Capítulo 10 - Bob's Burguer

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Steve não soltou me soltou momento nenhum durante nossa descida pelos andares até estarmos no hall. Um pouco atrás dele, olhei para sua mão firme, porém gentil, apertando meu pulso e minha mente levou-me até onde essa mesma mão estava minutos atrás e o que fazia com a loira.

A onda de ciúme que me atingiu fez com que eu fizesse uma careta para sua mão, quase puxando o braço e me afastando bons centímetros dele. Balancei a cabeça, acompanhando seus passos enquanto atravessávamos o hall. Eu estava agindo como uma louca possessiva. Steve vinha sendo legal comigo desde todo o show que Mike dera na festa, viera atrás de mim para certificar que eu não ficaria sozinha e ofereceu seu ombro para que eu chorasse.

Eu ainda estava meio bêbada, os sentimentos acabavam ficando mais à flor da pele, não podia deixar meu ciúmes e raiva por Steve transar com todas me dominar.

- Cara!

A voz masculina chamando meu nome me tirou de meus devaneios, fazendo com que parasse de andar, obrigando Steve a parar também, e virando para trás.

Ray se aproximou rapidamente de nós. Steve se mexeu impaciente, aplicando, inconscientemente, mais pressão na mão que segurava meu pulso. Quando meu veterano ficou de frente para mim seus olhos desceram por um segundo para a mão de Buchanan me segurando, antes de se dirigir à mim.

- Tá tudo bem?

Contive o impulso de franzir a testa em confusão.

- Sim - respondi.

- Certeza? - olhou de esguelha para Steve e nesse momento entendi tudo. O garoto ao meu lado se mexeu mais uma vez, desconfortável.

Devia mesmo parecer estranho para quem sabia que Steve e eu não nos falávamos nos ver daquele jeito. Eu mesma não entendia muito bem o que estava acontecendo, só não queria ficar sozinha com meus pensamentos sobre meus pais e Mike.

Dei o melhor sorriso que era capaz de oferecer em meu estado de espírito naquele momento.

- Você tava chorando? - passou os olhos pelo meu rosto o analisando como se buscasse evidências que confirmassem sua indagação. Meu deus, eu não aguentava mais ficar naquele lugar cheio de pessoas que eu sabia estarem nos olhando.

- Tá tudo ótimo, eu... - escorreguei minha mão, fazendo com que Steve a segurasse ao invés de meu pulso, em um pedido para que fôssemos embora. - tenho que ir. Obrigada pela preocupação, Ray.

Hesitou, finalmente notando que eu queria encerrar a conversa.

- Certo. Qualquer coisa tem meu número e sabe onde fica meu dormitório - sorriu sem mostrar os dentes, virando as costas para nós e voltando para o grupo de onde viera. Seus amigos olhavam curiosos a situação. O tempo todo Ray sequer desviara o olhar na direção de Steve.

Nós dois demos meia volta e continuamos nosso caminho para fora do hall. Steve olhou sob o ombro, endireitando a cabeça logo em seguida com uma careta.

- Tem meu número e sabe onde fica o dormitório - imitou Ray com uma voz tosca, a careta permanecendo em seu rosto. Me olhou como se quisesse rir, ao passo que só ergui as sobrancelhas, descrente. Isso soava demais como ciúmes para que eu levasse numa boa.

- Sério, Steve? - ergui ainda mais as sobrancelhas, inclinando levemente para cima um dos cantos da boca.

Descíamos as escadas, alcançando o caminho iluminado por postes. Mesmo que fosse de madrugada algumas pessoas transitavam por nós, aproveitando a sexta à noite.

- Bem, vi um esboço de sorriso aí, não vi? - me cutucou de leve com o ombro.

Continuamos andando em silêncio comigo me deixando ser guiada por ele. O tempo todo nenhum fez menção de soltar as mãos que estavam dadas. Não sabia o que aquilo parecia aos olhos de quem via, mas para mim era como estar em uma realidade alternativa, uma coisa que eu sabia que me perturbaria no dia seguinte, mas não queria pensar à fundo no momento em que acontecia.

Garotas Estúpidas [FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora