primeiro

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Lee Minho tinha 7 anos quando descobriu que a magia existia. Um primo que ele não gostava tinha ido visita-lo num feriado e lhe torrou a paciência. Bagunçou todo o seu quarto e a gota d'água foi quando ele quebrou seu boneco de ação favorito. Minho ficou bravo, mas tão bravo que só conseguia desejar que o primo pestinha sumisse de sua frente, mas levou um susto quando de fato ele desapareceu. Não estava em lugar nenhum do quarto, nem na sala, nem no grande quintal que tinha na parte de trás de sua casa. Não estava nem na cozinha nem no banheiro, e os pais do tal primo entraram em desespero quando foram chamar o filho para ir embora e ele não estava lá. Sua tia quase desmaiou quando descobriram que o menino estava preso no telhado, sem ter como descer sozinho, e os dois prometeram jamais levar seu pobre filhinho para ficar perto de Minho. Ele obviamente ficou agradecido de se livrar do peste, mas seus pais pareciam um tanto chocados demais.

            -Omma, eu juro que não fui eu que mandou ele pro telhado. Nem eu consigo subir sozinho no telhado!- disse o garotinho tentando argumentar quando seus pais o chamaram para uma "conversa". Sempre que os dois sentavam no sofá e pediam a Minho que sentasse na poltrona logo a frente, o menino sabia que algo sério estava por vir. Foi assim quando quebrou a porcelana cara da mamãe e quando a vovó tinha ido pro céu, mas ele não tinha feito nada de errado daquela vez.

            -Eu sei meu amor, é que eu e seu pai precisamos te contar uma coisa... Sobre o meu passado, sobre Hogwarts.

            E, muito sérios, os pais de Minho lhe contaram sobre a história de fantasia mais legal que ele já tinha ouvido. Envolvia bruxos, dragões, homens bonzinhos e vilões com planos mirabolantes, mas dessa vez era real. Mamãe contou que, quando era um pouquinho mais velha do que Minho, recebera uma carta para estudar na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, um lugar seguro para os magos do mundo todo aprenderem a fazer magia. Ela até pegou o que disse ser sua varinha, e mesmo que fosse proibido, fez aparecer um lindo cervo de luz dizendo palavras estranhas que Minho não conhecia. Seu pai não sabia fazer os mesmos truques que sua mãe, sendo o que eles disseram ser "trouxa" no mundo bruxo, para a decepção do menino. Mas ainda assim ele estava animado sobre seu futuro, tão diferente do resto de seus amigos.

            Foi difícil, mas Minho conseguiu esconder de seus amiguinhos 'trouxas' o seu lado bruxo. Sua mãe disse que esse era um segredo a ser guardado sob sete chaves, e ele o escondeu direitinho, por mais que as vezes alguns incidentes acontecessem. Um doce voando aqui e ali, uma bola sumindo e alguns colegas tropeçando no ar, nada demais.

            E, quatro anos de longa espera depois, Minho acordou com seus pais segurando um envelope especial, com seu nome escrito numa letra muito formal e bonita, e um selo vermelho imponente, com o mesmo símbolo que ele tinha visto nas fotos antigas de mamãe na escola. Sua carta de Hogwarts finalmente tinha chegado.

            Depois daquele dia, Minho e seus pais foram ao Beco Diagonal, onde compraram todos os materiais que o menino precisaria para a escola. Uniforme, um belo gatinho pardo que chamaram de Dori, um caldeirão pequeno e os livros da escola, e claro, uma varinha. Uma bela varinha de madeira de cerejeira e pelo de unicórnio macho, assim que colocou os olhos nela Minho soube que ela o escolheria.

            A despedida na plataforma 9 ¾ foi difícil. Mamãe parecia prestes a chorar, o orgulho de ver seu menininho seguir seus passos no mundo da magia, mas o pai parecia triste de ver seu filho partir, começando a andar por um caminho que ele não poderia o guiar. Minho abraçou os pais uma última vez, e junto de Dori foi procurar um vagão livre para acenar aos pais quando o trem partisse. Quase não tinha vagões vazios naquele momento, então ele teve que pedir licença ao garoto sério que lia um livro de herbologia.

            -Com licença, eu sou o Minho, Lee Minho.- ao ver que o garoto não falaria nada, ele continuou sob o olhar curioso do outro.- Os outros vagões já estão cheios, posso dividir esse com você?

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