Dez de dezembro de 1997

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Eram cinco da tarde, tudo estava muito tranquilo na maternidade, até que Maria deu entrada na sala de parto... sua bolsa já havia estourado e a dor era tão forte quanto sair rolando de um penhasco a cem quilômetros por hora. Eduardo como bom marido estava ali ao seu lado, como sempre esteve. Desde do dia em que se conheceram nunca mais se separaram, é o que podemos chamar de amor verdadeiro. E agora ali estava prestes a nascer o fruto desse amor: Luiza. A filha tão esperada em poucos minutos estaria em seus braços.

_ Amor como está se sentindo? Precisa de àgua, chá, café?! Qualquer coisa.

_Acalme-se Edu! Eu e a Lu estamos bem. Por favor acalme-se. Até parece que é você quem vai dar a luz!

_Tudo bem amor. Vou tentar me conter. Mas acho difícil.

_Hahaha! Eu te entendo. Vem cá... sabe de uma coisa?

_ O que Maria?

_ Eu te amo... muito.

_ Eu também te amo lindinha!

Maria estava tranquila, mesmo sabendo que o bêbê tinha apenas sete meses e que aquele seria um parto de risco. Ela sabia que de uma forma ou de outra tudo ficaria bem.

A hora havia chegado, as contrações estavam cada vez mais fortes, e a Maria cada vez mais fraca. Sua saúde era muito frágil. Edu sabia disso, sabia desde o início como uma gravidez afetaria a saúde de sua amada, mas Maria não desistiu de realizar seu sonho de ser mãe. E agora faltava pouco para isso virar realidade.

_Respire e inspire, está quase lá Maria- dizia a enfermeira.

Edu cada vez mais tenso percebeu que os batimentos cardíacos de Maria estavam caindo. Mas preferiu acreditar que aquilo não era nada demais. Edu acreditava fortemente em Deus e em suas promessas. Tudo que ele queria era ter a sorte de viver mais longos anos ao lado da mulher que escolheu, e agora ao lado também do fruto de seu amor com Maria. Mas Edu não teve tal sorte. Maria foi perdendo os sentidos aos poucos e seus batimentos já não eram suficientes, os médicos tentaram uma, duas, três... já era tarde. Luiza nasceu, mas Maria não sobreviveu. Edu jamais pensara que poderia sentir dois sentimentos tão distintos ao mesmo tempo: felicidade e tristeza ao extremo. Ali em seus braços estava uma nova vida: Luiza, sua princesa. O melhor presente que Maria poderia ter lhe dado em toda vida. Do outro lado na maca estava Maria, seu amor, a quem dedicou toda sua vida até ali, a mulher que foi seu alicerce durante 12 anos, e agora tudo havia acabado e restara somente Luiza...

Na Ponta do Arco-ÍrisOnde histórias criam vida. Descubra agora