Parte Três - Estresse

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Dumbledore estava, pela segunda vez em toda sua vida, com medo.

Harry havia sido sequestrado pelos Comensais da Morte, e não importava onde o diretor procurasse, não havia sinal do garoto. A Ordem exigia respostas e Minerva ameaçava denunciar o homem para o Ministério, mesmo que isso significasse que iria presa por não ter revelado nada antes. Molly Weasley rosnava por aí que o garoto não mais casaria com Ginny e que não havia como conseguir mais dinheiro dele no Gringotes. Seu marido, Arthur, revirava os olhos e passava todos os seus dias ocupado com o trabalho, mal parando em casa, exemplo seguido por Bill, Charles, Percy, Fred e George.

Os garotos Weasley eram outra dor de cabeça.

William, Charles e Percy haviam declarado oficialmente a Ordem da Fênix e todos que quisessem escutar seu apoio ao lado sombrio e ao Lorde das Trevas. Fred e George sequer respondiam as cartas de ninguém, e Rony evaporou como fumaça. Somente Ginny e Molly davam as caras e elas eram as últimas que Dumbledore queria ver momento. Ele evitava Hermione Granger também, a garota metida a sabe-tudo só queria saber dos livros e do dinheiro que ganhava do mais velho para ficar de olho no Menino-que-Sobreviveu por ele. Às vezes era exaustivo lidar com elas.

E então o lado sombrio se mantinha quieto como ratos. Nenhum ataque, nenhuma morte, nada. A população bruxa o julgava como louco por ter anunciado a volta de Voldemort e Fudge alimentava cada vez mais os boatos. Esse estresse todo o causaria mais rugas do que já tinha e isso não era saudável. Ele precisava se distrair um pouco, espairecer, respirar novos ares antes que ficasse louco.





~oOo~





Minerva mentalmente xingava Dumbledore de mil e um nomes enquanto andava pelo caminho de pedras negras em direção a tão conhecida mansão. Ela estava muito irritada e mataria qualquer um que entrasse em sua frente. Vendo a imagem furiosa de sua ex-professora, todos os vigilantes Comensais da Morte saiam da frente e tentavam escapar furtivamente. Mesmo depois de anos, a mulher alfa de aspecto severo ainda lhes dava medo.

McGonagall abriu a grande porta de madeira da Malfoy Manor com um aceno de varinha e adentrou o local, o atravessando em passos rápidos de maneira elegante, se dirigindo à sala de reuniões que já frequentara tantas vezes antes, a carta em suas mãos sendo apertada com firmeza. Ela sequer precisou abrir a porta escura, ela se abriu sozinha e se fechou com força após sua passagem. Sentado confortavelmente em uma poltrona vinho perto do fogo, com Mark Zabini em seu colo, Draco Malfoy ao seu lado direito e Theodore Nott no esquerdo, seu garoto, o menino que ela mais amava no mundo depois da morte violenta de seus filhos, estava sentado recebendo todos os mimos que os três ômegas ofereciam.

— Olá, professora McGonagall.

Ah, a voz dele despertou em Minerva seu extinto materno alfa mais profundo. Ela respirou aliviada por vê-lo chamá-la e caminhou em sua direção, observando os Sonserinos darem um singelo selinho nos lábios de seu Harry antes de saírem, os deixando a sós. Os dois se entreolharam por dez segundos antes de Harry se erguer e a abraçar com força. Ela retribuiu com prazer, seu coração acelerando por ter seu filhote, seu neto, em seus braços. Ela havia perdido James, Peter e Sirius, Remus e Harry eram os únicos que ela se importaria que morressem. Eram sua única família e ela mataria se precisasse para mantê-los seguros.

— Oh, meu menino... — sussurrava ela. — Dumbledore não vai mais te fazer mal. Ele é só um empecilho, vamos nos livrar dele logo, logo.

— Com certeza. — Harry riu. — Dumbledore não vai saber o que o atingiu.







~oOo~






— Harry está vivo!

A exclamação de Minerva fez a organização secreta bater palmas e comemorar alto, rindo de felicidade. Estavam todos em uma mansão muito antiga, escondidos e sem ninguém poder localizá-los, a magia negra ao redor do terreno os tornando invisíveis.

— Quando vamos poder vê-lo, professora? — perguntou Oliver Wood.

— Logo. — prometeu a mulher alfa. — Ele está se recuperando e está com os ômegas em um lugar seguro. Pretende voltar a Hogwarts e começar a agir lá. Embaixo do nariz de Dumbledore, ele sequer iria imaginar algo assim. O plano é infalível.

— Ótimas notícias. — Neville, o menino de cabelos castanho-claro, sorriu aliviado.

— O Lorde não disse que Harry teria mais de um ômega? — Ronald Weasley questionou. — Ele achou todos?

— Não. — Minerva negou, os lábios apertados em uma linha fina. — É por isso que eu trouxe essa caixa comigo. — indicou o objeto de papelão grande e de aspecto pesado. — Nela tem colares de invisibilidade dados pelo próprio professor Snape. Funcionam durante 24 horas, por isso temos que ser rápidos. A viagem para Malfoy Manor vai durar por volta de dez a vinte minutos, eles já estão cientes que vocês irão invisíveis e vão agir normalmente. Ninguém sabe de nada, ninguém viu nada. — olhou seriamente para seus alunos e assentiu. — Vamos.

Cada um pegou um colar e saiu, atravessando o jardim de plantas mortas rapidamente e abrindo o portão enferrujado, esperando calmamente até que Minerva saiu e estendeu o braço com a varinha, aguardando. Nem dois minutos depois um barulho alto soou, e então um ônibus roxo apareceu á sua frente, os dizeres Noitebus Andante em amarelo na lateral. Na porta, um ruivo sorridente os cumprimentou.

— Boa tarde, eu sou Stanley Shunpike, e serei seu...

— Certo, obrigada, Stanley. — Minerva o cortou de maneira gentil. — Apenas, por favor... Eu pago o dobro se você puder ir diretamente para a Malfoy Manor sem fazer paradas. Por favor?

— Claro, professora Minerva! — alegremente Lalau deu passagem para a mulher e seus alunos invisíveis, e enquanto ela pagava e conversava baixinho com o ruivo, ele assentia seriamente enquanto os estudantes e ex-alunos se acomodavam. Por sorte o Noitebus estava vazio naquela tarde e eles estavam em seu objetivo em menos de oito minutos. — Tenham um bom resto de tarde! — gritou Lalau enquanto o ônibus desaparecia zunindo pela rua de terra.

A professora de Transfiguração esperou que os enjoados se recuperassem parcialmente antes de se virar e abrir o portão da mansão, guiando os jovens para uma nova vida.

Love Me Like A StormOnde histórias criam vida. Descubra agora