5. A Surpresa

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J i m i n

Levantei-me da cadeira de baloiço indisposto. Quem estaria a bater à porta? Em breve seria hora de jantar então talvez fosse a empregada de limpeza que pensava que já ninguém se encontrava dentro do quarto. Não estava habituado a hotéis, era-me impossível saber.

Andei até à porta e destranquei-a.

O meu dia estava a tornar-se cada vez mais estranho. Fiquei sem palavras quando vi a visitante inesperada que se encontrava à porta do meu quarto.

- Posso entrar?

- S-Sim...

A recepcionista entrou no meu quarto. Toda ela emanava sensualidade. Nas outras alturas em que estive perto dela eu não me tinha sentido assim... Tão vulnerável.

À medida que ela entrava pelo quarto adentro, o ar ficava cada vez mais preenchido pelo cheiro do seu perfume.

- Posso ajudar em alguma coisa?

- Hahahahahah! – ela riu alto. Tal com o seu perfume, também as gargalhadas preencheram o quarto e os meus ouvidos rapidamente. Tão delicadamente como entrara no quarto, ela tomou a liberdade de se sentar na ponto da minha cama ainda por estrear. – Quem trabalha aqui sou. Quem devia perguntar isso devia ser eu... Mas não.

Desviou o seu olhar do meu para fixar a porta de vidro de correr ainda aberta.

- O céu está lindo agora. Estavas lá fora?

Ela parecia confiante, tão confiante que quando desviou o seu olhar do meu, senti uma pressão desaparecer. Mas não era uma pressão que me fizesse sentir mal, muito pelo contrário. Era excitante.

- Que indelicadeza a minha, senhor Jimin. – voltou de novo a fixar-me. – Com certeza não quer que eu tenha todas estas intimidades consigo...

Desta vez o seu olhar era como de uma criança inocente e fazer beicinho. Como resistir?

- N-Não se preocupe! – finalmente consigo que as palavras saíssem da minha garganta. Sentia-me quente e parecia que estava hipnotizado pelo cheiro do perfume suave no ar e pela voz calma mas poderosa.

- Ficas tão engraçado assim todo vermelho. – sorriu ainda com ar inocente a recepcionista. – Estavas lá fora?

Depois daquele afirmação devo ter ficado mais vermelho ainda. Sentia-me tonto, vulnerável àquela estranha que parecia tentar seduzir-me. Só alguém muito burro é que não teria percebido o significado daqueles olhos penetrantes.

- Sim.

- Queres voltar para lá?

- N-Não... Eu...

- Então e vir para aqui? – pôs a mão em cima da cama grande como se para que me sentasse perto dela.

Todo o meu esforço para tentar flertar, ou no mínimo, falar com ela, estava a consumir-me. Sentia-me despido, como se ela me comandasse.

- Não... Eu... Porque é que veio para aqui?

- Não me queres aqui? – voltou a fazer aqueles olhinhos para mim.

- Eu quero mas...

Desviei o meu olhar do dela. Já não estava a aguentar mais. Passei a mão pelos cabelos fingindo que a minha intenção era meramente arranjá-los. Mas o pior foi que, pelo canto o olho, eu via-a sorrir. E sorriu como se dissesse "Eu sei porque é que estás a arranjar o cabelo".

Comecei a ficar nervoso.

- Eu só quero falar contigo... Jimin.

A forma como ela disse o meu nome fez-me ter um arrepio. Talvez fosse pela beleza descomunal dela, mas nem na minha primeira vez eu fiquei tão nervoso.

Um Mundo, Dois Lados • pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora