ISOLADAS

Dia 9

Quando eu acordei na manhã seguinte, Lauren não estava em lugar algum, então eu assumi que ela estava do lado de fora como ela estava na noite passada. Minhas suposições foram confirmadas quando eu saí e a vi sentada à mesa de vidro, com a cabeça nas mãos.

"Você está bem?" Perguntei.

Sem dizer uma palavra, ela se levantou da mesa e passou por mim, seu ombro batendo levemente no meu no processo. Ela não disse uma palavra, ao invés disso entrou na cabana e bateu a porta atrás dela. Eu não tinha certeza do que tinha feito para fazê-la agir dessa maneira. Talvez ela estivesse na TPM, ou talvez tivesse recebido más notícias por telefone. Não queria insistir no assunto, então decidi deixá-la em paz. Se ela quisesse falar sobre isso, ela viria até mim.

"Lauren?" Eu perguntei baixinho, sentando na minha cama.

"Vai se foder, James." ela retrucou, e eu estremeci com o tom dela.

O que eu tinha feito para causar tal mudança no humor dela? Sua atitude me pegou de surpresa e quase instantaneamente meus olhos começaram a arder em lágrimas. Eu não queria pressioná-la, então fiquei sentada em silêncio.

"OK." Eu choraminguei, me enrolando em uma bola e me cobrindo com um cobertor.

Eu deveria saber que o vínculo entre nós não iria durar. Eu deveria saber que todo pedido de desculpas que ela cuspia da boca não passava de uma mentira de coração frio. Eu deveria saber que ela me considerava inútil, que tudo o que tinha acontecido na cabana até esse momento não passava de um ato de merda.

"Por que você não acredita em mim?" Sua voz ecoou no silêncio.

Descobri minha cabeça com o cobertor e me sentei, olhando-a incrédula.

"Acreditar em você sobre o que?" Eu perguntei a ela.

"Você disse 'não faça promessas que não pode cumprir'. O que faz você pensar que eu não cumprirei minha promessa?" ela me perguntou, levantando-se da cama e caminhando até mim.

"O que te faz pensar que eu posso acreditar, Lauren?" Eu levantei minha voz com raiva, levantando-me e encarando-a, não ousando recuar.

"Apenas acredite em mim!" ela gritou, e eu zombei dela.

"Acreditar em você?" Eu ri loucamente, "como você pode esperar que eu acredite em você quando você não fez nada além de me torturar por três anos, Lauren? Eu acho que você nem percebe o que você me fez passar, mas eu lembro de cada merda que você fez comigo. . . "

Ela ficou em silêncio, com a boca ligeiramente aberta.

"Você se lembra da vez em que disse à professora que eu bolei no teste de biologia? Eu ganhei zero e minha mãe me deixou de castigo por duas semanas. Você se lembra da vez em que você me empurrou no basquete, mesmo estando no mesmo time ? Rasguei dois ligamentos no joelho e não consegui andar direito por meses. Você se lembra da vez em que derramou cordial vermelho na minha mochila? Você arruinou o poema em que eu estava trabalhando no funeral do meu pai. Ou então, quando você colocou manteiga de amendoim na tampa da minha garrafa de bebida, porque você pensou que eu estava mentindo sobre ser alérgica. Eu tive que ir ao hospital naquela noite porque mal conseguia respirar. Então não ouse ficar putinha por eu não conseguir acreditar em você! "Eu gritei com ela, lágrimas agora escorrendo pelo meu rosto.

"Eu sinto Muito!" Ela gritou de volta para mim. "Sinto muito. Gostaria de poder voltar no tempo, mas não posso. Farei qualquer coisa para fazer você acreditar em mim."

"Eu já perdoei você, Lauren, mas não tente fazer promessas que você não pode cumprir! Como eu poderei saber que você não voltará ao que era antes, assim que sairmos daqui?" Eu disse com raiva, e ela suspirou frustradamente enquanto passava as mãos pelos cabelos.