Capítulo 1 - Negação

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— O quê? — Camus perguntou incrédulo elevando a voz. — Milo, não acredito nisso! Você quer o quê?

— Camus, calma não é nada disso. — Milo tentava explicar.

Eles estavam no quarto, haviam se casado há dois anos e Camus sempre tentava manter seu relacionamento aceso, tentava evitar a rotina.

Quando você é um contador, e é casado com um agente secreto da Interpol acaba ficando inseguro com esses "detalhes", como fugir da rotina*

Camus perguntara a Milo qual era o seu maior fetiche, pois o aniversário de casamento deles estava chegando e ele queria uma surpresa para a ocasião, com Milo, Camus já havia aprendido vários verbetes do sexo, desde a pegada forte do BDSM, até noites românticas com flores, queijos e vinhos.

Então, Camus quis tentar uma coisa diferente e ficou atiçando Milo para que este revelasse um desejo secreto, seu maior fetiche, mas Camus não estava preparado para o que tinha acabado de ouvir.

— Milo... nunca pensei que você quisesse uma coisa dessas, pelos deuses!. — Camus bronqueava zangado.

— Camus, meu amor... calma! Eu te amo, não precisamos fazer nada, jamais te obrigaria a fazer isso, você me perguntou e eu respondi, mas é fetiche, só isso. Não vai acontecer. — Milo tentava tranquilizar.

— Às vezes acho que casei com a pessoa errada, nunca imaginei que você pudesse gostar ou desejar algo desse tipo. — Camus falou abaixando a voz.

— Camus... é um fetiche! Essas coisas não se explicam, mas... deixa isso pra lá. — Milo passou a mão pelos cabelos frustrado. — Eu jamais pediria pra você fazer algo que não quisesse.

— Ainda bem que sabe, porque eu nunca farei uma coisa assim! Nunca! — Camus respondeu enfático, dando fim àquela conversa.

ooOoo.

No dia seguinte Camus estava em seu trabalho, um grande escritório de contabilidade, cercado de contadores por todos os lados, Camus observava seus colegas de trabalho, alguns carecas, outros barrigudos, todos muito pálidos, a grande maioria sem grandes atrativos físicos.

"Será que esses caras são tão pervertidos na cama quanto eu?" — Pensava Camus, ele e Milo já haviam feito quase tudo em relação ao sexo. Com Milo, Camus aprendera os "jogos", com Milo aprendera o que era submissão.

Sim, no começo achou aquilo muito bizarro e teve medo de não gostar, de que pudesse se machucar, mas Milo nunca o fez sentir nada menos que prazer... muito prazer...

Porém, isso que Milo pedira por último, ou melhor, o pobre Milo nem ao menos chegou a pedir, Camus foi quem insistiu em saber alguma tara secreta de Milo. Contudo, agora não sabia se um dia teria coragem de realizar aquela tara.

"Afinal, tudo tem limite e sinceramente onde já se viu?" Hunf — Resmungou Camus pensativo.

Naquele dia, Camus almoçou no refeitório da firma e as colegas de trabalho Mindy e Glória almoçaram com ele.

— Então, ele me deixou na rua e deu a volta no quarteirão, logo ele chegou vestido de marinheiro e eu vestida de prostituta, foi incrível! Nós fizemos amor até o dia amanhecer. — Comentou Mindy sobre as fantasias que ela e o namorado realizavam.

— O fato do seu namorado querer transar com você, como você se fosse outra pessoa, não quer dizer que ele talvez queira transar com outra pessoa? — Perguntou Camus, com sincera dúvida.

— Ora, Camus, claro que não! O fato de ele querer transar com uma pessoa diferente, e ainda assim me escolher só me prova o quão fiel ele é. — Respondeu Mindy paciente.

Presente Inesquecível IIOnde histórias criam vida. Descubra agora