As Listas de Saby - Joalina [Em Andamento 🔋]

Animal

POV SABY

Estávamos no carro, a caminho da festa de Natal da XIX Entertainment. O táxi que havíamos reservado tinha chegado pontualmente as oito e meia da noite.

Contemplando as luzes cintilantes de New York, comecei a me acalmar. Eu me recusava a deixar aquela época do ano me aborrecer. Estava com minhas duas melhores amigas, prestes a curtir uma festa fantástica a fantasia, cuja anfitriã era a melhor revista do mundo. E, se tivéssemos sorte, o fotografo da publicação nos deixaria ver as fotos que a CNCO tirou para a próxima edição, que ainda nem foi lançada. Suspiraríamos e babaríamos sobre os retratos ate que ele dissesse basta.

-- Estou falando, tenho um bom pressentimento dessa festa. Sinto que alguma coisa vai acontecer -- falou Sofya, olhando através da janela.

-- Alguma coisa vai acontecer: vamos nos divertir muito, beber muito, e, quem sabe, pegar no pintinho da Saby na volta -- disse Shivani, piscando para mim.

-- Hum, docinho -- provoquei com um sotaque latino, e ela me jogou um beijo.

-- Vamos parar com esse romance pseudobiológico? Estou falando serio -- Sofya continuou, suspirado na voz de mocinha de romance meia-boca que ela usava as vezes.

-- Quem sabe? Não sei quanto a mim, mas talvez você encontre o Príncipe Encantado hoje -- cochichei, retribuindo seu sorriso esperançoso. Das três, Sofya seguramente era a mais romântica. Era inabalável em sua convicção de que cada pessoa tinha uma alma gêmea.

Bem... Para mim, uma xícara de café já estava de bom tamanho.

Chegamos a entrada da casa Neagle, onde aconteceria a festa; havia carros estacionados por toda a sinuosa rua, lanternas e velas delimitavam o terreno. Como acontece com a maioria das residencias construídas em paisagens acidentadas, da rua não se podia ver nada. Demos uma risadinha ao atravessarmos o portão, e abri um sorriso quando minhas amigas avistaram aquela coisa a nossa frente. Eu já tinha visto a foto daquilo, mas ainda precisava dar uma volta.

-- Que caralho de riqueza eh essa? -- Shivani exclamou, e não consegui segurar uma gargalhada. Havia um elevador que subia e descia a colina. Bastante pratico, se você considerar a quantidade de degraus que era preciso percorrer para alcançar a casa. A encosta era forrada de jardins de terraço e bancos e flores, tudo artisticamente arranjado a margem de caminhos lajeados e iluminados por tochas que conduziam a casa. Ainda assim, para as compras do dia a dia e outras atividades menos contemplativas, o elevador facilitava, e muito, as coisas.

-- As senhoritas gostariam de usar o elevador ou preferem descer a pé? -- perguntou um empregado que surgira de trás da ''carruagem''.

-- Você quer dizer andar nessa coisa? -- grasnou Sofya.

-- Claro, eh para isso que serve. Vamos, vai! -- encorajou, atravessando a portinha que ele abrira. Parecia mesmo um teleférico de pista de esqui, a não ser pelo fato de que descia uma colina em vez de atravessar o céu.

-- Tudo bem, vamos nessa -- disse Shivani, embarcando atras de mim e se estatelando no assento. Sofya deu de ombros e nos seguiu.

-- Haverá alguém a espera de vocês la embaixo. Divirtam-se na festa, senhoritas. -- Ele sorriu, e nos arrancamos.

A medida que descíamos a encosta, a casa se erguia ao nosso encontro. Haviam criado um mundo simplesmente magico no lugar -- através das enormes janelas que rodeavam a casa, pudemos observar a festa durante a viagem de elevador.

-- Uau, tem muita gente -- notou Sofya, os olhos arregalados. O som tilintante de musica natalina chegou para a gente de um dos pátios.

Senti um friozinho na barriga quando o elevador parou e outro empregado abriu a porta. Nossos calçados estalaram através da laje; ouvi a voz de Simon Fuller, o dono da revista XIX Entertainment, vinda do interior da casa e imediatamente sorri.

-- Meninas! Vocês vieram! -- ele exclamou ao encontrarmos.

Estava começando a pensar que talvez não tenha sido uma boa ideia ter vindo, por algum motivo sentia que estava sendo observada e isso fazia com que eu me sentia um animal enjaulado. 

...

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