Tereza Bicuda

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Tereza Bicuda era uma moça malvada, que maltratava a mãe de todas as formas: colocava a idosa para mendigar na rua, batia nela e a humilhava. A maldade chegou no extremo: Tereza colocou um freio de cavalo na boca da mãe, montou nela e saiu 'cavalgando' em frente de todos que passavam na rua. A pobre mulher morreu, mas, antes, excomungou a filha desnaturada.

No meio de religiosos e de extrema moralidade da antiga Vila de Jaraguá, Tereza Bicuda era uma aberração social. Descrente, nunca visitava uma igreja. Quando passava em frente de alguma, virava o rosto e praguejava baixinho. Trabalhava aos domingos, para que o povo visse que não respeitava as tradições eclesiásticas.

Um dia, Tereza morreu. Ela foi enterrada na capelinha do Rosário, sem cerimônia preliminar. Nem uma lágrima surgiu de algum olho.

Por três noites consecutivas, ao soar da meia-noite, a população ouvia medrosa os gritos que soltava Tereza pedindo que retirassem o seu corpo de dentro da capelinha. À meia-noite em ponto, ela saia do túmulo e percorria as ruas quietas da vila, gritando desesperadamente. Os moradores viam um imenso vulto branco correndo, deixando cair das suas vestes sujas, línguas de fogo, que enchiam o ar de cheiro desagradável de enxofre.

O povo quis pôr um fim ao sofrimento. Eles exumaram Tereza Bicuda e levaram o corpo, já em vermes, para a serra de Jaraguá. Em um lugar pedregoso a jogaram. Um forte cheiro de enxofre encheu o ar. No local, nunca mais nasceu uma planta, mas, também, Tereza Bicuda não aterrorizou mais com seus gritos, os moradores da pacata população Jaraguaense.

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⏰ Última atualização: Apr 06, 2020 ⏰

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