Ela é um arco-íris

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  Após finalmente alcançarem o topo da colina, nossos heróis finalmente podiam respirar aliviados, depois de dias caminhando, dirigindo, correndo e se locomovendo de outras infinitas e surpreendentemente eficientes formas possíveis eles em fim se sentiam seguros pra descansar.
Aos poucos eles foram conhecendo o acampamento e ficaram surpresos com o nível de desenvolvimento que ele apresentava, a parte alta da colina era bastante iluminada, haviam bares, restaurantes e uma praça que guia explicou que era o lugar onde as pessoas podiam se reunir pra socializar e resolver problemas que pudessem ocorrer na comunidade, geralmente 
relacionados a quebra de acordos ou pagamento de dívidas, e como o conceito de crime e justiça foi mudando drasticamente em todo o mundo após a catástrofe era comum que esses acordos não fossem cumpridos e que a punição, independente do delito, fosse resolvido a base da força.
quando chegaram a onde seria seus aposentos, Breno e Edu agradeceram a hospitalidade e perguntaram sobre o funcionamento do bar, o guia disse que era comum o bar passar a noite aberto e que como eles aviam ganhado a aposta poderiam beber a vontade e dormir ali mesmo sem problemas.
"Beber a vontade" essas palavras ecoaram na mente Breno e no mesmo momento, uma serie de memórias invadiu sua mente: lembrou de cenas embaralhadas dele vomitando, de Edu sumindo em arbustos, nele vomitando nos arbustos e tantas outras que é quase impossível de se descrever, lembrou das febrascas, dos roles aleatórios, das vezes que esteve em uma delegacia e um enorme sentimento de nostalgia e tristeza invadiu seu peito.
antes que pudesse comentar o dejavu, olhou pro lado e viu Edu com duas garrafas de vodka na mão, já pronto pra começar. beberam um pouco, falaram sobre a possibilidade de ficar por ali, ou de ir pra qualquer outro lugar, mas antes se qualquer decisão seria, se perderam em diversos dialogos que, de vez em quando, fazia um outro cliente se juntar a conversa e minutos depois desistir, por não conseguir acompanhar o nível de raciocínio.

  - um ser humano JAMAIS conseguiria treinar um porco pra guerra Eduardo, não faz sentido

  - Breno, Breno, pera um pouco, pensa só, se alguém conseguisse explicar pro porco as alternativas, cê acha que ele não iria preferir matar pessoas a virar baicon?
 
  - agora diz como se explica pra um porco oque é um baicon Edu.
 
  - seres humanos treinam, ou melhor, treinavam, bichos pra uma porrada de coisas inúteis o tempo todo, é totalmente plausível, sabe porque não fizeram isso antes?  por medo Breno, medo de não conseguirem controlar essa arma.

pensativo, um dos clientes se levantou e foi pra uma mesa vazia, onde virou um copo de qualquer coisa e ficou ali pensando.

  - mas e o urso - interrompeu o companheiro de viagem que bebia com eles. - ganha ou não de um crocodilo mano a mano?

   - eu desisto de vocês.

Disse Breno já alto.

  O dono do bar chegou com mais bebida e colocou na mesa. eles olharam em volta e apreciaram a beleza rústica do bar, com aquele balcão encostado num canto e as mesas espalhadas pelo resto do espaço, olharam os clientes, muito parecidos, procuraram o rádio de onde vinha a maldita música, que Breno havia identificado como sendo uma versão meio atualizada de "tokin' the night away" dos Montero, que não parava de tocar desde que chegaram. voltaram a beber.

  - acho que eles já estão satisfeitos!

Gritou um homem que estava na mesa ao lado.

   - desculpa meu mano, mas a gente nem começou.

Retrucou Breno virando um copo.

    - eles estão aqui dês de que chegamos, falando besteira, bebendo nossa cachaça, acho que está na hora de ir pra casa.

    - claro, claro - respondeu Edu - agora trás aqui outra slova.

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⏰ Última atualização: Apr 06, 2020 ⏰

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