Escrito por: Rei do Leste
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Eu vivo em uma época que futuramente será conhecida como Idade Média, uma época boa para se viver, com exceção das mortes por fome e doenças, da escravidão, dos reis e da igreja. Ah, também temos guerras constantes, mas isso é o de menos, já que apenas os cavaleiros de armadura e seus bravos escudeiros vão ao campo de batalha.
Guerra não é lugar para pessoas comuns iguais a mim, apenas esperamos que a batalha acabe logo e não sejamos estuprados antes de sermos decapitados, e caso role estupro, que seja um nobre gordo de pinto pequeno.
Nobres são arrogantes e metidos, só querem comer o melhor pão, a melhor carne e as melhores mulheres. A nós pessoas comuns só resta pão coberto de mofo, carne de animais selvagens ( que não é tão ruim), e prostitutas cheias de doenças.
Nobres são um bando de vagabundos, eles apenas treinam espada, comem, dormem e fazem orgias. Aos plebeus sobra apenas o trabalho braçal, em uma época que não existe energia elétrica, equipamentos motorizados, e nem internet. Na verdade a internet só será inventada daqui há uns mil anos.
Uma coisa interessante que rola na nobreza é a pegação geral, mas isso tudo em segredo, você pode pegar a mulher de quem quiser, contanto que o marido dela nunca descubra, caso contrário o mínimo que vai acontecer é você ser castrado com uma espada de matar cavalos.
É claro que a traição rola entre o povo comum, mas é mais diferente, a gente tem vergonha de descobrirem que estamos pegando a vizinha velha, gorda e feia, então caso seja descoberto muitos acabam se suicidando por vergonha.
Lembro do pobre Zé, o coitado amarrou uma pedra mais pesada do que ele no próprio pescoço e foi se jogar da ponte. Mas pelo peso da pedra ele caiu para trás e teve as costelas esmagadas. Ele passou metade do dia lá implorando para que alguém terminasse de tirar sua miserável vida, as pessoas apenas passavam e riam dele.
E ele apenas tinha apalpado as parte inferiores da mãe do dono do burro que servia para a aragem das terras. Lembro da cara de felicidade da velha, que foi justamente o motivo para todos desconfiarmos que algo estava errado com ela.
Enfim, agora que falei sobre as pessoas e os costumes estranhos da minha época, é hora de me apresentar. Meu nome é Luizitronioscovo, mas como sou de uma época no qual os nomes eram muito estranhos, me chamem apenas de Luiz.
Sou órfão, quando tinha 11 anos minha família me vendeu para um mercador de escravos que depois os matou. O mercador pegou afeição a mim, e todas as noites me fazia uns carinhos estranhos antes de dormir, e pedia para eu chama-lo de papi. Infelizmente ele também morreu, engasgado com leite.
Quando fiz 13 fui adotado por um ferreiro, mas ele bebia muito e esqueceu a garrafa de álcool perto da forja. Pelo menos a explosão foi linda, mas juntar os pedaços dele foi cansativo.
Aos 14 fui novamente adotado, por um padre. Ele também gostava de fazer carinhos noturnos. Mas o jovem que havia sido adotado antes de mim ficou com ciúmes e acabou matando o pobre padre e depois se matou. Trágico!
Quando fiz 16 fui adotado por uma família de camponeses, pelo menos esses eram normais, infelizmente um dia eu me perdi na floresta e passei duas semanas sem conseguir achar o caminho de casa e quando finalmente fui encontrado, a minha nova família tinha morrido por um surto de praga transmitida por ratos.
Logo ratos, minha refeição preferida.
Herdei a porção de terra da família, não que a terra fosse minha, na verdade eu herdei o dever de produzir naquela terra e dar dois terços de tudo para o filho da puta do senhor feudal, aquele projeto de baitola enrustido.
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Competição dos Criadores (Março - 2020)
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