Avatar-Uma nova história {Completa}

Capítulo 2

A chefe se afastou da menina, se virando indo em direção a porta.

-Korra, você tem 15 minutos para falar com ela e me convencer de não a matar.

Logo ela sai da sala, dava-se para ouvir alguns gritos como "Chefe se acalma!" ou "Ela enlouqueceu de vez!Corram antes que ela mate a gente!"

Ignorando os gritos a Avatar se sentou ficando de frente da garota.

-Certo, vamos começar. Qual é o seu nome garoto?

-Primeiro: Não sou um garoto.-Ela encarou a mais velha.-Meu nome é Yuki, não que isso faça alguma diferença.

-Yuki, se não colaborar seus pais vão notar sua falta em casa e podem se preocupar com você.

Yuki deu uma risada sarcástica.

-Se quiser esperar eles, por mim não tem problema, vamos ficar o resto de nossas vidas nessa sala. A não ser que eles voltem dos mortos, o que é meio impossível.

-Sinto muito. -A mais nova sabia que essas palavras, ditas por Korra, eram sinceras e isso a deixou irritada.

-Não você não sente! Só diz isso porquê está com pena de mim, mas adivinha, eu não preciso que sintam pena, nunca precisei! -A essa altura ela já estava gritando.-Então não me olhe desse jeito, você não sabe nem metade do que eu passei!

-Escuta, eu estou aqui para ajudar. Mesmo se não me contar, alguma hora vão achar seu colega você não quer que as coisas fiquem ruins para ele certo? Não posso simplesmente abolir tudo que fez, mas, posso tentar diminuir as consequências o que acha?

Yuki acabou cedendo a essa fala, ela realmente não queria que seu amigo Eiki fosse preso, afinal, quem cuidaria da avó do menino? Ela então suspirou.

-Tá legal, você ganhou. O quer saber?

-Por quê precisa do dinheiro que roubou?

-A avó do meu amigo está doente e os remédios são caros, ela é a unica família que restou dele.

-E onde ele está agora?

-Provavelmente já deve ter comprado o que precisava, não vou dizer mais nada a respeito dele. Sou a unica responsável por tudo o que aconteceu.

-Mais uma pergunta, não haviam guardas por perto?

A pequena abriu um sorriso convencido.

-Dois fracotes, eu teria conseguido fugir se fosse só eles, mas, um outro cara apareceu e cá estou eu.

-Outro cara?

-Sim, um dobrador de fogo.Foi ele quem me trouxe até aqui, estava tudo bem até aquela velhota feia me arrastar para essa sala.

A porta foi aberta bruscamente por Lin.

-E então?!-Ela não estava com uma boa expressão.

Korra olhou para ela.

-Eu posso resolver isso com a dona da loja, só vou precisar usar o telefone antes.

Então as duas se retiraram da sala deixando Yuki sozinha. Demorou por volta de 15 minutos até que a Avatar retornasse com um sorriso no rosto.

-Tenho uma boa noticia para dar a você, vai poder sair daqui.-Ao ouvir isso a menor ficou muito contente.-Mas, com duas condições.-O sorriso que Yuki esboçava desapareceu-Vai morar comigo e prometer que vai me obedecer.

-Que?!Sem chance!

-Prefere ir para o reformatório então? Você quem sabe...-Korra disse enquanto se afastava-Vou dizer a Beifong que...

-Espera!-Ela foi interrompida-Eu aceito a suas condições.

Korra então soltou os braços de Yuki.

-Venha comigo.

A mais velha saiu pela porta sendo seguida pela mais nova, as duas encontraram Beifong logo a frente.

-Tem certeza disso Korra?-Ela perguntou ao ver as duas.

-Sim, já conversei com a Asami sobre isso.

A chefe de policia olhou Yuki.

-Se vier parar aqui novamente, nem mesmo a Avatar vai poder te defender está ouvindo? Essa é a minha cidade.

A mais nova em resposta lhe mostrou a língua.

-Vamos Yuki.-Korra a chamou e ela loga a seguiu.

A avatar se despediu de Mako e logo as duas saíram de lá.

-Tem alguma coisa que precise pegar?-Korra perguntou a Yuki enquanto caminhavam.

Ela demorou um pouco para responder.

-Tem sim...

-Certo, então vamos buscar. Me mostre o caminho, estou logo atrás de você.

As duas seguiram até a periferia da cidade, Korra podia sentir os vários olhares pairando sobre ela.

-Ignore.

-O que?-Ela disse confusa.

-Os olhares, apenas ignore.-A pequena disse enquanto virava a rua dando direto em um beco, onde estava a sua barraca.-Pode não parecer mas o pessoal daqui é bem amigável.

-Acho que eles não gostam de mim.

-Relaxa, você não tem culpa.-Yuki respondeu enquanto entrava na sua casa improvisada e procurava o objeto que viera buscar.

-Então, é aqui que você mora?

-Não se engane Avatar, essa barraca velha é bem mais confortável que muita calçada por aí.-Ela respondeu ainda procurando-Achei!

Korra curiosa se aproximou para ver o que era, Yuki saiu de dentro da barraca segurando um quadro. Ele estava rachado e cheio de poeira, não dava para ver a foto claramente.

-Peguei tudo, agora nós podemos ir.

Elas caminharam para fora do bairro e seguiram rumo a Mansão Sato.

-Então, você e aquela moça namoram?

-Sim.-Korra percebeu o olhar curioso da menor-Por quê a pergunta?

-Eu não sei, não consigo entender.

-Entender o que?

-Sabe, você e ela são...

-Duas mulheres?-Korra completou.

-Não, não é isso. Vocês são o oposto, não sei como a moça te aguenta.-Ela deu uma risada-Te conheço a pouco tempo e não sei se vou aguentar você.

-Então o fato de que somos duas mulheres não te incomoda?-A morena ignorou o último comentário de Yuki.

-Nem um pouco, confesso que até inveja senti. Você tem alguém especial na sua vida, se as pessoas veem isso de forma ruim, é porquê tem inveja. Já que sabem que nunca vão encontrar uma pessoa para os fazer feliz da mesma forma.

A avatar riu com a conclusão da menina.

-Ei, eu to falando sério, bando de invejosos. Não podem ver uma pessoa feliz na rua que já querem estragar a felicidade alheia.

Korra ficava feliz em saber que a garota não se importava com isso, mesmo que seus amigos e pais tenham aceitado e apoiado esse relacionamento, ela sabia que muitas pessoas por aí discordavam disso e estavam sempre disseminando esse preconceito.
Ao sair de seus pensamentos ela notou que já estavam em frente ao local, o sol estava alto, indicando o inicio de uma tarde ensolarada.

-Chegamos, Asami deve estar nos esperando lá dentro.

A pequena apenas acompanhou a mais velha. Os pensamentos da mais nova se resumiam em uma simples frase:

"Preciso dar um jeito de fugir e evitar que me encontrem depois"