Por volta da meia noite.

Atritos sociais irreparáveis.

:: A história não está 100% de acordo com o anime/mangá boku no hero. A personalidade deles está um pouco modificada, eles não foram reféns do monstro, o All might não salvou o Midoriya e esse capítulo se passa no colegial, ou seja, não estão na Yuuei (ua).

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O céu estava repleto de nuvens e com uma mistura de tons de azul. Midoriya contava algumas moedas que tirou do bolso do uniforme e analisava a tabela de preços da maquina automática. Por fim, acabou comprando uma lata de coca-cola com cento e poucos yens.
Ele abriu a lata e olhou o horário no seu celular. 7:34. Faltavam alguns minutos para a aula começar, mas era de costume ver Izuku chegar atrasado. Ele gostava de ficar cambaleando pelas ruas, encontrar conhecidos no caminho ou ficar ajeitando suas anotações sobre heróis.

Sentia seus tênis encharcarem a cada passo que dava pois as ruas estavam lotadas de poças d'água por conta da chuva da madrugada, o que não era problema, seus sapatos estavam o aguardando no armário escolar.
Manhãs como essa confortavam o garoto e conseguiam jogar para longe os problemas diários que vinham para atormentar, tais como notas não tão altas, a falta de amigos e a falta de individualidade. Para os outros, seria desconfortável ser o "Deku", mas esse ponto de visão é diferente quando não se tem opção. O que ele poderia fazer? Roubar uma individualidade? Ah, vai.

De longe viu uma pessoa correndo na sua direção, vestes pretas como a dele e um cabelo claro. Não conseguiu identificar muito bem, sua visão se prejudicou bastante ao longo dos anos.
Foram se aproximando lentamente e foi derrubado brutalmente no chão quando finalmente sacou que era o Bakugou.

- Sai do caminho, Deku de merda!

Midoriya bateu com as costas na lateral de um degrau e sentiu uma pontada forte enquanto observava, com olhos semicerrados, a coca-cola escorrendo pela calçada de cimento. Kacchan, como gostava de chamar ele, o empurrou e estava indo na direção contrária a escola. Sendo que já eram 7:46.
Dolorido e desnorteado levantou-se, pegou a latinha do chão e a remexeu para ver quando lhe restava. Felizmente ela estava meio cheia e nem todo o dinheiro se perdeu nessa queda. Quando estava prestes a seguir seu caminho, viu uma mão tocando seu ombro.

- Eh... Desculpa.

Bakugou, ofegante, segurava algumas latas de energético entre os dedos da outra mão e entre o braço. Pela primeira vez na vida seu olhar não parecia com o de uma maquina mortífera, só não era tão simpático.

- Obrigado, eu acho.

Ele respondeu pressionando o lombar com uma cara nada boa. Limpou a boca da latinha com a manga de sua blusa, deu um gole na coca-cola e sorriu desajeitado, com medo da possível reação do moleque ao seu lado.
Repentinamente Bakugou ficou esfregando seu tênis sobre a bebida esparramada no piso e riu sarcástico do barulho que fazia.

- Sabe que eu estranhei? Não escutei nenhum "shine, shine". Haha.

Falou Midoriya.

- Vamos logo, senão eu não eu faço questão de passar reto na próxima.

O loiro deu um tapa na nuca dele, e pela lei do karma, caiu de bunda no chão. Imediatamente começou a resmungar palavras de baixo calão ao ver sua calça molhada e acabou fazendo os dois caírem na gargalhada.

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- E esses energéticos?

- Fiquei devendo para uns caras, eles iam acabar comigo se eu não levasse hoje.