Quer me chupar?

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— Posso aguentar mais uma hora, três não. — avisou, ainda deitado de bruços.

Sua visão permanece parcialmente coberta pela franja, que insiste grudar em sua testa por causa do suor. Caso feche os olhos, poderia dormir ali mesmo, por mais que se incomode com o cheiro de seu próprio sêmen espalhado sobre os lençóis.

— Está satisfeito? — Hyungwon ergueu a mão até o rosto alheio, afastando as mechas úmidas que atrapalhavam sua visão. Agradeceu, observando-o tirar as algemas.

É estranho pensar na situação atual, ainda mais quando não consegue separar os tópicos em sua mente. Sua entrada acabou de ser invadida por uma máquina que nem ao menos sabia da existência, o quão fundo a criatividade humana chegou? O que mais existe para intensificar o prazer das pessoas?

— Eu gozei duas vezes.

— Qual o problema? Posso te fazer gozar mais.

Hoseok sorriu, gosta do jeito dele. Direto, simplista, como se não houvesse diversos fatores que impeça suas intenções de serem concluídas, principalmente o cansaço.

— Você se excita com isso?

Observou o corpo esguio levantar, ajeitando a camisa torta sobre a cintura. Ele retirou as camisinhas dos dildos, amarrando a ponta de cada uma a fim de jogá-las na lixeira ao lado da porta.

— Sim, gosto de assistir.

Quando voltou, desceu as duas máquinas de cima da cama, depositando em um canto vazio. Provavelmente para limpá-las mais tarde.

— Entendi.

— Você se arrepende?

Estranhou a pergunta. Não é preciso ponderar para concluir que o arrependimento nunca passou por sua cabeça. Ainda consegue sentir o prazer, junto ao desespero, de continuar a ser fodido mesmo após chegar ao orgasmo. Naquele momento deduziu que seu corpo não aguentaria, porém suportou o suficiente para gozar de novo.

— Não, eu não me arrependo.

— Quer me chupar?

— O quê? — frisou o cenho, surpreso por um momento.

— Perguntei se quer chupar meu pau.

— Você é direto, Hyungwon.

— Não tenho costume de me envolver muito, mas sua boca parece um bom local para foder.

— Não costuma? Pensei que transasse com quem lhe pedisse. — provocou, girando o corpo a fim de erguer o torso. Suspirou ao sentar na beira da cama, sua entrada permanece sensível.

— Depende, eu aceito quando tenho vontade. — Hyungwon se aproximou. Por causa da altura, a região íntima centraliza bem em frente ao seu rosto, se esforçou ao máximo para continuar concentrado em seus olhos. — Se quiser, podemos conversar durante o tempo restante, mas acredito que não veio até aqui para isso. 

Negar é idiotice, desde quando o nome atrás do pequeno bilhete começou a invadir seus pensamentos mais impuros. Mesmo sem um rosto, nunca imaginou fazer algo normal, como conversar e comer biscoitos. Resolveu procurá-lo a fim de evitar uma enrolação desnecessária e aliviar o desejo sexual. 

— Você tem razão.

— Então?

Olhou para a calça fechada, não há botões, apenas um elástico que a mantém presa em seu quadril. É possível notar pequenas gotas ao lado esquerdo do tecido fino, provavelmente o pré-gozo de quando o assistia ser preenchido pelos dildos.

— Posso vê-lo? — pediu acanhado, antes que a coragem diminuísse.

— Sim.

Ergueu as mãos até a borda do elástico, abaixando aos poucos o tecido junto a cueca. O membro semi ereto possui a glande úmida, confirmando sua teoria anterior.

— É apenas ativo? — questionou quando a curiosidade surgiu.

— Você quer me foder?

— Eu fico constrangido com suas perguntas diretas.

— Eu sou ativo, Hoseok. Já me penetrei com diversos brinquedos diferentes porém nada me excita mais do que foder, ou assistir alguém ser fodido.

— Entendo.

O silêncio pairou pelo cômodo. Permaneceu encarando o membro em sua frente durante alguns segundos, criando coragem para prosseguir com suas ações.

— Por que não segura? — Hyungwon incentivou.

Assentiu, tocando sua virilha primeiro. Não há pêlos, porém a superfície áspera indica o crescimento deles. Ele rodeou a base com os dedos, iniciando movimentos leves apenas para sentir a pele começar a esticar.

Quando ergueu a cabeça, em busca de observar as expressões alheias, a timidez esquentou seu rosto. Hyungwon também o observa, seus lábios cheios são bonitos, mesmo repletos por malícia. Optou por desviar o olhar, levando a outra mão até a fenda a fim de espalhar o líquido com o polegar.

Em pouco tempo o membro atingiu a ereção máxima, exibindo veias nas laterais. O tamanho é satisfatório e mesmo com o corpo sensível, desejou ser preenchido por ele.

— Posso foder sua boca?

Hoseok assentiu, interrompendo a carícia para repousar as mãos sobre o colo. Hyungwon tocou sua bochecha em um gesto tão suave a ponto de fechar os olhos para sentir melhor.

— Me mostre sua língua.

Separou os lábios o suficiente para exibi-la, sobressaindo quando os dedos longos puxaram mais para fora, logo em seguida se afastando.

— Abra seus olhos.

Obedeceu, encarando-o no mesmo instante. A glande se moveu até a ponta de sua língua, como um pedido silencioso para continuar o trabalho sozinho. Ergueu a mão direita para firmar a base, iniciando pequenas lambidas na fenda.

Permaneceu na mesma posição durante um minuto, chupando apenas a glande. Quando Hyungwon pressionou a parte traseira de sua cabeça, puxando para frente, abriu a boca e permitiu a entrada. Um dildo nunca chegará perto da sensação de ter um pênis de verdade esfregando em sua língua. O gosto característico junto a pele móvel incentiva sua própria ereção a crescer.

— Abra mais.

Quando abriu, o quadril movimentou para frente e para trás. Buscou acomodar o comprimento, porém, continua a ter um pedaço para fora, mesmo adentrando sua cavidade de forma lenta.

O outro também parece incomodado com aquele detalhe, aumentando as investidas apenas para alcançar o fundo. Engasgou no mesmo instante.

— O dildo era maior que meu pênis, você consegue.

Hoseok abaixou a língua em forma de concha, dentro da boca, liberando mais espaço. Aos poucos conseguiu sentir a ponta molhada no início de sua garganta, retomando a velocidade anterior.

— Vou começar.

Não entendeu até os movimentos leves se transformarem em investidas mais fortes. Sobressaiu, fechando os olhos como instinto e repousando a mão no quadril alheio, apenas para se concentrar em seus gestos rápidos.

Ouvir Hyungwon arfar enquanto fode sua boca é um dos melhores sons existentes, nunca se excitou tanto com suspiros roucos e pela primeira vez desejou permanecer ali até amanhecer.

Ele afundou o membro de uma vez, segurando sua cabeça para impedir que se afaste. Aquele ato trouxe um líquido quente que desceu por sua garganta. Tentou ignorar o incômodo até o final de seu gozo, voltando a respirar apenas quando o membro deixou sua boca.

— Você engole bem, Hoseok.

Não soube o que dizer, ainda é possível sentir o gosto amargo. Seu próprio membro também pulsa com a terceira excitação naquela noite. Nem ao menos sabe o horário, talvez não se importe muito com isso também.

— Você disse que aceita foder alguém, caso sinta vontade. — chamou sua atenção ao levar a mão ao próprio pau, massageando e apertando o comprimento endurecido.

— Sim. — ele soltou uma resposta simples, exibindo um sorriso ladino no rosto.

— Então me foda.

Fetiche (2Won)Onde histórias criam vida. Descubra agora