Ponto de Vista Demi
Nunca pensei passar uma vergonha tão grande na minha vida, sinceramente achei que seria demitida ontem. Ainda bem que a Sra. Steinfeld foi compreensiva, apesar de está cansada por conta da noite anterior de trabalho. Tenho de dar tudo de mim hoje, mostrar que sou capaz, que não sou uma doida que sai por aí jogando bebidas nas pessoas.
- Ari bom dia, você pode me dar uma carona até o bar?
- Claro, tomamos café e saímos. Amigaaaa, Miley ligou ontem... Ela me disse que você derrubou chopp na nova chefe — Ari solta uma pequena risada, mas conseguiu se conter. — e que depois, vocês ficaram por horas na sala dela, me parece que um certo alguém saiu com os olhinhos brilhando.
- Você tá doida? Estávamos falando de trabalho.
- E, porque essa exaltação toda?
- Não estou exaltada! Estou falando a verdade. Vamos embora! Que não posso me atrasar.
- Tá bom, vamos.
Chegando no bar a Sra. Stansfield, já estava lá. Com algumas pessoas a sua volta, conversava com dois rapazes, enquanto o outro pessoal mudava toda a decoração do bar, removendo as mesas, cadeiras, prateleiras, tudo que a impedisse de ter uma visão ampla e limpa do salão.
- Demi, bom que você chegou, mais cedo que o combinado, parabéns.
- Obrigada senhora.
- Por favor, me chame de Hailee, sinto-me muito velha quando me chama assim. Venha, vou te apresentar algumas pessoas.
Deixei minha bolsa sob o balcão e caminhei em sua direção, Hailee conversava com os dois homens, apontava para a iluminação e para as paredes. Os dois eram altos um musculoso e o outro mais esguio. Ambos muito bonitos.
- Demi, quero que conheça o Caleb, um arquiteto e decorador renomado aqui de L.A. E o Justin, um excelente engenheiro eletricista que instalou todo o sistema de iluminação do meu bar. Ambos são meus amigos, estão sempre atentos às mudanças de mercado. É por isso que o Station está sempre em dia com os avanços tecnológicos do mercado e agradável aos olhos e claro.
- É um prazer conhecê-los.
- O prazer é todo meu. [Justin]
- E o meu, é claro. [Caleb]
- A senhora quer que eu os ajude com algo?
- Senhora não, Hailee, lembra.
- Me desculpe, Hailee, é força do hábito.
- Não, a equipe deles os irá ajudar. Já que você conhece bem esse local. Quero que me ajude com o inventário de bebidas primeiro e depois iremos elaborar uma estratégia de trabalho e treinamento de todos vocês, vamos?
Caminhamos até o depósito, Hailee estava diferente das duas vezes que eu a tinha visto. Vestida de forma jovial com uma calça jeans e uma camiseta customizada das The Runaways cortada de forma irregular deixando a barriga à mostra. Ela passou pelas duplas portas da cozinha, que raramente era utilizada e foi ao encontro do depósito. Ao abrir a porta de acesso ao galpão, Hailee arqueou a sobrancelha suspirou e disse:
- Bastante bagunçado e sujo isto aqui.
- Infelizmente o senhor Jason não tinha muitos funcionários, então nunca conseguimos limpar e arrumar o depósito com frequência.
- Demi, isso é injustificável. Acredito que você não tenha muito tempo para ficar em sua casa, nem por isso ela seja imunda ou é?
- Claro que não, senhora!
- Vamos, pegue umas caixas, iremos separar as bebidas que poderei utilizar no meu bar das dispensáveis.
Passamos a manhã e parte da tarde organizando o inventário de bebidas. Depois disso fomos para o antigo escritório de Jason e jogamos fora toda a papelada que não era necessária, pois era muita antiga. Separados o que deveria ser analisado com mais calma posteriormente, como contratos com fornecedores e as licenças de venda de bebidas que deveriam ser atualizadas. Enquanto estávamos no escritório Hailee pediu comida, um delicioso hambúrguer que era vendido em uma hamburgueria ali perto. Confesso que nunca havia pensado que uma mulher daquela comeria hambúrguer. Talvez a tenho julgado mal, afinal, em nossos primeiros encontros ela parecia ser uma dessas mulheres que vai a desfiles de moda, comprar roupas em Milão ou em Paris. Já hoje ela parece outra mulher, uma que vai a concertos de rock, come hambúrguer e não foge do trabalho braçal. Talvez a tenha subestimado. Devo confessar que gosto dessa mescla. Hailee não pode ser definida com poucos contatos.
Naquele dia um pouco mais tarde...
Ponto de Vista Hailee
Temos muito a fazer, mas com as primeiras mudanças já dá para visualizar como será o novo bar. Sinto que preciso de um diferencial aqui, algo que traga um novo público alvo ao nosso negócio, uma coisa para diversificar. Mas o que seria? Nesse momento escutei uma voz ecoar do salão principal e adentra minha sala. Já era um pouco tarde, estávamos apenas Demi e eu no bar. Caminhei em encontro a canção que ficava mais alta, foi quando a vi cantando e dançando "You Don't Own Me" de Lesley Gore. Ela usava fones de ouvido conectados ao seu smartphone, se balançava ao ritmo da música enquanto cantava, hora sensual e outrora de forma desajeitada. Recostei-me a porta admirando aquele espetáculo, a moça tem talento devo admitir. Quando ela parou de cantar acenei e gritei bravo. Demi me fitou com os olhos arregalados e suas bochechas ficam ruborizadas. Caminhei em sua direção, ela ficou ali imóvel, estática. Cheguei tão próximo dela que pude sentir sua respiração.
- Garota você tem talento, já pensou em ser cantora?
- Eu tenho o sonho de cantar em bares retrô, sabe, como as cantoras dos cabarés daqueles filmes antigos. Com aqueles penteados dos anos 60, vestidos cheios de brilhos, um batom vermelho que marque bem a boca, como nesses filmes antigos de Gângsters.
Enquanto Demi contava seu sonho seu rosto se iluminava e aquela simples garçonete se tornava cada vez mais fascinante para mim. Uma mecha de seu cabelo havia caído e cobria parte de seu rosto, levantei minha mão e suavemente a coloque em seu devido lugar. Afagando delicadamente o seu lindo rosto. Neste momento ela deixou a vassoura cair e me lançou um olhar confuso.
- Me desculpe! Acho muito bonito o seu sonho.
Me inclinei para pegar a vassoura que havia caído, surpreendente ela também, pois fui surpreendida por uma cabeçada. Que me fez ir a marte e voltar à terra em segundos! Por Deus, está pra nascer uma pessoa mais desastrada do que essa. Como ela conseguiu sobreviver até hoje?
- Me perdoe, eu não vi que a senhora também havia se abaixado, para pegar a vassoura.
- Tudo bem! Já disse, pare de me chamar de senhora ou da próxima te acerto com essa vassoura. — Rimos de forma descontraída — Bem já está tarde termine de limpar para que possamos fechar e irmos embora.
- Tudo bem.
- Aceita uma carona?
- Não, moro aqui perto e já mandei uma mensagem para minha amiga passar por aqui na volta do trabalho. Ela já deve está chegando.
- Então vou e você fecha. Tem uma chave reserva, não tem?
- Tenho sim.
- Boa noite então.
O que deu em mim? Deixar a menina constrangida daquela forma. Agora ela deve estar pensando que sou assim com todos os meus funcionários. Melhor ir para casa tomar um banho quente de espumas e esquecer essa loucura das últimas horas.
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A Garçonete (Romance Sáfico)
FanfictionUma história de amor de uma garota sonhadora, tímida e desastrada com uma empresária que é dona de um dos maiores bares de Los Angeles. Ela veio de Cancún, México, para Los Angeles, nos Estados Unidos, a cidade onde os sonhos acontecem, para tentar...