Cores - O Sentimento das cores

Ode a Vida

"Nós podemos explicar o azul-pálido desse pequeno mundo que conhecemos muito bem. É a nossa casa. Somos nós. Nesse ponto, todos aqueles que amamos, que conhecemos, de quem já ouvimos falar, todos os seres humanos que já existiram, vivem ou viveram as suas vidas no pálido ponto azul."

- Carl Sagan

Na estrada longa da vida, colocou-se os pés a Persona de olhos deslumbrados. Enxergava o abrasar das labaredas que dançavam à órbita da atmosfera terrestre no dia mais azul e brilhante de todos sob o Sol. O sentimento de pisar o rochedo firme da estrada que seguia, era revitalizante e entregava segurança. O pergaminho azul claro que se estendia sobre sua cabeça, via-se límpido por milhões de quilômetros e sequer uma nuvem podia ser vista, senão a dança do fogo que assemelhava meteoritos, em órbita da Terra. Mas chovia, de forma avassaladora, a figura peculiar sentia sob seus pés, o frio entregue pelas diversas gotas que chorava o céu.

Os olhos curiosos voltaram-se sobre sua cabeça, abaixo da chuva de flamas, dentro da atmosfera terrestre, uma tempestade exprimia-se com dor e fulgor, os trovões gritavam nos quatro cantos do planeta e os raios pareciam apenas flashes espelhados debaixo da luz revitalizante do Sol. Era dia vivasse, lindo de se ver, sem nuvens, mas a chuva ainda estava lá.

Fogo, terra, água e vida.

Voltou os olhos para a longa estrada que seguia e pôs-se a andar.

O cenário interessante converteu-se em colinas magníficas além ver, com pastos quilométricos e montanhas diversificadas. Existiam vales, onde rios cristalinos brincavam no interior à desaguar no grande oceano, algumas árvores de aparência engraçada e pássaros esquisitos demais para tomarem um nome. Os olhos do indivíduo maravilhavam-se pelas lindas formas que tomaram as misturas improváveis de rochas flamejantes. Mas havia algo além das montanhas esbeltas, escondido nos vales do Levante.

Calmamente uma criatura peculiar tomara seu campo de visão, era um humano. Um grupo deles que apresentava-se de forma descuidada sob a luz do sol, maltratados e malvestidos. Todo o universo que dispunha a Terra, estava guardado e reservado apenas para um número pequeno de pessoas. A Persona aproximou-se daquele cenário, chegando ao limite que permitia a estrada para observar mais de perto, inclinou levemente a cabeça a fim de cogitar o que seria. Um certo alguém caminhou curiosamente sob uma árvore e encontrou uma semente engraçada, era o trigo.

Houvera um breve alvoroço entre os habitantes da pequena tribo e curiosamente descobriram como aconchegar o minúsculo grão na terra. Percebeu-se o Sol e a Lua apressarem-se e os dias correrem em questão de segundos, meses haviam se passado. Entre o grupinho curioso, surgira campos inteiros de plantas de todas as formas e tamanhos, comida suficiente para alimentar milhares deles.

Em um instante, a vida expandiu-se, milhares deles conviviam em harmonia, era emocionante. O indivíduo vira com os próprios olhos, ao longe, milhares daqueles seres curiosamente inteligentes a observar o pôr-do-sol. Com suas "esposas e filhos" assentados no topo das montanhas, apreciando a beleza desigual de um céu maravilhosamente pintado, as cores eram infinitas e desviavam desde o violeta mais suave até o vermelho mais denso. Aqueles olhos místicos pertencentes à Persona, choraram lágrimas de felicidade, carregadas da emoção de quem vira o ascender de todas as coisas.

Da humanidade nasceram os que venceram a natureza e sobressaíram, os donos da Terra.

Voltou os olhos à estrada e marchou para o Novo Mundo. Ao redor de todo aquele caminho, um vento sutil passou a soprar calmamente, a areia clara era empurrada por sobre o asfalto enegrecido. Praias lindas estenderam-se por quilômetros em uma noite fascinante. A brisa brincava a expor a maresia que entregava as ondas de uma praia cristalina, parecia o paraíso. As palmeiras elegantes curvavam-se como dançarinas ao som que logo pudera captar os ouvidos do ser curioso.