que ele dormisse ali mesmo.
Se tinha uma coisa que Boruto amava era estar cheiroso após um banho, porém no momento ele só tinha uma coisa em mente e era entrar no mundo dos sonhos e talvez sonhar com sua querida amiga e secretamente crush, Sarada Uchiha. Ele pos as roupas mais confortáveis que encontrou e deitou o corpo na cama, soltando um suspiro de felicidade por finalmente estar ali, seu corpo todo vibrando de alegria tamanho era o bem-estar. Então seu telefone volta a tocar.
Boruto apenas levantou a cabeça na direção de onde o aparelho se encontrava, fitando a luz no escuro como se ele pudesse desligar o celular com a força da mente, e por um momento ele quase acreditou nisso quando o mesmo parou de tocar dois segundos após a encarada. Um minuto se passou e lá estava o seu ringtone com a música do Asian Kung Fu Generation tocando novamente. O loiro passou a mão no rosto, completamente transtornado com a situação. Reuniu tudo o que lhe restava de forças e se levantou até o bendito celular, este parando de tocar no exato momento em que seria atendido. Boruto sentiu uma veia lhe atacar na têmpora. Alguém estava brincando com ele será?
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