NOSSO PRAZER

162 19 10
                                    

Mas que proposta é essa?

Não sei quanto tempo fiquei fora da realidade, mas quando me dei conta estava sentada no sofá onde eles estavam, na mesa tinha o tal cartão. Eu temia ver o que era e no fundo eu sabia exatamente do que se tratava. Só não sabia se devia ou não fazer isso. Eu senti uma sensação estranha na presença deles, não que seja ruim, mas eu senti como se fosse um aviso para eu ficar alerta.

— E aí gata, tirou a noite para ser servida? — Escuto Luky falando, mas eu ainda estou longe.

— Bem que eu poderia fazer isso se quisesse — Soltei no automático.

— Como assim gata?

— Olha para isso e conclua. Era do casal que estavam nessa mesa, os riquinhos — respondi

Luky, ficou olhando o cartão abrindo e fechando a boca como se não tivesse acreditando no que lia.

— Caralho gata, é mó grana por uma noite só de prazer. Com isso eu acabava a faculdade e comprava uma casa — Soltou eufórico como sempre. — Você vai?

— Eu sinceramente não sei o que fazer a respeito disso, eles me deram uma hora para decidir.

— Pera, como assim não sabe? A Collins que eu conheço já teria ido embora junto com eles, o que aconteceu de fato aqui? — Perguntou com semblante desconfiado.

— Não sei Luky, eu me senti diferente na presença deles. Senti como se toda essa mascara que mantenho tivesse sido tirada, fazendo apenas ser a menina que existe fora daqui. Mas também me senti segura em relação a eles, senti que queria ir, mas quando cogitei essa possibilidade senti que iria colocar minhas chaves nas mãos deles para entrar. — Disparei de uma só vez. — Eu nem os conheço.

— Porra Collins, eu sabia que tinha algo em vocês, tu não tiravas os olhos deles e eles fazia o mesmo só foram atendidos por você. Cara não pensa muito, se você quer ir eu cumpro seu horário, mas vai ficar me devendo cinquentinha. — Debochou da situação e ficou feliz por sair ganhando.

Sim, ganhando. Porque eu fui com a racionalidade de sempre.

Olhei no cartão o número abaixo e mandei uma mensagem. Se era sexo que eles queriam, não podiam ter escolhido pessoa melhor para tal ato. Sou conhecida em quatro parede como puta da noite e ela acabou de surgir quando decidi entrar no carro para ir junto com eles.

Estranho foi ver que não estávamos indo para um motel, ou hotel, esses lugares que quando a gente quer trepar só vai. Eu sei que é arriscado sair com qualquer um, mas eu tinha comigo minhas defesas pessoais e seguranças atentos se algo saísse do controle.

O percurso foi de um silêncio nada incomodativo, notava os olhares deles para mim e se entreolhavam as vezes dando micro sorrisos, eu estava é me sentido despida antes mesmo de estar.

Quando o motorista parou e desci pude ver então uma casa, que na verdade era uma mansão de tão enorme que era.

Adentramos e eu só imaginava o porquê de algo tão grande se eram só eles, eu acho. Pra que gastar tanto, só para ter conforto?

Até agora eu não sabia o nome deles e não tinha certeza se queria saber, melhor evitar muita conexão, se era sexo a noite seguiria disso e nada mais.

Quando chegamos vi seu esposo subir as escadas e sumir. Estranho.

— Senhorita Collins, gostaríamos que você se sinta confortável e a vontade, então se tiver algo que possamos ajudar por favor nos diga — A mulher disse olhando nos meus olhos.

Droga que belo par de olhos.

— Se for possível gostaria de tomar um banho — Soltei fraco. Eu queria mesmo era um tempo pra pensar na merda que estava fazendo.

— Claro, venha. Melhor que tome banho em nosso quarto. — Respondeu andando em direção a escada para acompanha-la.

Não pude deixar de repara-la melhor, na boate estava escuro, somente com as luzes piscando. Mas agora estava muito claro e eu a olhei descaradamente, nunca vi tamanha beleza em uma mulher só e olha que já vi muitas mulheres extremamente lindas.

— Algum problema senhorita? — Perguntou e eu não sabia onde enfiar a cara depois desse flagra. Fui com a cara e a coragem.

— Problema algum, só estava me certificando se fiz uma boa escolha com essa proposta — Falei

— E fez? — A pergunta veio com um meio sorriso entre os lábios.

— Até o momento nada a reclamar, porém a noite só está começando — Sorri

— Posso garantir que até o amanhecer não haverá nenhuma queixa a ser dita — A segurança passava pela sua voz sem nem duvidar do que dizia. Ao entrar no quarto luxuoso, demos mais alguns passos até pararmos frente a uma porta.

— Assim eu espero, com licença. — Falei e entrei no banheiro.

Caralho por que eu não fiquei em casa? Mas há quem eu estou querendo enganar? Quero tanto isso que já me sinto excitada novamente. Olhei para o relógio no pulso marcava meia-noite ainda. Já vi que a noite será longa. Resolvi tomar banho, ao lado do box tinha toalha, umas peças de roupas, com elas havia um bilhete em cima. Peguei e comecei a ler:

Senhorita Collins fique à vontade para pegar umas dessas roupas e outras coisas que interessar para o seu banho.

Como eles sabiam que eu iria?

Porra, eu já estou com muitas perguntas na cabeça sem resposta nenhuma. Irei tirar isso a limpo na primeira oportunidade que tiver para conversar melhor.

Depois do banho estava mais relaxada, de fato eu estava precisando. Ao abrir a porta vejo o casal na cama aos beijos e carícias, eu juro que ruborizei.

Vamos lá Collins o que está acontecendo com você? Seja mais direta, cadê sua atitude de sempre? Estou me envergonhando de você, fraca.
Assim eu ficava brigando com meus pensamentos.

Eles pararam para me olhar, eu estava com os cabelos molhados e apenas uma blusa social grande feminina, calcinha? Não podia nem ser considerada no meu corpo de tão minúscula que era.

Seus olhares passeavam pelo meu corpo como se fosse uma obra de arte intocável, apenas aquelas que a gente só pode apreciar. A diferença era que apesar de ser essa arte eu estava sendo paga, e claro iria ser tocada. Eu fui a arte que foi comprada e levada para casa.

— Senhorita Collins — Por que eles sempre se referiam a mim assim? Dando ênfase ao meu sobrenome, e eu nem sabia os deles. — Está se sentindo bem? O homem perguntou se levantando da cama e vindo em minha direção.

— Bem, eu estou apenas incomodada com algumas questões que não falamos — digo sincera.

— Pois venha, sente-se aqui — Seus dedos se entrelaçam aos meus, me puxando até a cama. Sua esposa já estava sentada.

— Podemos resolver essa questão, o que quer saber?

— Primeiro como sabem o meu nome, segundo como sabiam que eu seria este tipo de garota para aceitar essa proposta, terceiro por que eu, entre milhões que estavam lá?

Apesar de estar incomodada com isso, eu me sentia muito bem em relação aos dois.

— Bem, foi muito fácil descobrir isso tudo. Assim que entramos você foi a primeira pessoa que nos chamou atenção, então fomos perguntar para um garçom no qual você estava conversando, não fizemos isso diretamente pagamos uma moça para perguntar seu nome, então ela o fez. Segundo observamos como você era bem tratada por todos os clientes que estavam lá, tanto homem, como mulher, os olhares eram de desejo e cobiça para você e vimos que retribuía para alguns. Deduzimos que você fazia o prazer de seus clientes acontecer. Terceiro, como falei você foi a primeira a nos chamar atenção mesmo vendo que havia mais garotas que fazem o mesmo que você faz. Porem eram exibidas, queriam aparecer para ganhar o que lhe oferecemos, já você nos ignorou e por último quase nos agrediu. O que nos fez ter a confirmação de que você é a garota perfeita para nossa noite acontecer.

A PROPOSTA DO PRAZER (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora