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As Foscas Reflexões


-Ambientalize-se

-Ampulhetas turvas e opacas

-Sob nébulas moribundas

-Coexistimos

-Bucólico

-Demolira

-Revi vida

-Estilhaço

-Quinquagésimo sétimo andar da omissão

-Balbúrdia

-Escrúpulo

-Manifesto pelos féretros

-Suspirei

...

Ambientalize-se

Logo, pensei por aonde ia, e parei. Meditei naquela longa via cercada insolitamente por nada. Criara um dilema paradoxal que nenhuma bússola poderia me guiar novamente. Estava na busca sem sentido por algo oculto. Deparei-me, no inteligível, por placas apagadas e prossegui. No horizonte, uma figura humanoide me contemplava. Contudo, não o decifrava. Fizera eu a opção de procurar pelo lendário conhecimento da vida. Continuei como um arauto da dúvida, mas tudo era tão surreal. O sábio sem face no fim da via nunca se aproximava. Estava no portal entre a ignorância e a iluminação. Os sentidos não me assolavam mais. Zarpara um surto em mim. Todavia, o ambiente era acolhedor como um mar de almofadas. Tudo parecia em repouso, e ao mesmo tempo transparecia uma física tão abstrata e ancestral. Sem leis, moral ou ética neste labirinto que guardava segredos que só o mais sábio desvendaria. Apaguei, mas reapareci em uma escuridão que ensurdecia. Cansara de sofrer e perdi a razão. Tudo virou nada e a luz se acendeu. Percebi que vivia em uma pequena esfera na imensidão do espaço sideral. De repente, um alarme soou e uma voz denunciava a hora de tomar os remédios. Que bizarro! Esse hospício era minha vida!

Normalizei e continuei a andar pela via, sem questionar qual era o direcionamento disso. Há coisas que não estamos preparados para lidar, mas estas foscas reflexões um dia serão decodificadas.

...

Ampulhetas turvas e opacas

Éramos, seremos e somos ampulhetas.

Todos com fluxos finitos,

Pois somos meros mortais,

Acorrentados em um fim iminente.

Somos turvos e opacos,

Nunca saberemos quanta areia resta.

Contudo, conhecemos o estrépito do exaurir.

E temos escassa ou não, vida pela frente.

Vivemos tolos e não aproveitamos os grãos,

Que caem na ociosidade do repouso.

Areia vital cai e não sonhamos,

Continuamos neste cotidiano repressor.

Até quando você não vai ser feliz?

Vai esperar este tempo incerto te levar?

Acha que as pessoas ao redor são eternas?

Reflita com que ações você gasta seu ciclo.

Uma praia ou um grão,

Contemple o seu irmão,

Porque agora pode ser tarde demais

As Foscas ReflexõesWhere stories live. Discover now