Telefonema da morte.

350 38 44
                                    

Imagine que você estivesse estudando calmamente enquanto o mundo ruia de maneira calma e inconsciente do lado de fora. Agora se Imagine em pânico numa escola cheia de adolescentes e crianças muito assustada, todas reunidas no pátio principal, cercada por professores e inspetores, todos eles suando frio e pedindo calma. Do lado de fora, sirenes eram escutadas e se misturavam a outros sons que não podiam ser identificados.

Mark Lee estava no meio disso tudo, tão perdido quanto todos os outros de sua turma e mais assustado do que qualquer um. Ele apertava as mãos envolta do corpo magricelo e tentava pensar em algo que fizesse sentido. Seus professores haviam dito que ligariam para seus pais e que deveriam manter a calma pois tinham tudo sob controle, mas Mark pensava diferente. Ele não via as pessoas calmas, na realidade tudo o que ele ouvia eram choros das crianças e resmungos de adolescentes furiosos com suas atuais posições.

Ao seu lado, nenhum colega para se apoiar, tudo ao seu redor parecia se descascar de seu manto de proteção lentamente, e Mark tinha medo, muito medo. Seu celular estava em sua mochila e ele não poderia sequer ameaçar a subir as escadas em direção a sala. Foram dadas ordens explícitas para que eles se mantivessem em seus lugares. O Lee era do segundo ano, e estava separado num canto afastado, junto dos outros da mesma série, perto de uma escadaria que estava agora trancada a passagem. Varreu o local a procura de mais alguém que conhecesse, qualquer um, qualquer pessoa a quem pudesse chamar ou dar uma palavra, mas o cérebro de Mark estava vazio e ele não conseguia processar muito.

Balançou a cabeça de um lado pro outro tentando manter a calma, como havia sido pedido. As meninas ao seu lado se abraçavam muito amedrontadas. Todos falavam sobre um acidente na quadra de baixo, com uma turma. Um acidente envolvendo atos violentos. E por isso subitamente todos foram obrigados a marchar para fora de suas salas e se agruparem em ali. Em sua compreensão, o acidente havia sido muito sério, caso contrário não estariam ali.

— Mark. – Uma de suas colegas o chamou. Ele virou para ela de supetão, os cabelos negros caindo nos olhos.

— O quê? – Respondeu, rápido, sentindo um tremor esquisito de medo passar da cabeça aos pés.

— Está pensando no mesmo que eu?

— E em que é que você está pensando, Da-In? – Franziu as sobrancelhas contrariado pela frase da garota que agora estava parada ao seu lado.

— Isso não pode ter sido um acidente comum. Acha que alguém se machucou feio? Ou que, pior, talvez alguém perigoso esteja solto pela escola? – Indagou novamente, sussurrando a última parte.

— Eu não... Faço a mínima ideia. – Admitiu. — Mas eu confesso que isso não pode ter sido causado por um incidente comum. – Constatou, seu olhar varrendo aquele pátio lotado de alunos confusos. — Escuta o barulho das ruas lá fora? Algo está estranho.

— Pensei no mesmo! – Seus olhos castanhos faiscaram, Da-In sabia que algo a mais estava acontecendo mas talvez estivesse sendo escondido. Ela suspirou e puxou as mangas do suéter do colégio para cobrir suas mãos. — Talvez sejamos tirados daqui em breve. Alguns estão surtando já. Ouvi professores comentando que a área do primário tinha sido completamente evacuada. O que acha que isso pode significar?

— Que talvez sua hipótese de ter alguém por aí possa ser real. – Constatou. — Mas eu não sei, Da-In. Por que está falando comigo?

— Eu gosto da sua companhia Mark Lee, e além de que, enquanto todos estavam ocupados fofocando ou berrando, você parecia estar pensando. – Ela deu de ombros, o tocando levemente num tapinha amigável.

— Eu talvez estivesse num estado de letargia mental. – Complementou. — Acho bom voltar para suas amigas, ela estão nos encarando esquisito.

— Elas sabem de algumas coisas. – Da-In sorriu de lado e jogou os cabelos para trás.

Hope. [markhyuck]Onde histórias criam vida. Descubra agora