Capítulo 2 - Aceitação

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— O MILO QUER QUE VOCÊ FAÇA O QUÊ?! — Perguntou Afrodite antes de cair na gargalhada.

Camus e Afrodite se conheceram na faculdade e dividiram o quarto na pensão onde moraram naquela época. A convivência por anos os aproximou, e Camus poderia dizer que Dite era o amigo em quem mais confiava e principalmente para um assunto tão íntimo, ele jamais falaria sobre isso com outra pessoa.

Chegava a sentir o coração gelando de receio ao imaginar alguns amigos de Milo sabendo ou imaginando que ele estava prestes a fazer, se esse amigo fosse o Kanon então... a morte seria mais bem-vinda.

Camus olhou sério para o amigo antes de dizer: — Isso é sério, Afrodite.

O amigo tentou se controlar, e secando os olhos que lacrimejaram, desculpou-se — Camus, mil perdões, mas isso é tão inusitado!

— O que tem de inusitado nisso? — Perguntou Camus ainda sério. — Sei que você já fez isso e certamente ainda faz.

— Sim, sim, eu já fiz, mas... você? — Afrodite voltou a rir. — Camus, você?

Já vermelho de raiva e vergonha por ter confiado algo tão íntimo a alguém tão imaturo, Camus se levantou disposto a ir embora. — Vá para o inferno, Afrodite, achei que éramos amigos.

Falou Camus sem alterar seu tom de voz num alto controle invejável, quem visse de outra mesa pensaria que ele estava se despedindo cordialmente combinando um chopp para mais tarde.

Vendo o amigo se levantar, Afrodite segurou sua mão, — Não, Camus... espera, desculpe.

Camus o olhou ainda com a cara fechada.

— Me perdoe, não estava rindo de você. — Pediu o amigo. — Vamos, sente-se, me perdoe.

Camus voltou a sentar. — Francamente, Afrodite. Não esperava isso de você.

— Desculpe, Camus, juro que vou me controlar. — Pediu novamente.

— Afrodite, confiei em você, te contei algo íntimo e você fica aí rindo. — Exasperou-se Camus.

— Eu sei, amigo, pra você me contar uma coisa assim só confiando muito, obrigado por isso. — Agradeceu sincero o pisciano.

— Me ajuda, Dite. — Pediu Camus.

Afrodite o olhou com ternura antes de dizer. — Camus, você é tão sério, sisudo, eu realmente não imagino você fazendo nada desse tipo.

— Não sou tão sério assim como imagina, minha vida sexual com Milo é bem agitada, se quer saber. — Falou Camus petulante, "como as pessoas se enganam e se deixam levar pelas aparências" — pensava o ruivo.

De fato quem o conhecesse jamais diria que ele era adepto ao BDSM, claro que ele e Milo jamais fizeram algo extremo, mas os jogos sempre o excitavam muito.

— Ah, sim, claro, vocês devem fazer muitas loucuras juntos, sei, — Afrodite Comentou com deboche.

Camus o encarou com olhos estreitos, mas não falou nada, afinal ele já estava se expondo muito em pedir aquilo ao amigo, imagine começar a falar que gostava de uns bons tapas na bunda de vez em quando? Camus riu com seus pensamentos. Olhando para o amigo perguntou.

— Certo, Afrodite, vai me ajudar ou não?

Afrodite respirou fundo, olhou para o amigo e... Começou a rir novamente!

— Vá para o inferno, Afrodite! — Resmungou Camus fazendo menção a se levantar novamente, mas o amigo segurou sua mão.

— Camus, me perdoa, sério, isso é tão surreal pra mim, não consigo imaginar você... — Novamente sorriu.

Presente Inesquecível IIOnde histórias criam vida. Descubra agora