1- O Sol e a Lua

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CENTO E CINQUENTA ANOS DEPOIS DA GRANDE GUERRA

Em uma manhã ensolarada, nuvens azul-claras pintavam o céu, o sol brilhava tão intenso e belo, era como se o céu dissesse que estava em paz com a terra. Não muito distante da paisagem, habitava o maior Palácio de Olimpus, era a maior obra de engenharia desse tempo, sustentado por vigas e outras construções conectadas ao palácio; A Sala Real era onde o rei Hélios Maxwell dava suas audiências, festas e anúncios para seu povo e reinos vizinhos; A Sala de Descanso era onde residia seu filho Leônidas e sua filha Ártemis, e sua esbelta esposa e rainha do reino, Selena Maxwell; O Grande Salão era onde os conselheiros recebiam seus nobres, comerciantes e militares; A Sala dos Líderes, onde residia os conselheiros, generais e ministros; havia muitos outros anexos e salas nesse grande palácio, como o Teatro de Olimpus e o Stadium de Olimpus. O reino era estruturado com grande similaridade a engenharia da época dos gregos, sua fonte de inspiração.

Havia muitas praças, o terreno do palácio eram repletas de fontes e jardins. O mundo atual deslumbrava-se com todo o complexo do Palácio de Olimpus, e visitá-lo era o sonho da maioria da população mundial.  Por fora era um ambiente alegre, havia palhaços divertindo os visitantes, atrações de todos os cantos do reino, comerciantes que vendiam de tudo; mas para quem estava dentro, era diferente.

O palácio tem uma imensa muralha que o cercava tinha quinze metros de altura. Havia belas torres de vigia a cada trezentos metros, o portão de entrada central era reforçado por ferro fundido e que tinha como assinatura um grande Sol e uma grande Lua, simbolizando o seu rei Hélios, deus do sol e Selena, deusa da lua, o equilíbrio do dia e noite na terra, o equilíbrio de Olimpus. Cem soldados revezavam dia e noite para garantir a segurança do palácio.

Após a Catástrofe que mudou o mundo antigo, os antigos meios de transporte foram retomados, tração animal, embarcações que usavam o vento como motor, armamentos como espadas e arco e flecha retornaram, o que era conhecido como antigo em 2020, voltou a ser o mundo contemporâneo em 2170.

No lado externo do palácio, na área sul nas extensões do reino se encontrava o príncipe, Leônidas, que treinava com sua espada técnicas de luta contra soldados do reino, com a supervisão de seu mestre Vlad, general do exército do rei, que era apelidado de Drácula pela sua sede de sangue insaciável e excelente técnicas de luta. Em paralelo, a princesa, Ártemis se encontrava no Grande Sala, onde estudava com o médico do rei, Hipócrates, que tinha o nome em homenagem ao considerado pai da medicina, o qual se encontrava com a missão de ensinar a filha do rei princípios básicos da medicina moderna, um dos poucos conhecimentos do mundo antigo que foi preservado quase por completo. O rei tinha muito orgulho de seu filho e filha, eram os príncipes bem mais vistos dos reinos, eram famosos, as pessoas imitavam seus jeitos e vestes para se sentirem importante. 

No lado Norte do Palácio de Olimpus, na cozinha, se encontrava um dos funcionários mais desastrados que o palácio já conhecera, Lucca, que passa mais tempo limpando as coisas que ele derrubava no chão do que levando os pedidos das realeza a mesa. O cozinheiro-chefe muitas vezes pensou em demiti-lo, mas conhece sua origem e sabe que sem aquele emprego talvez ele viria a se endividar e falecer, já que tem a mãe para cuidar e possui ausência paterna, e por isso continuava dando inúmeras chances na esperança de que Lucca desse um jeito e melhorasse no trabalho, mesmo que ele soubesse que era pedir muito de uma criança de 13 anos, que tinha em suas costas a responsabilidade de um adulto. 

Em uma manhã, um tanto nublada, o cozinheiro chamou Lucca, que veio o mais rápido possível.

 - Lucca, o rei pediu que fosse levados frutas frescas e pão para a Sala Real, imediatamente, e veja se toma cuidado ele está reunido com outros nobres e conselheiros - antes que o cozinheiro pudesse terminar sua fala, o pequeno aprendiz de cozinheiro o cortou falando .                                    - Não se preocupe, chefe, logo eu, o melhor funcionário do reino vou cometer algum erro? - como sempre, ele responde com seu bom humor, apesar de seu histórico não ser bom.

Ao se aproximar da porta da Sala Real, os guardas que estavam de prontidão olharam para o Lucca como se ele fosse um maltrapilho, e em seguida depois de um julgamento silencioso que todos que estivessem por perto poderiam escutar mesmo com ausência de palavras, os grandes portões foram abertos, e o aprendiz de cozinheiro foi em direção a mesa de granito preto onde o rei e seus nobres se reuniam, mas antes que pudesse deixar a bandeja com o que foi pedido na mesa, escorregou no grande tapete vermelho que tinha embaixo de seus pés, derrubando bebida em um dos conselheiros, que se levantou furioso como se fosse mata-lo ali mesmo. Lucca logo se curvou e pediu desculpas pelo acidente.  

                                                                                      - Perdão, meu senhor, não tive intenção de - antes que pudesse terminar suas desculpas, o conselheiro o cortou, elevando seu tom de voz.                                                                                                               - Silêncio! Seu imprestável, saia de minha presença imediatamente, antes que eu o puna - fez um sinal com suas mãos afirmando que ele deveria se retirar da Sala Real.

E assim foi feito, ele se retirou, cabisbaixo, pois mais uma vez tinha sido desastrado, e seu chefe levaria bronca por isso, e conseguinte ele mesmo teria que escutar do chefe. Voltando a cozinha, ele passou pelo corredor que se encontrava um imenso corredor que levava a grande Biblioteca de Olimpus. O que lhe faltava de destreza, ele compensava com uma curiosidade por saber do porquê das coisas, e ele mesmo pensou consigo, ele levaria esporro de qualquer forma, porquê não tarda isso e fazer o que ele mais gostava antes. Logo, ele desviou do caminho e entrou no corredor para a biblioteca, ele a adentrou, a mesma se encontrava vazia, já que havia muitas reclamações de barulhos estranhos vindos de dentro, e o povo que habitava no palácio era levado por muitas superstições, muitas verdadeiramente infundadas. No passar de alguns minutos, Lucca pega um livro de geografia que viu em uma estante e o abriu, o primeiro dado que ele viu era uma estatística que mostrava que antes da Grande Guerra o mundo tinha mais ou menos dez bilhões de pessoas e ficou surpreso com tal dado e questionou pra si mesmo.  

       - "Quanta gente, e hoje, quantos somos?, por que ninguém fala sobre essas coisas? é a primeira vez que leio sobre isso" - logo, pensando em voz alta, ele fez um comentário inteligentíssimo para idade dele.                                                                                                                                    - Privar essas coisas dos jovens, o conhecimento, não perdura sua imaturidade? - depois ele fechou o livro, e saiu da biblioteca e foi em direção a cozinha, já esperando a bronca.

O que ele não sabia, que enquanto ele estava na biblioteca e fez a pergunta, pensando que estava sozinho, outra figura estava lá, Solon, o sumo sábio do reino, que ficou intrigado que uma criança e ainda por cima um servo do palácio, poderia ter chegado aquela conclusão tendo tão pouca instrução. Ao chegar na cozinha, o chefe, Túlio, o aguardava claramente aborrecido, mas dessa vez, ele não brigou com o Lucca, apenas o dispensou, pedindo que ele tirasse a semana de folga, para que o rei não tentasse retaliar ele pelo seu vacilo. 

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⏰ Last updated: Apr 13, 2020 ⏰

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O Último Filho do TempoWhere stories live. Discover now