O Último Anjo (Imagine Jin/2º temporada)

Capítulo 14

Nunca senti tanto ódio quanto o que eu estava sentindo naquele momento. Minha íris estava preta e eu me aproximei da Yumi a encarando, ela tentou correr, mas eu a imobilizei no chão.

-Você podia ter feito qualquer coisa e eu nunca lhe mataria, mas como ousou tocar no Jin? – eu disse me aproximei dela a encarando.

-(S/n)! Por favor... – ela disse chorando – Eu sinto muito, eu não queria machuca-lo.

-Cala a boca, sua vagabunda – eu lhe dei um tapa na cara e segurei seu cabelo com força – Você o torturou por dias, enquanto eu estava aqui no inferno.

-Tenha misericórdia, (s/n)... – ela implorou e a minha raiva só aumentava.

-Misericórdia? – eu fiz a perna dela quebrar apenas com a mente e ela começou a agonizar de dor – Eu devo ter misericórdia de você?

-Não faça isso, okay? Você não é assim – ela disse entre os gemidos.

-Morra, Yumi – eu disse enfiando a adaga no seu peito e soltei o seu cabelo.

Ela se contorcia um pouco e não conseguia falar muito bem, ela me olhava nos olhos e algumas lágrimas desceram pelos seus olhos, minha raiva parecia ter se acalmado.

Levantei e me virei para o Lúcifer, ele parecia estar contente me olhando.

-Satisfeito? – eu disse o olhando, eu estava um pouco instável.

-Essa é a minha garota – ele sorriu orgulhoso.

[...]

Assim que cheguei no quarto, fechei a porta e comecei a chorar incontrolavelmente. Eu nunca havia sentindo uma raiva tão avassaladora, era como se naquele momento eu precisasse mata-la, era como se meu corpo implorasse para vê-la morta.

Eu estava com tanta saudade do Jin, eu acho que eu tinha apenas uma semana no inferno, mas a cada minuto sem ele parecia uma eternidade.

Após me acalmar um pouco, me arrumei e fui novamente a sala do trono, o corpo de Yumi não estava lá, mas havia uma mulher ao lado do Lúcifer, ela tinha longos cabelos pretos e seus olhos amarelados me chamavam atenção.

-Filha, venha até aqui – ele disse e eu me aproximei dele, apenas consegui olhar fixamente para onde eu tinha deixado o corpo da Yumi.

-Essa é a famosa, (s/n)? – a mulher me analisou de cima a abaixo e eu a encarei, ela tinha uma aparência jovial – Conheço sua reputação nos céus, na Terra e no inferno.

-Essa é a Clara, filha – ele disse e eu me lembrei da senhora da praça na mesma hora – Ela está no lugar do Adam, enquanto ele não pode estar aqui.

-Ele nunca poderá, não é mesmo? – eu respondi e ele me encarou, abaixei o olhar.

-Deixa ela lhe tratar dessa forma? – ela questionou olhando para ele – Ela pode ter seu sangue nas veias, mas precisa aprender sobre respeito e hierarquia.

Respirei fundo e tomei coragem.

-E você é apenas uma conselheira, então se ponha no seu lugar – eu disse e ela me olhou incrédula. Lúcifer parecia surpreso – Você não é ninguém para me repreender, muito menos na frente do meu pai – eu fiz uma pausa – Saia daqui, tenho assuntos a tratar com ele.

-Como ousa? – ela me lançou um olhar afiado – Como ousa falar assim comigo?

-Não ouviu minha filha, Clara? Ela pediu para você sair – ele disse sério e me deu um meio sorriso.

Ele queria me mostrar como é bom ter poder? Ele sabe como me puxar para o lado ele.

-Ouça a sucessora – ele disse e ela se curvou um pouco. Ela foi embora irritada, mas não ousou dizer mais nenhuma palavra.

-Temos algo em comum, também queria discutir um assunto com você – ele disse e se levantou.

-Eu sei que você está instigando o meu lado sombrio para me trazer ao seu lado – eu disse e ele me encarou – Você quer me mostrar que eu posso ter poder e que todos vão se curvar diante a mim.

-Não gostou do poder? – ele questionou se aproximando de mim – Acha que os anjos são diferentes? Todos querem poder, filha.

-Eu entendo porque me fez matar a Yumi, mas me usar dessa forma foi cruel – eu desabafei e ele andou até parar na minha frente.

-Você acha que eu sou cruel? – ele perguntou e depois negou – Conceito de crueldade, bondade ou maldade é relativo – ele fez uma pausa – Ser vendida para mim não foi cruel? Ser afastado do seu amor Jin não foi cruel?

- ... – fiquei em silêncio e senti meus olhos encherem de lágrima.

-Não ouse chorar diante de mim – ele ordenou e eu o olhei nos olhos – Ver minha filha chorar me dá desgosto, então apenas pare, okay?

Engoli seco e olhei para cima, na tentativa de impedir as lágrimas.

Continua...