3°Arredia

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▪ Arredia

  Ao redor havia grandes montanhas cobertas com o verde mais intenso que havia visto na vida, o sol era agradável e as nuvens era brancas como algodão, formavam alguns desenhos de animais, alguns pássaros cantavam, mas conseguia ouvir som do mar, ah, eu amava o mar, era longo, infinito e suas ondas e sua brisa acalmavam-me. Olhei para baixo observando do penhasco as ondas se quebrando e as gotinhas de água salgada subindo no ar. Parecia tentador, muito tentador na verdade, se jogar e nadar o mais longe que podia. Suspirei, eu amava a natureza, sempre amei. Me sentia em paz, como se fosse eu mesma. Sorri. Era tudo tão lindo, tão suave, tão bem feito e natural. Eu literalmente amava tudo isso.

  E então tudo mudou, e não estava mais no penhasco, não tinha mais sol, não havia nuvem e muito menos o mar. Era a mais profunda escuridão. Parei no lugar estática, mas não estava horrizada. Caminhei por um tempo, era o puro caos que existia ali, era contorcido e escuro, mas havia uma beleza, sim, havia uma beleza no caos. E eu me sentia em paz ali também, sorri observando, então mãos em minha cintura me viraram em outra direção.

  Olhos verdes.

  Pele pálida.

  Lábios vermelhos.  

  E um sussurrar rouco dizendo:

  "Eu te amo Hermione"

  Levanto com o corpo suado e a respiração ofegante, passei as mãos pelo meu colo molhado, sentindo meu coração a mil. Me abracei às minhas pernas tentando controlar meus nervos, e minha magia. Respirava devagar, me controlando. Com a respiração controlada, olhei ao redor, observando a escuridão do quarto, com um aceno de mão a luz foi acesa, e percebi que estava tudo no lugar certo. Olhei no relógio que havia do lado de minha cama, 02:00, sabia que não voltaria a dormir tão cedo.

Fui ao banheiro e lavei o rosto e escovei os dentes, e voltei ao quarto, minhas malas ja estavam prontas, mais decidi checar mais uma vez, se estava tudo certo. Não ouvi os elfos domésticos na cozinha, então decidi chamar Dinx que rapidamente apareceu e trouxe o meu café que -era para ser- da manhã. Olhei meu quarto, vendo se precisaria colocar alguma coisa a mais nas malas, e meu olhar caiu sobre meu cavalete que tanto amava e suspirei, sentei no banquinho pensando no que faria. Olhei de canto e ouvi um sibilo, Órion. A pequena cobra saindo em meio dos lençóis, só mostrando sua pequena cabeça me encarando.

Sorri.

  Peguei um pequeno quadro, ao qual iria levar há hogwarts, e sentei novamente no banquinho, aparentando perceber que estava sendo alvo de minha atenção para algo, a pequena cobra se deitou e ficou ali imóvel. Comecei pintando desde o fundo da cama, para a própria, e traços e mais traços foram feitos, me distraindo completamente do horário e tempo. Terminei e sorri com o resultado, com magia a fiz secar, e mostrei a Órion que levantou sua cabeça em minha direção e sibilou como se elogiasse.

  "Verdade, ficou lindíssimo." Murmurei orgulhosa. E fui em direção a minha mala, a colocando delicadamente. Levantei-me e sentei na cama, sentindo Órion deslizar do lugar onde estava, para subir e ficar em minha barriga.

  O olhei e acariciei a sua pele escamosa, que me relaxava. Desde ontem era assim, ficávamos em silêncio, eu olhando para o teto e viajando em meus pensamentos e acariciando sua pele fria, enquanto o mesmo dormia sobre mim.

  Ao fundo o sol se estendia aos poucos na sua altura máximo, o dia aparentava que seria mais bonito do que ontem, tinha menos nuvens. Apreciei a luz entrando no quarto pelos feixes das cortinas. E aos poucos meus olhos foram desfocando e cai no sono leve.

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  "Lembre-se, sempre me mande cartas, tudo bem?" Dizia meu pai segurando meus ombros com preocupação. Assenti confirmando, todos os anos, desde que comecei a estudar era assim, meu pai me levava ao ponto onde alunos eram pegos e me enchia de ordens com sua auto-preservação, principalmente por fato de eu ser sua única filha. Eu sorria concordando e o abraçava, dizendo que tudo estaria bem e que o amava.

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