Prólogo

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- Rose, você tem que se controlar! - minha melhor amiga falava enquanto eu estava jogada na cama.

- Vai se foder, Mary! - respondi irritada - Sempre fiz essas coisas, sempre fui desse tipo de festa e você sabe!

- Rose, se olha no espelho! Você está coberta do próprio vômito e toda machucada! - retrucou revirando os olhos - Você nunca foi assim!

- Eu SEMPRE fui! Sempre gostei de álcool, maconha e suas variações, assim como você! - Joguei na cara dela enquanto tentava levantar, objetivo que não alcancei.

- Não! A gente sempre foi de curtir e fazer merda, sem atrapalhar os outros setores da nossa vida! Agora são cinco da manhã, você ainda está falando mole, sem equilíbrio, vomitando e em cinco horas você tem que dar aula pra uma turma de 20 crianças! - Mary falou mais preocupada que brava e me levando ao banheiro. - Toma um banho, se limpa, escova os dentes e depois a gente conversa - ela disse depois de me deixar no chuveiro.

Tinha aproximadamente dois meses que a minha mãe havia morrido e foi um choque. Mary estava certa, eu sempre fui de festas e causar, contanto que não interferissem em minha vida. Esse era o terceiro dia em 7 que eu bebia e fumava o suficiente para não conseguir nem responder meu nome.

Assim que o banho acabou encontrei Mary no quarto com uma xícara de chá e minha cama arrumada.

- Olha, bebe isso e vai dormir que amanhã eu te acordo - ela disse cansada e saiu do quarto. Fiz o que ela mandou e me deitei na cama, dormi em menos de dois minutos.

(...)

Lá pela quinta aula do dia eu estava bem desanimada, não conseguia parar de pensar na minha mãe e aparentemente, isso transpareceu. Uma de minhas alunas veio até mim e me deu um abraço apertado.

- Oi, Darcy! Tá tudo bem? - perguntei para a criança.

- Tá sim, mas você tá triste... - ela disse e me abraçou mais forte ainda.

- Não estou não... - menti, não seria certo depositar meus problemas e tristezas em um aluno, principalmente nos de 4 anos.

- A mamãe me ensinou que quando a gente tá triste, conversa... - ela me olhou fundo nos olhos. A percepção e inteligência das crianças sempre foi subestimada, eu não poderia continuar mentindo pra ela.

- Darcy, eu realmente estou triste, mas eu sou sua professora e você é muito novinha. Seria errado eu falar disso com você, mas só você se preocupar e me dar esse abraço, já me deixou muito melhor. - sorri e dei um beijo em sua bochecha e ela voltou correndo pra sua mesa.

Com o passar dos meses, Darcy foi se aproximando de mim e sempre me trazia um chocolate pra eu ficar feliz. Era uma criança incrível e muito criativa. Se desenvolvia muito bem e não largava o melhor amigo, que acabou se aproximando de mim também. Donnie era um menino muito doce e inteligente, os dois juntos matavam qualquer um de fofura e não era exagero. Eu amava todos meus alunos e os momentos em que eu dava aula eu chegava no meu "nirvana" meus alunos mais velhos tinham sete anos e os mais novos tinham 3. A escola em que eu trabalhava introduzia a arte o mais cedo e quanto mais pudesse na vida das crianças, o que era incrível!

Os dias que eu não trabalhava, que eram 3 na semana, quarta, sábado e domingo; nesses dias eu produzia a MINHA arte e tentava recuperar minha sanidade.

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